Archive for fevereiro \28\-03:00 2020

Provando que Deus existe… para convencer Richard Dawkins!

Posted on 28/02/2020. Filed under: Filosofia, Matemática, Política | Tags:, , , , , , , , , , , |

Caros leitores e amigos,

Como seria possível convencer Richard Dawkins, Neil deGrasse, Sam Harris e outros notórios ateus da existência de Deus? É o que pretendo no livro “Tudo é Impossível, Portanto Deus Existe: Uma História da Razão, da Ciência e de Deus“: apresentar argumentos racionais para convencer ateus convictos de que Deus existe.

Adianto que o livro é facílimo de ler, mas estranhíssimo. Propostas intelectuais que, provavelmente, as pessoas nunca viram. Até o capítulo 10 (175 páginas no formato 17×24), tento explicar por que somos como somos. Por que pensamos como pensamos. Por que estamos ficando tão confusos.

Do capítulo 11 ao 15 (mais 175 páginas), vou propor, e demonstrar, que tudo o que acreditamos em termos de determinismo, livre-arbítrio, evolucionismo, design inteligente, moralidade objetiva, bondade, maldade, riqueza etc., são ilusões arbitrárias. São decisões de fenômenos, não fenômenos em si. Parece complicado, mas é bem simples. E revolucionário.

O conteúdo poderá ser um pouco desagradável para alguns grupos de leitores. Principalmente para teístas não iniciados em temas de filosofia da ciência e para racionalistas e objetivistas (que não aceitam qualquer elemento de mistério na realidade).

Até entendo que o conteúdo é do interesse desses grupos, mas o foco principal do livro está no ateu convicto e no agnóstico esclarecido. Esses dois grupos costumam utilizar a ciência e a razão para sustentar suas crenças (ou descrenças), mas, em meu entendimento, fazem uso das ferramentas racionais sem lhes reconhecer as limitações.

Durante a leitura do livro, o conteúdo poderá dar a impressão de que caminhei no sentido de provar que Deus não existe, de provar que é uma invenção humana, mas, ao final, ficará claro que a conclusão é outra. Bem outra. Muito outra, e por caminhos bem pouco trilhados nesse debate entre ateus e apologistas.

Transito de Marx a Mises, de Platão a Kant, de Wittgenstein a Nietzsche, de Newton a Einstein, de Descartes a Heisenberg, de objetivistas a relativistas morais, enfim, em quase todos os lados da filosofia, da política, da economia e da moral.

Há 3 formas de comprar o livro. A mais barata e mais simples é, claro, comprar a versão digital na Amazon.com.br, no link abaixo:

ebook digital – Kindle (não é preciso ter o kindle, só baixar o app em qualquer dispositivo).

Pode-se comprar diretamente na Amazon dos EUA, da Europa ou do Japão. Eles entregam em qualquer lugar do mundo em 7 a 15 dias. No link abaixo:

Livro impresso – Amazon.com

Para as pessoas que não gostam de livro digital, e não se sentem à vontade para comprar do exterior, disponibilizei um pequeno estoque praticamente a preço de custo de impressão e frete (importado). No link abaixo:

Livro físico no Brasil.

Depois de 30 anos de pesquisa e vivência, 2 anos de trabalho, mais de 20 revisões e releituras, está pronto. Próximo passo (já em andamento) é a tradução para o inglês.

(ATUALIZAÇÃO 22/03 -Estoque renovado, poucas unidades).

Aos que se interessarem, desejo uma ótima leitura!

 

 

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Versão Kindle / Ebook. O Mercado de Ações em 25 Episódios – Nova edição atualizada

Posted on 10/02/2020. Filed under: Finanças |

Enfim senhores,

Versão on line disponibilizada! Para mais detalhes clicar na imagem do livro:

 

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E se pudéssemos pagar juros para nós mesmos? Melhorando a rentabilidade nos fundos de pensão (FUNPRESP).

Posted on 09/02/2020. Filed under: Finanças, Política | Tags:, , , , |

Caros leitores,

A sugestão que trago nesse post provavelmente é bloqueada por um sem número de regras prudenciais de fundos de pensão, mas será que essas regras fazem sentido?

