Archive for fevereiro \20\-03:00 2009

O lucro é bom, ministro Lupi!

Posted on 20/02/2009. Filed under: Finanças, Política |

Amigos,
 
Como sabem, para que suas ações se valorizem, as empresas precisam ter lucros crescentes. Temos difundido esse princípio ao longo dos últimos 5 anos no país, muitas vezes com sucesso.
 
Entretanto, talvez por influência de um governo sindicalista até a alma, não raro sofremos algumas agressões por difundir essa idéia. Aliás, ela soa muito mal às viúvas do comunismo, pois prega não só o lucro, como que ele seja crescente!
 
Pois bem, em poucas palavras (como se eu conseguisse) espero deixar claro que o lucro crescente é pressuposto básico para o desenvolvimento econômico.
 
Sustentável ou não, isso depende do foco.
 
Antes de iniciar, quero deixar claro que reconheço nas pessoas que confrontam nossas idéias grande valor intelectual e uma boa-fé evidente.
 
Para onde vai o lucro?
 
O ministro Lupi, do trabalho, vem afirmando regularmente que julga um absurdo que as empresas demitam, tendo auferido lucros recordes nos últimos anos. Ele imagina, dentro de seu precário modelo de pensamento, que as empresas teriam uma “gordura” para queimar.
 
Isso é uma bobagem sem tamanho. A pessoa jurídica, ao declarar seu lucro pode distribuí-lo aos acionistas/cotistas, que são entidades terceiras, ou mantê-lo na própria empresa, para reinvestimento.
 
O dinheiro distribuído aos acionistas/cotistas vem para girar a economia, permitindo-lhes consumir mais, investir em outras frentes, contratar mais, exercer seu empreendedorismo, complementar aposentadoria etc.
 
O dinheiro retido é utilizado para que a companhia faça o lucro crescer ainda mais, reinvestindo em máquinas, novos empregos, treinamentos, novos sistemas etc.
 
Resumindo, o ministro está contando com um lucro que, provavelmente, já foi empregado em outras finalidades.
 
A Embraer demitiu 20% de sua força de trabalho. O ministro acha que ela já teve lucro demais e não poderia demitir.
 
O ministro parece ter conhecimento muito precário de trivialidades de economia e administração.
 
Parece não entender obviedades. O lucro que a Embraer teve serviu, justamente, para que ela, nos últimos 5 anos, dobrasse o número de funcionários.
 
A Embraer pagará os funcionários de hoje com as receitas de hoje e do futuro. Que estão sendo cortadas em níveis sem precedentes.
 
Caso a Embraer tenha um surto comunista e decida que não mais terá lucro, que todos os benefícios serão para os trabalhadores, provavelmente deixará de existir em poucos anos. E todos serão demitidos.
 
A crise e suas lições
 
Nós estamos vendo demissões sem precedentes mundo afora. Todas as empresas estão se readequando para, no curto ou médio prazos, voltarem ao azul. Os governos de todo o planeta estão enfiando dinheiro na economia para evitar o pior: quebradeira geral. Isso sim, seria catastrófico para a economia, pois não haveria emprego nem lucro. Nem nada.
 
O que a gente prefere?
 
Hugo Chávez disse que não há desemprego na Venezuela, por ser socialista. Que desemprego é um fenômeno capitalista.
 
Em Cuba também não há desempregados, não há analfabetos etc.
 
As empresas desses países são “nacionais”, servem aos propósitos de uma tal revolução socialista ou bolivariana. São empresas que, independente do ciclo, não podem demitir.
 
Como isso poderia dar certo?
 
Como pode uma empresa passar anos dando prejuízo sem quebrar?
 
Simples: o povo paga. Paga com impostos, paga com miséria, paga com proselitismo, paga com populismo, paga com ignorância, paga com racionamento de comida, paga com racionamento de papel higiênico e, SEMPRE, paga com falta de liberdade de expressão.
 
Para alguns leitores eu peço desculpas. É por demais óbvio que a riqueza só é gerada com RIQUEZA. Mas nem todos pensam assim. Tenho certeza que vocês encontram gente ou textos, todos os dias, dizendo o contrário. Elogiando alternativas populistas.
 
Desenvolvimento sustentável
 
A “ira verde” contra o desenvolvimento econômico reza que este está destruindo o planeta. É possível, mas não muda em nada a visão de que só riqueza gera riqueza.
 
