Archive for setembro \27\-03:00 2008
Posted on 27/09/2008. Filed under: Finanças, Humor |
Folks,
Muitos me perguntam nas palestras: Qual o pior cenário?
É uma resposta bem difícil, mas dá para divagar um pouco.
Imagino que o colapso do sistema bancário seja o pior cenário. Inventamos muitas formas sofisticadas de fazer o dinheiro fluir, de proteger investimentos, de alavancar investimentos etc.
Essa sofisticação acabaria regredindo a níveis rudimentares, porém mais seguros.
É uma conta simples:
Se os bancos de investimento americanos emprestavam 40 vezes o seu patrimônio, e o conservador seria emprestar 10 vezes, então temos 4 x mais dinheiro circulando do que a estrutura bancária “conservadora” permitiria.
Bom, agora, isso não significa que não haja DEMANDA por todo esse crédito. De forma que, se ele faltar, iremos criar um “consumo/investimento reprimido“.
Provavelmente seria suprido com enorme frouxidão fiscal. Os países teriam que abandonar suas metas de superávit e de endividamento para suprir a necessidade de capital e de consumo do mercado.
Os sofisticados mercados financeiros, os mercados de futuros, de CDS, de CDO e todos os ativos inventados nas últimas décadas estão na mira de mais regulamentação.
Não me surpreenderia se a VALE indicasse que não mais respeitará os preços indicados pelo mercado futuro de Níquel. Vai dizer: O Níquel está a 10.000 dólares, mas só aceito contratos de longo prazo iniciando em 19.000 dólares.
Também não me surpreenderia se um país de honestidade heterodoxa (leia-se Rússia) parasse de respeitar contratos de petróleo e forçassem a mão contra os instrumentos de hedge (proteção). É um sentimento meio que: Ah, está tudo errado, vamos aproveitar e investir contra esse instrumento!
É notório que o mercado financeiro, em momentos de pânico como agora, apresenta enormes disfunções.
O que tinha como função proteger, desprotege. O que tinha como função garantir, derruba. O que tinha como função regular, destrói.
Só isso para explicar o que está acontecendo nos mercados futuros de commodities. As mercadorias caem 80% em 6 meses.
Pergunto: Alguém já viu cair o preço de qualquer produto nesse nível? Pois é…
Uma coisa parece clara. O consumo mundial não era falso, mas suas formas de financiamento sim, parecem falsas.
O chinês quer calça jeans e continua querendo, mas o sistema que fazia a calça jeans chegar até ele, por um preço aceitável, além de fazer o dinheiro chegar ao bolso dele, está sem “combustível”. Mas a demanda está lá, talvez mais fraca.
Parece consenso que sairão menos comprometidos da crise aqueles países que tiverem grande dependência do mercado interno, além daqueles em que os governos tenham grande capacidade de investimento e dos que têm uma grande poupança estocada. A China se enquadra em todos esses itens. Há 2 trilhões de dólares em reservas internacionais.
Países como a Inglaterra, onde a riqueza é derivada do mercado financeiro (Londres é o centro financeiro do mundo), serão os que mais vão sofrer, aliados aos países “alavancados”, que são aqueles onde o volume de crédito é muito alto em relação ao PIB. Aliás, o futuro imediato da Inglaterra é bem incerto. Sem as receitas do mercado financeiro…
No Brasil o impacto deverá ser moderado, pois nosso mercado é enorme e nossas relações estão fortes com países de grande mercado interno também, como a China.
Enquanto isso, vamos fazendo poupança em ações, ligadas ao crescimento do país e dos outros emergentes, para aproveitar a próxima onda compradora, ou a próxima bolha.
Pense no mercado internacional como sendo uma longa vareta de aço. Bem longa e bem fina. Pois ela está sendo flexionada. Com força.
Por muito tempo ela terá força e tenacidade para retornar, talvez um pouco torta.
Mas há um ponto em que ela quebra. Esse é o ponto da quebra de paradigma. Esse é o ponto onde é mais barato e mais seguro reiniciar do que reparar.
O mercado financeiro continua sem exercer sua função de regular os interesses por capital. O que está ocorrendo hoje é o desespero por ganhar (ou perder pouco) no curtíssimo prazo. São operações descobertas, marotas e viciadas. É certo que o investidor de longo prazo não está brincando disso.
O mercado, hoje, parece aquele rapaz que sequestrou o ônibus 174, que praticamente implorava à polícia para receber um tiro na cara ou aquela criança que faz bobagem de propósito para receber a repreensão dos pais. O mercado parece que está clamando por limites. Sempre dizemos, nos cursos, que o especulador é importante na formação de preço. Isso quando ele está “jogando” com outros tipos de investidor. Mas quando sobra somente o especulador, não há fundamento que resista.
Se continuar sua disfunção, o mercado será chamado aos limites. Voltaremos aos anos 80 em termos de derivativos, mas é esse o preço por não sabermos utilizar a liberdade que Papai Greenspan nos garantiu.