Antes de respondermos essa questão, vamos mostrar o “milagre”.

Fundos de Pensão fechados, como o FUNPRESP, emprestam dinheiro aos seus participantes com taxas relativamente baixas. Hoje a carteira de investimentos do FUNPRESP tem cerca de 0,5% de fluxo de caixa que vem dos seus próprios participantes, que tomam empréstimos e pagam prestações com juros.

E se as regras permitissem que o participante pegasse esse empréstimo e pagasse juros para si mesmo?

Do ponto de vista de finanças (retorno e risco), não há nada de anormal na proposta. Tomemos um exemplo:

A pessoa tem 100.000 reais de patrimônio no FUNPRESP (vou usar como exemplo o FUNPRESP, pois tenho os dados) e quer tomar 100.000 reais emprestado. Hoje bastaria pedir autorização para um consignado e tomar o empréstimo. Normal, isso é feito o tempo inteiro nos dias de hoje. O dinheiro seria disponibilizado na conta e o pagamento das prestações sairia direto do salário do participante para o fundo. Totalmente legal, totalmente permitido.

Para um empréstimo de 48 meses, o FUNPRESP cobra 1,22% de juros ao mês. Isso daria 48 prestações de R$ 2.764,86.

As opções são as seguintes: deixar os R$ 100.000 rendendo na carteira geral ou tomar o empréstimo e pagar para você mesmo (se fosse permitido pela legislação).

Observe na simulação da planilha, considerando uma rentabilidade da carteira geral do FUNPRESP de 5% acima da inflação (9% de juros nominais).

A carteira geral vai começar com 100.000 e subirá a cada mês com base na rentabilidade de 9% ao ano.

Quando você toma o empréstimo, o fundo poderia organizar alguma engenharia financeira para que você recebesse de você mesmo (segregação de carteira). Mais adiante discutiremos como isso seria possível.

Nesse caso, todos as prestações voltariam para você mesmo, ao longo dos 48 meses. Os valores pagos para quitação do empréstimo passariam a render pela carteira própria do fundo.

Os resultados são bem interessantes. Se o FUNPRESP vai mal, a carteira segregada de empréstimos vai bem, se o FUNPRESP vai muito bem (rentabilidade acima das taxas cobradas no empréstimo), a carteira segregada de empréstimos também vai bem. Vejamos na tabela a seguir:

Perceba que as rentabilidades se diferenciam bastante quando o fundo está rendendo pouco (4% ou 5% reais ao ano).

A carteira segregada só perderia no caso de a rentabilidade da carteira própria ser maior do que a taxa do empréstimo.

Se em um ano a carteira própria do fundo rendesse 16%, a carteira segregada de empréstimos perderia dessa rentabilidade (renderia 15,84%).

O que se vê é que esse método reduziria a volatilidade da carteira própria.

 

 

Os problemas e as soluções.

Isso não é possível hoje, mas será que essa proibição faz sentido?

Com relação às coisas boas desse método de segregar a carteira de empréstimos individual, temos que o participante teria um relacionamento inteiramente novo com o financiamento. Mesmo que ele fosse superavitário e não precisasse de empréstimo, como os juros serviriam de “aporte” extra em suas economias, talvez optasse por comprar um carro parcelado em vez de à vista. E o dinheiro que ele teria para comprar o carro à vista, permaneceria aplicado. Você poderia tomar um empréstimo para consumir agora, mas o pagamento geraria ainda mais poupança de longo prazo.

Do ponto de vista prudencial, entendo que segregar a carteira de empréstimos individual não gera qualquer transtorno para o fundo, pois o risco de inadimplência acabaria recaindo sobre quem tem direito àquele fluxo de caixa (o próprio tomador do empréstimo). E, considerando empréstimo consignado de servidores públicos, o risco é baixo anyway (exceto se o governo e o congresso cortarem 25% do salário de todos, aí pode gerar uma quebradeira geral nos consignados, ou na vida privada dos próprios servidores).

A indústria financeira talvez não goste da hipótese. Provavelmente não gostaria, pois muitas pessoas passariam a recorrer a empréstimos em seus próprios fundos de pensão, em vez de acessar bancos.