Não importa em que mundo vivamos, se numa economia depredadora ou numa economia verde. Em ambos os casos, só haverá crescimento econômico se houver geração de riqueza, que só se obtém com lucros crescentes.
 
Aliás, não há nada mais “cinza” do que o comunismo. Desconheço qualquer iniciativa “verde” em economias de planejamento central.
 
Anyway, continuo tendo todo o respeito pelos seguidores de Chávez e Fidel, apesar de ter certeza de que eles não teriam qualquer respeito por mim.
 
E sigamos em frente, lutando para que o Brasil seja rico de verdade.
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Banqueiros estrangeiros…

Posted on 20/02/2009. Filed under: Finanças, Humor |

 
Recebi um artigo de um ex-senador pelo Texas, que hoje é chairman do UBS. É uma piada.
 
Os bancos estrangeiros estão absolutamente quebrados. Não valem o almoço dos funcionários.
 
Esse sujeito resolve encontrar culpados pela crise financeira e, naturalmente, pesa a mão sobre a política monetária dos EUA.
 
Para ele, o mercado é bem regulado, os bancos são competentes etc., o problema foi que o governo baixou demais os juros.
 
O que fazer com um cara desses?
 
Esses bancos suíços encheram-se de dinheiro acobertando toda sorte de bandidos mundo afora. De Maluf a Fidel, de Madoff a Arafat.
 
O governo colocou as cartas na mesa e fez as regras. Os bancos, evidentemente, foram imprevidentes. Ninguém consegue me convencer de que são vítimas. Os bônus vieram desse lucro e dessa alavancagem exagerada. O sujeito tinha 3 jatinhos e o banco dele quebrou.
 
Agora os governos não sabem o que fazer. Seria o mundo mais justo possível, caso deixássemos os bancos quebrarem. Mas aí a economia mundial regridiria à década de 70. E quero dizer de 1870.
 
O menos pior dos mundos, infelizmente, parece ser o único possível. Nacionalizar os bancos por um curtíssimo período, apenas para atravessar a fase da desalavancagem. Além de dizimar os derivativos inadequados às práticas de hedge ou, ao menos, regulamentá-los.
 
Nenhum ser, humano ou extra-terrestre, consegue afirmar que o mercado de CDS é honesto. Ninguém tem certeza de que os créditos segurados existem ou existiram. Uma verdadeira zona, que está sendo aos poucos organizada. Aliás, ninguém sabe ao certo se esses ativos tóxicos estão mesmo respaldados na economia real ou se fazem parte de alguma fraude contábil. Depois do Madoff e de alguns hedge funds, não há porque duvidar da picaretagem desses mega-executivos.
 
O problema é que político é lixo em qualquer lugar do mundo. Na América Latina eles são, somente, menos preparados e ainda trazem um ranço da ideologia marxista. Mas nos EUA e na Europa também são péssimos.
 
Deixar um banco com o governo é um perigo imenso. O perigo menor é que o banco seja mal gerido, o que será com certeza. O perigo maior é que a crise de confiança se alastre também aos países e aos bancos centrais. Se isso ocorrer, não há refúgio. Idade Média geral.
 
O que não pode é um sujeito que foi senador e é chairman do UBS sugerir que os bancos não tem culpa. Ora faça-me o favor!
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Diplomacia no pindorama…

Posted on 19/02/2009. Filed under: Finanças, Humor, Política |

Está cada vez mais difícil ser cidadão de Vera Cruz…
 
Às vezes, faço minha mulher assistir a TV Bloomberg, o que ela considera uma espécie de tortura, mas assiste.
 
Ontem estávamos vendo duas reportagens, antes de irmos para nossos respectivos trabalhos, uma com Celso Amorim, esse “gigante” da diplomacia, e outra com Lula, esse “gigante” da moralidade e da coerência.
 
Amorim estava explicando por que o Brasil não iria enfrentar as medidas protecionistas implementadas pela Argentina.
 
Como vocês sabem, a Argentina e outros países “amigos” sempre elegem o Brasil como alvo principal de suas políticas protecionistas.
 
Querem retringir as importações de produtos brasileiros, impor tarifas extras etc. São medidas impressionantes, pois a Argentina faz parte do Mercosul.
 