E, mais uma vez, só sobrará aquele que segue Warren Buffett. Warren Buffett é o Forrest Gump do mercado de ações.
Forrest, haja o que houver não tire os olhos da bolinha!
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Posted on 24/09/2008. Filed under: Finanças, Humor |
Amigos,
São Paulo e RJ disparam no ranking das cidades mais caras do mundo.
Uma amiga nossa que mora em Tóquio está horrorizadoacom o custo de vida no Brasil.
Dá pra entender?
Leiam:
Pergunto:
– Faz sentido o custo de vida em São Paulo ser maior do que em Amsterdã?
– Faz sentido o custo de vida no Rio de Janeiro ser maior do que em Estocolmo (Suécia) e Barcelona?
Comparar o RJ com a capital sueca é um absurdo. Amigos, a população do RJ é mais rica do que a de Estocolmo? Então como podem manter esse padrão de consumo, que permite preços ridiculamente altos, em comparação com capitais européias de países riquíssimos!
É o câmbio. Lembram dele? Pois é, transformou-nos em país rico…
Bom, é bem verdade que a maior distorção está me Moscou, onde um cafézinho está custando US$ 10,40. Ainda não chegamos lá…
Como disse Caetano, antes de virar capitalista e devoto de Santo ACM do Bonfim, “alguma coisa está fora da ordem”.
Bom, espero que o ajuste seja gradual…
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Posted on 15/09/2008. Filed under: Finanças, Humor |
Bom,
Não é novidade para ninguém. Lehmann pediu o boné. Pendurou uma conta de US$ 613 bi, que deve desencadear uma onde de insolvências em mercados de derivativos, que esperamos que dure pouco.
A Merrill, apesar de ter sido comprada pelo BofA com 70% de ágio, também quebrou.
Pode ter certeza que os minoritários ficarão a ver navios. O BofA não vai estender esse ágio aos outros acionistas. Exigir ganhos dos bancos americanos, agora, é chutar cachorro bêbado na ladeira.
Além de, provavelmente, não haver qualquer dinheiro envolvido nisso, só troca de ações. Tipo, troco uma brasília 79 de US$ 50 bi, por 2 variants 72 de US$ 25 bi cada, topa?
O Washington Mutual, maior instituição de poupança nos EUA, também está em situação difícil, mas parece que a seguradora AIG passou à frente, na fila da falência iminente.
É um momento bastante interessante, para investidores de longo prazo, e péssimo para os apostadores de plantão. Principalmente o pessoal dos derivativos de crédito e de mercados futuros.
Hoje o dia promete ser turbulento.
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Posted on 09/09/2008. Filed under: Finanças, Humor |
A intervenção na Fannie e no Freddie está criando um caos nos EUA. Estão chamando o Paulson de “comunista”, de “ministro das finanças da república popular da China”!
Pegando pesado mesmo, dizendo que os EUA não são mais uma economia de mercado etc.
Vejam:
Infelizmente o Fed não teve opção. O mercado financeiro ficou muito complexo, criou-se muito dinheiro do nada.
Esses derivativos de crédito foram usados e abusados e acabaram gerando uma quantidade irreal de dinheiro no mundo.
O Fed está fazendo tudo o que pode fazer para evitar um terremoto no sistema financeiro americano. É fato mais do que absoluto que alguns bancos americanos tecnicamente mortos, estão prolongando sua agonia, estão em sobrevida, mas uma desconfiança no sistema financeiro poderia gerar corrida a bancos saudáveis, o que seria inimaginável.
Warren Buffett sempre falou que esse mercado de derivativos era um perigo. Sempre disse que dinheiro vem de venda de aço, de venda de minério, de venda de frango, de venda de empréstimo, de venda de petróleo e não de especulação sobre preço futuro de minério, petróleo ou frango.
Mercado de derivativos é importante. Ninguém nega. Agora, qualquer registro contábil “maroto”, pode fazer um balanço medonho se tornar aceitável, dado que os derivativos oscilam muito.
A pressão nos bancos americanos por aumentar o lucro trimestre a trimestre fez com que os executivos perdessem a mão na dose de ações heterodoxas.
Lamento, pois quem pagará a conta serão os contribuintes americanos. Aqueles executivos irresponsáveis, que receberam 400 milhões de dólares de bônus, não perderão nada, apesar de estarem à frente de uma mega-ultra-hiper-bolha de derivativos de commodities/crédito.Continuarão com todos os lucros auferidos nos últimos anos de bonança.
Enquanto isso, o Lehmann já perdeu em 18 meses, mais do que ganhou em 30 anos.
Não há outra dica, para o momento: Mantenha-se em empresas da economia real. Sólidas e com boas perspectivas de crescimento de lucro/vendas. Mantenha-se em mercados REAIS que estiverem em ascensão. Fuja de derivativos e comportamento de risco.
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Posted on 09/09/2008. Filed under: Finanças |
A fila anda, e anda rápido nos States…
A incorporação da Fannie e do Freddie ontem, pulverizou as ações. Elas já tinham caído 92% até sexta. Ontem caíram mais 88%. Estão na casa dos centavos de dólar.