Um problema que adianto, é que isso não poderia acontecer com 100% da carteira, pois nesse caso não existiria carteira própria para remunerar os pagamentos das prestações do empréstimo.

O governo e a regulação… Bom, aí é que as questões ficam nebulosas.

Se essa atitude fosse tomada por muitas pessoas, o dinheiro seria canalizado mais para consumo do que para investimento privado (ou gasto do governo). Quando colocamos dinheiro no fundo, o fundo empresta para o governo para ganhar entre 6% e 8% ao ano nos títulos público, ou investe em empresas.

Pode haver risco de redução de recursos para comprar títulos públicos, e isso prejudicaria o financiamento do governo. Por outro lado, haveria crescimento do consumo o que geraria mais impostos e mais investimentos privados (empresas crescendo por conta do consumo).

A questão tributária pode ser decisiva sobre o tema.

Ao colocarmos dinheiro no PGBL, temos um benefício fiscal de 27,5% de cara. O governo poderia entender que esse empréstimo pareceria com uma “retirada” simulada. Entendo esse ponto, mas a questão é que isso já ocorre. As pessoas podem retirar a título de empréstimo normalmente, a qualquer hora, a diferença é que o fluxo de caixa gerado é recebido por toda a carteira do fundo e não por uma carteira segregada apenas para o tomador de empréstimo.

Isso é justo? Imagine que 15% das pessoas peguem empréstimos (limite aceito pela regulação para disponibilização de recursos para empréstimo nos fundos de pensão) e paguem cerca de 16% ao ano. Só isso já garantiria uma rentabilidade de 2,4% ao fundo como um todo. E é um esforço exclusivo dos tomadores de empréstimo. Eles garantem, com fluxo de caixa gerado por eles mesmos, um bom retorno para o fundo. Perece que seria mais justo se esse esforço dos tomadores ficasse com eles mesmos.

Tudo isso é permitido, creio que a questão seria de mudança de regulação e de contabilidade mesmo, de questões de liberação de segregação de carteiras dentro do fundo e de ampliação dos limites para disponibilidade de recursos para empréstimos dentro do fundo (hoje, se não me engano, é de 15% da carteira).

Enfim, não vejo problema insolúvel para implementar uma proposta dessa na regulação.

Poderia ser uma solução para liberar bastante dinheiro na economia para consumo e estimular o crescimento, aliado a uma melhora potencial na evolução patrimonial dos fundos de pensão.

Caso o governo tenha receio dos impactos que isso geraria no financiamento da dívida pública, pode começar com uma autorização menor, por exemplo, de 25% do patrimônio individual do participante. Se o participante tomasse 100% de seu patrimônio a título de empréstimo, poderia destinar 1/4 disso para uma carteira segregada. Ou alternativamente, todos os tomadores de empréstimos poderiam participar da rentabilidade de toda a carteira de empréstimos (na proporção em que participam dessa carteira de empréstimos).

Enfim, ideias. Nada é fácil, eu sei, mas isso não impede que a gente tente pensar fora da caixinha. Vai que sai alguma coisa interessante.

Ps. Falando aos participantes do FUNPRESP, com base na regulação atual entendo que a única forma de participar de forma mais ativa dos fluxos de caixa gerados pelos próprios participantes, seria criar um perfil com até 15% de carteira de consignado e 85% de carteira própria. Já há 4 perfis com diferentes percentuais de investimento, criaria mais 1.

Esse perfil só poderia ser escolhido por tomadores de empréstimos (no mínimo 30% da reserva, por exemplo). É imperfeito, mas é justo com os geradores desse fluxo de caixa.

O que pode acontecer é o sucesso da estratégia levar mais pessoas a tomar consignado, o que é bom para o fundo de forma geral, um fluxo de caixa de risco baixo e retorno bem alto.

Se houver necessidade de bloquear novos empréstimos, por ter atingido os limites regulatórios, será o caso de pressionar por um aumento dos limites.

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Aposentadoria. Os diferentes tipos, a confusão com o sistema de repartição, fundos de pensão e poupança privada.