Seria (quase) como a França implementar medidas protecionistas contra a Itália?!?!?!
 
As explicações foram de qualidade precária. Um vexame, uma aula de tergiversação pífia, de sofismas esquerdistas novecentistas. Nem brizolismo era, pois o caudilho, ao menos, era engraçado.
 
Depois, imediatamente depois, veio Lula.
 
Lula estava desancando o protecionismo dos países ricos. Dizia ser um absurdo esses países lançarem mão de práticas econômicas restritivas para proteger suas economias e os empregos de seus cidadãos. 
 
Dizia que o protecionismo só iria piorar a situação mundial. Dizia que o Brasil pode tomar medidas junto à OMC contra essas práticas.
 
Minha mulher perguntou, espantadíssima: – Ele tá brincando, não está? Está de sacanagem! Chamar a Argentina de país rico, só pode ser sacanagem.
 
Não posso culpá-la pela confusão.
 
As pessoas que raciocinam, as pessoas de bem, realmente têm dificuldade para compreender o governo.
 
Expliquei a ela que Amorim estava passando a mão na cabeça da Argentina, dizendo que não iria enfrentar suas medidas protecionistas, que não iria representar contra ela na OMC, enquanto Lula estava se referindo aos EUA e à Europa.
 
Ela emendou:
 
– Ué! Por que a Argentina pode ser protecionista e os EUA e a Europa não?
 
Busquei muitas explicações racionais, mas não achei.
 
Quis dizer que, para o comércio exterior brasileiro, a Argentina e os países da América Latina seriam menos importantes do que os países ricos, mas isso está longe de ser verdade.
 
Na realidade, a política do governo federal foi de reduzir o relacionamento comercial com os países ricos e aumentar fortemente com os países latino-americanos, de forma que estamos muito mais vulneráveis ao protecionismo de nossos “hermanos”.
 
E já tomamos calotes homéricos do trio “século XIX”, Chávez, Correa e “Zacarias” Morales. E estamos entrando em outros buracos com a Argentina e com o Paraguai.
 
É muito difícil manter a mente sã no Pindorama.
 
Minha mulher, depois dessa, trocou de canal e começou a assistir a entrevista dos participantes do BBB9 no programa da Ana Maria Braga. Infelizmente sou obrigado a concordar que ela vai aprender muito mais com isso…
 
That’s all folks!
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Bolsa-vaselina 2

Posted on 04/02/2009. Filed under: Política |

Lembram do e-mail da semana passada falando da “Bolsa Vaselina“?
 
Eu não havia conseguido confirmar a informação, pois o site do ministério da Saúde não atualiza sua área de editais e licitações desde 2007.
 
A despeito da incrível incompetência de manter um site tão importante sem atualização, de resto, devo publicar a explicação do ministério.
 
O ministério acabou se explicando e o Globo Online publicou a notícia:
 
 
Bem explicadinho.
 
O gel é para reduzir o risco de romper o perservativo e, se ocorrer, reduz o risco de contaminação. Sei lá se é verdade que reduz o risco de contaminação, mas faz algum sentido.
 
Há ainda a distribuição para mulheres na menopausa, por motivos diferentes, porém também inteligíveis.
 
Enquanto isso nosso programa de prevenção contra a AIDS, que ainda é modelo no mundo, está estagnado há 5 anos. Veja:
 
 
Talvez distribuir camisinhas e lubrificantes seja eficiente.
Talvez fazer propagandas maliciosas sobre o carnaval seja também eficiente.
Talvez distribuir cartilhas e seringas aos viciados seja eficiente.
Talvez…
 
Certamente isso vai ensinar bastante sobre a forma segura de fazer sexo anal e sobre a forma correta de injetar heroína. O que, sem dúvida, é importante.
 
Preferiria que as campanhas, ao menos, fossem educativas no sentido de transmitir valores mais universais.
 
Naturalmente sem hipocrisia. Talvez estimular as pessoas a evitarem entrar nos grupos de risco seja uma boa idéia.
 
Enquanto estiverem neles, receberão KY e seringa, sem problemas.
 
Porém os grupos e os comportamentos de risco são bem conhecidos e as formas de evitá-los não são tratadas em nenhum programa de abrangência visível.
 
Não usar drogas, ter parceiro sexual fixo, evitar promiscuidade, não compartilhar seringas etc., infelizmente, não são valores transmitidos pelo Ministério.
 
