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Histórico de Preço/Lucro 2007 a 2015 – Randon – RAPT4
Continuando com os levantamentos de dados para o “Método SEMPRE”, vamos mostrar o que aconteceu com a Randon, outrora uma das mais cobiçadas Small Caps da bolsa.
Pretendo manter artigos semanais de apoio ao Método SEMPRE, porém em breve ficarão somente na Newsletter Premium da ADVFN (por força de contrato). No nosso bom e velho blog, apenas um resumo dos resultados.
Esse post vai analisar detalhadamente o que aconteceu com o Valor de Mercado e com Múltiplos Fundamentalistas da Randon (RAPT4), e discutir os principais eventos societários ocorridos entre 2007 e 2015.
Sempre relembrando que esse é um artigo de cunho educacional, cujo objetivo principal é demonstrar, explicar e debater questões como aumento de capital, cálculo do valor de mercado, subscrições, variação de ações em tesouraria etc. NÃO se trata de avaliação de ativos.
Antecipando alguns resultados (2007 a 2015)…
Como “aperitivo”, para aguçar a curiosidade do leitor e aumentar o interesse pelo complexo histórico de preços de mercado da Randon, veja alguns dados:
- Seu valor máximo de mercado atingiu R$ 3,358 bilhões, em 26/10/2010.
- Seu valor mínimo atingiu R$ 792 milhões, em 02/03/20009
- O P/L atual da Randon (18/03/2015) é 5,02.
Coleta de dados
Primeiros passos – Preço histórico
Continua o mesmo passo-a-passo ensinado no livro. Para quem não tem acesso à ferramenta da ADVFN, pode entrar no portal infomoney, por exemplo (há outros), digitar o ticker da RAPT3 e RAPT4 (ON e PN) e clicar em cotações. Há opção para escolhar cotações históricas com período máximo de 24 meses.
Pode baixar várias planilhas com dados de dois anos, depois organizar os dados em uma só. Ao final, darei um link para uma planilha já organizada.
Os preços que nos interessam são os HISTÓRICOS, ou seja, aqueles que vigiam na época, sem qualquer ajuste a dividendos, eventos societários etc.
Quantidade de ações
É bem simples achar a quantidade de ações no trimestre, mas as variações dentro dos trimestres não são tão óbvias.
Entrando no site da CVM ou da Bolsa, procure as informações ou relatórios financeiros. Procure as demonstrações financeiras completas de 2006. Ao clicar, haverá uma opção “05-Composição do Capital”.
Dados de balanços
Utilizei o site Fundamentus.com.br. Não é tão preciso quanto o da CVM e a ADVFN, mas facilita a busca, pois organiza os dados em trimestres.
Poucas variações na base acionária
As modificações na base acionária da Randon foram poucas, o que facilita bastante o cálculo do histórico de Preço de Mercado. Houve 2 bonificações, uma de 50% (cada acionista ganhou 1 ação para cada duas que detinha), em 14/04/2010, e uma de 25% (1 para cada 4) em 22/04/2014.
Histórico de Valor de Mercado
Com relação ao Preço de Mercado, percebe-se que a Randon acompanhou o boom de 2007-2008, e também sofreu no final de 2008, início de 2009, como praticamente todas as ações da bolsa.
Da mínima em 2/3//2009 (792 milhões) atingiu R$ 3,35 bi em 26/10/2010, alta de 430% em menos de 2 anos.
Manteve-se estável nos anos seguintes e vem apresentando queda desde o final de 2013, provavelmente por conta da queda nos lucros que se iniciou em 2012 e adentrou por 2013. O lucro mínimo acumulado em 12 meses foi de R$ 42 milhões no primeiro trimestre de 2013.
Curiosamente o lucro se recuperou em 2013 e 2014, porém o preço de Mercado, provavelmente prevendo uma economia mais fraca, continuou em queda.
O lucro de 2013 fechou em R$ 235 milhões e o de 2014 em R$ 201 milhões.
Para detalhes sobre os cálculos baixar a planilha AQUI.
Histórico de P/L
O gráfico do índice Preço/Lucro é muito interessante, pois mostra claramente um P/L baixo por conta de um bear market (mercado em baixa), em 2009 e um P/L alto demais por conta de um lucro muito baixo (2013).
Mas parece evidente que o P/L em condições naturais oscilou entre 6-7 e 14-15 para a Randon.