Posted on 08/02/2020. Filed under: Administração, Finanças | Tags:, , , , , , |

Prezados,

Em um dos capítulos da nova edição do “Mercado de Ações em 25 Episódios”, refaço as contas, de forma bem mais precisa, das possibilidades para a aposentadoria com ações.

Nos dois vídeos a seguir, explico as principais diferenças entre os métodos de acumulação (ou repartição) para a aposentadoria. Desde o inescapável INSS, passando pelos fundos de pensão e culminando nas possibilidades para acumulação privada de poupança.

Cada pessoa tem as suas próprias dificuldades durante a vida. Empregos oscilantes, renda variável, situações inesperadas, despesas aumentando com a família etc., provavelmente acabaremos fazendo um mix de estratégias para acumular patrimônio para a aposentadoria.

 

Na parte 1, discuto os modelos tradicionais de repartição e acumulação em fundos de pensão.

Na parte 2, trato das possibilidades para a aposentadoria com ações. Usei premissas pouco triviais, portanto não é possível investir sem conhecer alguma metodologia de investimento e de seleção de empresas no longo prazo.

Em 2014, para os que não lembram, eu adaptei o método da National Association of Investors Corporation (NAIC – https://www.betterinvesting.org/). O método foi inventado em 1949 nos EUA e se espalhou por mais de 20 países. Fiz profundas adaptações para que pudesse ser usado no Brasil, mas a lógica é a mesma, bem parecida com o que ensinou o guru de Buffett, Ben Graham.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Fundos de Investimento Imobiliário – Estratégias para reduzir o estoque de Imposto sobre Ganho de Capital.

Posted on 06/02/2020. Filed under: Finanças |

Caros leitores,

Quem acompanha meus artigos conhece a estratégia para evitar carregar imposto de ganho de capital em carteiras de ações de longo prazo, que propus no meu livro “O Mercado de Ações em 25 Episódios” (ver nova edição atualizada AQUI).

Como há a possibilidade de vender até 20.000 reais por mês sem pagar Imposto, é possível passar 20 anos investindo (supondo que a lei não mude) e evitar ter um estoque enorme de imposto sobre ganho de capital a pagar.

Como fazer isso com os Fundos de Investimento Imobiliário (FII)?

Infelizmente (infelizmente MESMO), não há essa possibilidade de vender até 20.000 por mês de cotas de FII sem pagar imposto (20% sobre o ganho). Porém, há uma estratégia, ainda que imperfeita, para “limpar” os estoques de imposto.

Só é possível fazer isso a partir das ofertas públicas de emissão de cotas dos FIIs, sob algumas premissas e alguns cuidados.

Quem tem FII já deve ter percebido que as gestoras fazem, com alguma frequência (até excessiva) ofertas públicas para emitir novas cotas e capitalizar o fundo. É comum, pois no mercado imobiliário ter liquidez é importante para fazer bons negócios. E para fundos de papéis, é importante ter recursos para continuar a financiar o mercado imobiliário.

Como é comum que os gestores promovam emissões a preço MENOR que o de mercado e garantam direito de preferência aos atuais cotistas, há como se utilizar dessas condições para reduzir o estoque de imposto. Há, entretanto, alguns cuidados.

Vamos exemplificar, pois ficará mais fácil de entender as estratégias envolvidas e os cuidados a tomar.

Situação atual

Temos 1.000 cotas de um fundo a R$ 100 de custo médio.

O preço de mercado é de R$ 150,00.

Se fôssemos vender hoje teríamos um ganho de capital de 50 reais por cota, totalizando 50.000 reais, o que daria um estoque de imposto R$ 10.000.

Isso significa que nosso patrimônio potencial seria de R$ 150.000 – R$ 10.000 = R$ 140.000.

A oferta

O gestor propõe uma emissão para dobrar o número de cotas do fundo, ao custo de R$ 130,00. Você poderá dobrar sua posição se comprar mais 1.000 cotas (direito de preferência) na oferta a R$ 130,00 cada cota.

Estratégia A: Após o edital de convocação da Assembleia, onde a gestora informa as condições da oferta, o investidor vende a posição inteira para recomprar no dia em que as cotas ficarem EX-direitos de subscrição.