Ao menos, não é isso que vemos nas campanhas.
 
Não quero parecer retrógrado, mas a evidência pragmática é simples: todas as atitudes reveladas acima aumentam o risco de contrair AIDS e outras doenças bastante perigosas como hepatite, herpes, infecções e sífilis.
 
Há que ensinar a usar a seringa, mas também que sugerir que a vida nas drogas não é um caminho viável.
 
Há que distribuir KY, mas também que sugerir um comportamento sexual de menor risco. Se não por moral, pelo pragmatismo do combate à AIDS e às DSTs.
 
Como vocês perceberão na reportagem do Estadão, o crescimento expressivo da AIDS no Norte e no Nordeste se dá em jovens homossexuais e heterosexuais.
 
Um jovem de 15 anos que tem acesso a um Kit com camisinhas e KY não poderia estar sendo estimulado?
 
Se não tomarmos cuidado, acabaremos por transmitir um valor positivo para a promiscuidade. Será um valor superior em nossa sociedade.
 
Correndo o risco de ser mal-interpretado pelos “progressistas” de plantão, não gostaria de viver em uma sociedade onde a promiscuidade seja interpretada positivamente.
 
Nem a corrupção e nem a violência.
 
Compreendam progressistas, não estou afirmando ser certo ou errado, apenas que não é meu desejo ver esses valores tornados superiores em nossa sociedade.
 
Opinião deve ser respeitada.
 
Desculpem o tema, nada financeiro, mas, afinal, o dinheiro é nosso, não é? Podemos ao menos sugerir um complemento educativo, para evitar que nossos jovens acreditem que nosso governo os estimula a usar drogas e a praticar sexo sem consciência.
 
That’s it folks. 
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  • Disclaimer

    Este blog é um ambiente privado para expor opiniões, estudos, reflexões e comentários sobre assuntos ligados a finanças, bolsa de valores, economia, política, música, humor e outros temas.

    Seus objetivos são educacionais ou recreativos, não configurando sob nenhuma hipótese recomendação de investimento.

    O investidor consciente deve tomar decisões com base em suas próprias crenças e premissas. Tudo que lê ou ouve pode ser levado em consideração, mas a decisão de investimento é sempre pessoal. Tanto na escolha de ações para carteira própria, quanto na escolha de gestores profissionais para terceirização da gestão.

    O Autor espera que os temas educacionais do blog possam ajudar no desenvolvimento e no entendimento das nuances do mercado de ações, mas reitera que a responsabilidade pela decisão de investimento é sempre do próprio investidor.

    Sejam bem vindos!

  • Paulo Portinho

    PAULO PORTINHO, engenheiro com mestrado em administração de empresas pela PUC-Rio, é autor do Manual Técnico sobre o Método INI de Investimento em Ações, do livro "O Mercado de Ações em 25 Episódios" e do livro "Quanto Custa Ficar Rico?", os dois últimos pela editora Campus Elsevier.

    Paulo atuou como professor na Pós-graduação de Gestão Social da Universidade Castelo Branco e na Pós-graduação oferecida pela ANBIMA de Capacitação para o Mercado Financeiro.

    Atuou como professor da área de finanças e marketing na Universidade Castelo Branco e no curso de formação de agentes autônomos do SINDICOR.

    Como executivo do Instituto Nacional de Investidores - INI (www.ini.org.br) entre 2003 e 2012, ministrou mais de 500 palestras e cursos sobre o mercado de ações, sendo responsável pelo desenvolvimento do curso sobre o Método INI de Investimento em Ações, conteúdo que havia chegado a mais de 15.000 investidores em todo o país, até o ano de 2012.

    Representou o INI nas reuniões conjuntas de conselho da Federação Mundial de Investidores (www.wfic.org) e da Euroshareholders (www.euroshareholders.org), organizações que congregam quase 1 milhão de investidores em 22 países.

    Atuou como articulista do Informativo do INI, do Blog do INI, da revista Razão de Investir, da revista Investmais, do Jornal Corporativo e do site acionista.com.br. Foi fonte regular para assuntos de educação financeira de veículos como Conta Corrente (Globo News), Infomoney, Programa Sem Censura, Folha de São Paulo, Jornal O Globo, entre outros.

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