Dicas de análise
É claro que um P/L 5 parece muito baixo, mesmo para economia desaquecida. Porém o investidor precisa analisar vários pontos que podem “mascarar” esse P/L.
- Os lucros são REAIS? Ou são lucros contábeis, não recorrentes?
- Como foi a distribuição de dividendos? Foi regular, teve tendência da alta? Qual o Dividend Yield (a ferramenta da ADVFN tem esses dados)?
- Qual a expectativa da administração sobre os anos futuros? O que disseram no último balanço? O que os relatórios sobre vendas mensais (a Randon costuma divulgar) estão dizendo?
- Se a receita cair, a Empresa terá condições de reduzir os custos para manter a lucratividade?
Encerrando
Enfim, mesmo respondendo a todas as perguntas, não é fácil se decidir por investir.
Mas é importante ter em mente o seguinte. As oportunidades dificilmente aparecem em mercados inflados, com preços muito altos e euforia na economia e na bolsa. Aliás, são os momentos onde mais se perde.
Entrar numa empresa boa depreciada costuma ser um bom caminho para acumular patrimônio. É claro que o risco também está na equação.
A única coisa que o investidor não pode deixar de fazer é investigar, ler, perguntar tudo o que puder sobre a Companhia.
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Preços de Mercado Históricos – Rossi Residencial
Como os amigos que já tiveram oportunidade de ler o livro sobre o “Método SEMPRE” sabem, utilizei um modelo diferente, mais robusto e mais rico em informações, para calcular os índices fundamentalistas necessários para uma análise pelo SEMPRE.
A “complicação” seria levantar esses dados, que não são óbvios e só são oferecidos pela ferramenta da ADVFN sobre o Método SEMPRE.
Esse post vai analisar detalhadamente o que aconteceu com o Valor de Mercado da Rossi Residencial (RSID3), e discutir os principais eventos societários ocorridos entre 2007 e 2015.
Sempre relembrando que esse é um artigo de cunho educacional, cujo objetivo principal é demonstrar, explicar e debater questões como aumento de capital, cálculo do valor de mercado, subscrições, variação de ações em tesouraria etc. NÃO se trata de avaliação de ativos.
Antecipando alguns resultados (2007 a 2015)…
Como “aperitivo”, para aguçar a curiosidade do leitor e aumentar o interesse pelo complexo histórico de preços de mercado da Rossi, veja alguns dados:
- Seu valor máximo de mercado atingiu R$ 4,9 bilhões, em 14/10/2010.
- Seu valor mínimo atingiu R$ 181 milhões, em 15/12/2014
- Sem entrar em detalhes de subscrições e ofertas públicas, a perda foi de 96%.
Coleta de dados
Mesmo para quem tem ferramentas pagas com os dados do SEMPRE, é válido tentar montar sua base de dados sobre algumas empresas de interesse. Só assim será necessário enfrentar e entender as variações na base acionária, aumentos de capital, desdobramentos etc.
A RSID3 é bem pródiga em “complicações” para coleta de dados, de forma que servirá bem ao propósito de ensinar a interpretar as oscilações no preço de mercado.
Primeiros passos – Preço histórico
Continua o mesmo passo-a-passo ensinado no livro. Para quem não tem acesso à ferramenta da ADVFN, pode entrar no portal infomoney, por exemplo (há outros), digitar o ticker da ROSSI e clicar em cotações. Há opção para escolhar cotações históricas com período máximo de 24 meses.
Pode baixar várias planilhas com dados de dois anos, depois organizar os dados em uma só.
Para baixar a Planilha completa clique AQUI.
Os preços que nos interessam são os HISTÓRICOS, ou seja, aqueles que vigiam na época, sem qualquer ajuste a dividendos, eventos societários etc.
Por quê?
Simples, pois é uma informação inconteste. Se calcularmos o preço de mercado da Rossi em 14/10/2010, essa informação não muda, não importa o que aconteça no futuro.
Mas se trabalhássemos com cotações ajustadas, o passado acabaria mudando, pelos ajustes promovidos pela bolsa.
Outro ponto importante é que reduzimos os efeitos das oscilações das ON e das PN, que às vezes distorcem muito a análise. O caso Usiminas é classico. ON e PN estavam praticamente iguais. Com a possibilidade de troca de controle, as ON subiram 150% e as PN caíram 60%. Mas o preço de mercado GLOBAL não se alterou tão significativamente.