Em nosso exemplo as cotas estariam a R$ 150,00, portanto você venderá R$ 150.000 e terá que pagar um imposto de R$ 10.000 (20% sobre o ganho de R$ 50.000).

Não sabemos se as cotas estarão valendo mais ou menos do que R$ 150,00 até o último dia “COM direitos”. Supondo que estejam valendo os mesmos 150 reais, no dia seguinte, quando as cotas estiverem EX, abrirão ao preço teórico de 140,00 reais (subscrição de 100% de novas cotas a R$ 130,00). Supondo que você consiga comprar a R$ 140,00, terá um novo preço médio de R$ 140,00 por ação.

O estoque de imposto foi “pago” pela diferença de preço na subscrição.

Esse método é arriscado, pois depende dos humores do mercado. Você poderá vender mais caro que os R$ 150,00, comprar mais barato que os R$ 140,00, aumentando seu ganho, ou vice-versa, que reduziria seu ganho.

No fim você terá a mesma quantidade de cotas que tinha antes, com custo 40% maior.

Claro que, se você tiver recursos ilimitados, pode ser MELHOR, apenas comprar as novas cotas a preço mais baixo. Vai depender da sua estratégia e das suas possibilidades.

Estratégia B: espera a ação ficar EX-direitos e exercer o direito de preferência.

Como no exemplo anterior, a ação, no primeiro dia EX, estaria a R$ 140,00, venderíamos a R$ 140,00 e exerceríamos o direito de recomprar a R$ 130,00 adiante.

Sem considerar questões relacionadas aos proventos proporcionais e custos, venderíamos R$ 140.000, pagaríamos R$ 8.000 de impostos (20% de R$ 40.000) e compraríamos R$ 130.000 para repor a posição.

Parece que há uma vantagem nessa estratégia, de sobrar R$ 2.000, mas ela é compensada pelo fato de que nosso novo preço médio não será R$ 140,00, mas R$ 130,00. Em 1.000 cotas, essa diferença de 10 reais para menos explica o aparente ganho de R$ 2.000 (20% de ganho sobre R$ 10.000).

Na vida real as coisas não são tão simples!

Exemplo real: BPFF11

Custo médio do investidor = R$ 100,00

Em 07/01/2020 a gestora publicou um edital de convocação de Assembleia para deliberar sobre um aumento de capital nas seguintes condições:

  • Número de cotas: 1.000
  • Preço de emissão da cota: R$ 118,24
  • % de emissão de novas cotas 95,06%
  • A cotação de fechamento do dia foi de R$ 127,89.
  • A emissão foi aprovada em 29/01/2020. O preço de fechamento desse dia (último dia COM) foi de R$ 125,50 e a abertura no dia seguinte (dia EX) foi de R$ 121,50.

Na estratégia A, teríamos vendido 1.000 cotas por R$ 127,89 (fechamento do dia do edital de convocação) e recomprado a R$ 121,50, um ganho de R$ 6,39 por cota (sem considerar custos de transação). Nesse caso não precisamos vender apenas 950 cotas (95% de subscrição), pois não vamos exercer o direito, vamos vender e recomprar a mercado.

O imposto devido pela venda seria de R$ 5.578, sobrando R$ 812 dos R$ 6.390 que ganharíamos na operação.

No fim, sairíamos de um custo médio de R$ 100 para um custo médio de R$ 118,24.

Na estratégia B venderíamos 95% das cotas por R$ 121,50 (preço EX) e recompraríamos por R$ 118,24.

Supondo que temos 1.000 cotas, mas que só temos direito a comprar 95% (950 cotas), venderíamos por R$ 115.425 e recompraríamos por 112.328, totalizando R$ 3.097 de ganho.

O imposto devido pela venda seria de R$ 4.300, mas como só obtivemos R$ 3.097, teríamos que colocar dinheiro novo (R$ 1.203) para pagar o imposto, pois o ganho com a diferença não compensou o gasto com imposto.

