Posted on 06/07/2009. Filed under: Finanças, Política |
Caríssimos,
Pela primeira vez, desde a quebra do padrão-ouro-dólar (segunda fase do padrão-ouro) por Nixon, há um movimento orquestrado para reduzir o poder do dólar.
Na época de Nixon, os EUA emitiam dólares à vontade e os países compravam sem pudores, pois havia a garantia de que poderiam ser pagos em ouro. Quando Nixon sentiu a armadilha, simplesmente mandou o padrão às favas.
Agora parece ocorrer mais um ataque contra o dólar, dessa vez com conseqüências imprevisíveis…
Alguns dos maiores detentores de títulos americanos (China, Rússia e Índia), que respondem por quase US$1,5 tri da dívida americana, estão deliberadamente tentando se livrar da moeda.
Vejam:
Senhores… Os EUA imprimem dólar como se imprime “dinheiro falso”, sem critério fiscal e monetário. Inundam o mundo com seus títulos, pagando juro ZERO de curto prazo. Há limites e os países que se empanturraram desses títulos não sabem mais o que fazer.
Ocorre que é um caminho INÉDITO na história econômica do mundo. O dólar NÃO É MAIS UMA MOEDA FORTE nos padrões aceitáveis. Os EUA têm déficits gigantescos tanto em conta corrente quando na área fiscal, ou seja, precisa emitir dólares para pagar os buracos do governo e para pagar as importações aos estrangeiros.
Um dia a conta vai chegar.
Agora… não há precedente. Normalmente a história se repete, podemos aprender com a leitura de episódios passados. Desta vez, não há episódio com forte semelhança.
É possível imaginar o dólar como uma moeda pouco interessante, com pouca representatividade? Pois é…
Por outro lado os emergentes precisam que isso ocorra muito devagar, sob o risco de “micarem” com bilhões de dólares-lixo.
Não consigo ver um “evento provável” num futuro próximo. Está nebuloso.
Arriscaria dizer que é possível uma tendência ao protecionismo, como forma de proteger as moedas nacionais.
Arriscaria dizer, também, que a China poderá aceitar “ser rica” e soltar seu câmbio. Isso tornaria os chineses, em termos relativos, bem mais ricos, ENTRETANTO, reduziria a inclusão social no país, pois as importações ficariam menos atraentes pelo Yuan forte. Menos empregos, menos produção.
Rússia, Índia, Brasil e outros não tem poder para lhufas.
A Rússia em poucos meses perdeu metade de suas reservas.
O Brasil só não perdeu porque optou por deixar o dólar variar 50% em poucos meses. Uma estupidez do BC que quebrou algumas das maiores empresas brasileiras e deixou outras centenas em dificuldades. Tem reservas para reduzir a volatilidade do câmbio e garantir previsibilidade aos operadores brasileiros, mas não usa. Incrível!
O que conta mesmo é a China.
Só há um medo nisso tudo: que haja “drives” ideológicos. Enquanto a China e os outros seguirem motivações econômicas, com lógica e valores econômicos, o sistema vai se auto-arranjar.
Agora, se houver interesse em “vingar os anos de dominação”, ampliar o “comunismo na terra”, essas coisas, aí a probabilidade é de retração fortíssima do comércio internacional. Devolvendo a China e os emergentes (o Brasil um pouco menos, pois é muito fechado) aos seus postos de 20 anos atrás. E os países ricos, bem menos ricos e com um pacote de consumo inferior e mais caro.
É um mundo “monetário” novo. Vamos esperar pelos desdobramentos…
A solução????
Ora, simples. Obama poderia fazer o que Clinton fez: Déficit ZERO. Por enquanto Obama tem a mesma profundidade de um página da Wikipédia. Só. Até agora, nada…
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