Após conseguir todas as cotações históricas, coloque-as em ordem de data.
Quantidade de ações
É bem simples achar a quantidade de ações no trimestre, mas as variações dentro dos trimestres não são tão óbvias.
Entrando no site da CVM ou da Bolsa, procure as informações ou relatórios financeiros. Procure as demonstrações financeiras completas de 2006. Ao clicar, haverá uma opção “05-Composição do Capital”.
Ao clicar aparecerá 78.851.814 de ações ordinárias mais 391.700 ações ordinárias em tesouraria, totalizando 79.243.514 de ações. Relembro que nosso método soma as ações em tesouraria, pois, em tese, não deveriam estar lá e, via de regra, voltam ao mercado através de pagamento de executivos ou alienação.
Faça o mesmo para todos os outros anos. (ver planilha no link acima)
Muitas emissões de ações…
A forma mais direta para entender o que se passou em termos de eventos societários com a Companhia é verificar, trimestre a trimestre, as variações na base acionária. Se há diferença relevante, vale buscar outras informações como Ofertas Públicas, Subscrições etc., para compreender as mudanças.
Quem fizer isso com a Rossi verá muitas variações, principalmente nas ações em tesouraria. Essas oscilações menores têm várias explicações, mas não requerem grande atenção com relação ao preço de mercado. As descontinuidades seriam pequenas. O que aconteceu com a Rossi:
- Emissões de ações, dentro do limite autorizado, para fazer frente a pagamento de executivos. São pequenos (em relação ao valor da empresa) e não alteram o preço histórico, porém influenciam o valor de mercado (no modelo adotado pelo Método SEMPRE).
- Subscrições. Houve duas grandes subscrições (22% em 07/10/2008 e 55% em 19/11/2012). A quantidade de ações saltou de 159 mi para 193 mi em 2008 e de 275 mi para 425 mi em 2012.
- Importante notar que essas subscrições às vezes podem ficar abertas durante algum tempo, de forma que a base acionária pode continuar mudando ao longo desse período. Mas é pouco relevante saber exatamente em que dia a base acionária mudou, basta saber o que mudou nos trimestres.
Mas há eventos que mudam muito o perfil dos preços, tanto históricos quanto ajustados.
- Ao pegar a quantidade de ações no primeiro trimestre de 2008 verifica-se que esta praticamente dobrou (79 milhões para 159 milhões). No próprio site da bolsa (proventos) verifica-se que houve uma bonificação de 100% aos acionistas.
- A data em que isso ocorreu? É fácil ver, basta atentar para uma mudança brusca nos preços históricos da Rossi. Essa mudança ocorreu entre 12/03/2008 (cotada a R$ 34,70) e 13/03/2008 (cotada a R$ 18,01). É claro que, para calcular o valor de mercado no dia 12/03, usaremos a base de 79 milhões de ações. Mas no dia seguinte, teremos que usar a nova base, de 159 milhões de ações.
- Em 5/10/2009 houve um aumento significativo no número de ações, de 193 milhões para 268 milhões por força de uma oferta pública de R$ 825 milhões.
- Não há descontinuidade grande no preço histórico, mas enorme no valor de mercado (pela entrada de capital), que saiu de 2,6 bilhões para 3,5 bilhões.
- O último grande evento é o grupamento de 5/1 em 19/11/2014, reduzindo em 5 vezes a quantidade de ações (de 437 milhões para 87 milhões) e subindo o valor das ações agrupadas de R$ 0,80 para R$ 4,00.
Resultados.
Mínimas e Máximas
A Rossi “surfou” na onda do boom imobiliário e deve ter dado muitas alegrias para quem comprou-a durante a crise de 2008 e vendeu em 2010, época em que se valorizou cerca de 10 vezes.
Mas a perda de valor posterior foi significativa, como se vê no gráfico. E ainda foi um pouco pior do que parece, pois houve uma subscrição de 150 milhões de ações a R$ 4,00 (antes do grupamento, o que equivaleria hoje a R$ 20,00). Esses 600.000.000 não estavam contabilizados naqueles R$ 4,9 bilhões de 2010.
Vale reler os prospectos de oferta pública e os fatos relevantes da Época. É bastante significativa a mudança na economia brasileira.
Devo continuar com essa série, explorando os eventos societários das empresas, mas os posts completos ficarão no site da ADVFN, por força de contrato, por aqui colocarei os principais highlights.
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