Tem que fazer conta…

Premissas e cuidados:

  • Para quem pode colocar dinheiro novo, talvez o ideal seja acompanhar as ofertas e comprar mais cotas baratas.
  • Assumo na análise que a emissão NÃO deve baixar a rentabilidade prevista do fundo, ou seja, o gestor tomou a decisão porque viu oportunidade de manter ou até aumentar a rentabilidade do fundo.
  • Ambas as estratégias não “escapam” do imposto, como no caso das ações, elas antecipam o pagamento. No caso, o pagamento será feito pelo ganho gerado pelos direitos de preferência ou pelo ajuste teórico realizado pela bolsa.
  • Caso as cotas caiam de valor, pode parecer uma tolice ter adiantado o imposto para ter um custo médio menor, mas, no longo prazo, as coisas tendem a se ajustar, pois se você vender com prejuízo, se creditará desse prejuízo para abater de ganhos no futuro.
  • Essa estratégia não é perfeita, não é uma operação de arbitragem (ganho certo sem risco), e depende do interesse e da estratégia de cada investidor. Há muitos riscos de oscilação e os investidores especulam bastante nesse período de oferta. Não há quaisquer garantias de que os preços vão nos favorecer.
  • A forma menos arriscada de operar é vender já tendo o direito de preferência, daí você saberá que poderá comprar ao preço da oferta, mas vai depender do preço. Por exemplo, em dia 05/02/2020, o fundo IRDM11 estava EX-direitos, sendo negociado a R$ 122,00 e dando direito de recomprar a R$ 101. Nesse caso o risco é baixo (da oferta não sair, por exemplo).
  • Não é uma operação trivial, se o investidor estiver inseguro, principalmente com os cálculos e com as próprias premissas, o ideal é que não faça.
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  • Disclaimer

    Este blog é um ambiente privado para expor opiniões, estudos, reflexões e comentários sobre assuntos ligados a finanças, bolsa de valores, economia, política, música, humor e outros temas.

    Seus objetivos são educacionais ou recreativos, não configurando sob nenhuma hipótese recomendação de investimento.

    O investidor consciente deve tomar decisões com base em suas próprias crenças e premissas. Tudo que lê ou ouve pode ser levado em consideração, mas a decisão de investimento é sempre pessoal. Tanto na escolha de ações para carteira própria, quanto na escolha de gestores profissionais para terceirização da gestão.

    O Autor espera que os temas educacionais do blog possam ajudar no desenvolvimento e no entendimento das nuances do mercado de ações, mas reitera que a responsabilidade pela decisão de investimento é sempre do próprio investidor.

    Sejam bem vindos!

  • Paulo Portinho

    PAULO PORTINHO, engenheiro com mestrado em administração de empresas pela PUC-Rio, é autor do Manual Técnico sobre o Método INI de Investimento em Ações, do livro "O Mercado de Ações em 25 Episódios" e do livro "Quanto Custa Ficar Rico?", os dois últimos pela editora Campus Elsevier.

    Paulo atuou como professor na Pós-graduação de Gestão Social da Universidade Castelo Branco e na Pós-graduação oferecida pela ANBIMA de Capacitação para o Mercado Financeiro.

    Atuou como professor da área de finanças e marketing na Universidade Castelo Branco e no curso de formação de agentes autônomos do SINDICOR.

    Como executivo do Instituto Nacional de Investidores - INI (www.ini.org.br) entre 2003 e 2012, ministrou mais de 500 palestras e cursos sobre o mercado de ações, sendo responsável pelo desenvolvimento do curso sobre o Método INI de Investimento em Ações, conteúdo que havia chegado a mais de 15.000 investidores em todo o país, até o ano de 2012.

    Representou o INI nas reuniões conjuntas de conselho da Federação Mundial de Investidores (www.wfic.org) e da Euroshareholders (www.euroshareholders.org), organizações que congregam quase 1 milhão de investidores em 22 países.

    Atuou como articulista do Informativo do INI, do Blog do INI, da revista Razão de Investir, da revista Investmais, do Jornal Corporativo e do site acionista.com.br. Foi fonte regular para assuntos de educação financeira de veículos como Conta Corrente (Globo News), Infomoney, Programa Sem Censura, Folha de São Paulo, Jornal O Globo, entre outros.

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