Hoje o regulador bancário da Coréia disse que “não é uma boa idéia” comprar participação no Lehmann, fazendo com que o Korea Development Bank tivesse que voltar atrás da idéia (maluca) de comprar uma parte do Lehmann Brothers, o quarto banco americano.
Aqui no Brasil a irracionalidade continua rolando solta. Vende-se tudo, sem critério. Algumas coisas se seguram, mas se a irracionalidade continuar talvez vejamos coisas impressionantes.
O que mais me impressiona hoje é o preço da TMAR5. R$ 77,00, com previsão de pagar dividendos no dia 11/09/2008 (pagamento em 19/09). Dividendos de R$ 17,00 ?!?!?!?!?!?! Acreditem ou não, 25%. Mesmo com o preço ajustando no dia seguinte, é um dinheirinho no bolso e a manutenção da ação…
Outras coisas são impressionantes.
Usiminas, se pagar o dividendo previsto, vai remunerar o acionista em mais de 7% no ano, considerando o preço atual de R$ 44,90.
Marcopolo, mesmo sem cair abaixo de R$ 5,80, continua pagando dividend yield superior a 6%.
Banestes paga, por mês, 0,35% de dividendos. Regularmente. Todo mês.
CPFL, a R$ 31,00, vai pagar mais de 10% de dividendos, sem dúvida.
Eletropaulo e AES Tietê nem vale a pena falar.
Porém o movimento de queda se justifica: falta comprador.
Tenho comprado com frequência. Já saí de 12,8% do clube para 15,3%.
Se continuar assim, logo chego aos 20% de participação.
É que os aportes caíram muito. O medo é grande… Como compro empresas e não “bolsa”, fico mais animado, mas não é um comportamento muito comum, reconheço.
Todos dizem que o certo é comprar na baixa e vender na alta, mas a natureza humana é traiçoeira, a gente sabe disso, mas sente totalmente diferente. O sentimento mais natural é querer entrar quando está “bombando”, e sair desesperado quando está derretendo.
Com alguns anos de bolsa, esse sentimento muda e começamos a agir da forma racional, aquela que a gente sabe que é correta. Mas, até lá, os sentimentos são bem diferentes do que prega o cérebro.
Let’s go! Rumo aos 20%!
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Posted on 05/09/2008. Filed under: Finanças, Humor |
Tem muita gente preocupada e me perguntando o que devem fazer?
A minha sugestão é bem trivial:
Acordar, ir para o trabalho, ser um profissional excelente, guardar dinheiro etc. etc., mas é evidente que ninguém gosta de ouvir esse papo.
Para ser sincero, eu indicaria os jogos do Flamengo, mas apenas uma pequena parcela da população brasileira entenderia.
Algo como 85,4%…
Brincadeirinha…
Com relação aos meus investimentos, não tem muito mistério.
Compro sempre que posso. No momento que tenho comprado mais, na pessoa física, é Randon, Marcopolo e Sadia. Foram as últimas 3 compras.
E COM DINHEIRO NOVO. Dinheiro de ontem.
Randon entrou hoje a 12,33 e há 2 semanas a 12,44.
Caiu? Paciência…
Os motivos são os mais óbvios:
- Mercado mega-ultra-aquecido, há fila de espera de 7 meses para ônibus e caminhões, P/L baixo e bons dividendos.
- Podem parar de consumir tudo, mas comida vai ser difícil…
Como forma de mostrar os fundamentos que embasam o investimento em bolsa, pretendo escrever um artigo trazendo os retornos com dividendos atualizados para as companhias brasileiras, com base nesses preços mais baixos das ações.
Pretendia fazer isso agora, daqui de Joinville, mas parece que vão me mandar para uma entrevista num canal de TV que tem perto de 34 assinantes. Ok. Ossos do ofício… Culpa do Giácomo, membro do nosso clube…
Você mesmo!
Para os que ficam me perguntando: E se virar pó?
Eu lembro: virar pó significa comprar a empresa inteira por ZERO reais. Entende? ZERO. Não é assim que a coisa funciona. É um momento de preocupação mundial, mas não houve sinais, até o momento, de que o consumo de aço, ferro, frango, álcool etc. tenha caído.
Desacelerar NÃO É CAIR.
Significa que, em vez de subir 38% ao ano, como o crédito vinha subindo, crescerá 30% ou 25%. 15% que seja. Pode cair num mês ou em outro, mas no ano vem subindo o consumo de matérias primas.
Espero poder enviar esse artigo muito brevemente. Vocês verão que há empresas remunerando SÓ COM DIVIDENDOS, mais do que qualquer renda fixa.
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Posted on 04/09/2008. Filed under: Finanças |
Ao contrário do FED, que vem tentando de todas as formas evitar tornar as vidas dos bancos ainda mais difícil, o Banco Central Europeu vem testando todos os limites do equilíbrio financeiro internacional.
Tem elevado as taxas básicas de juros e as taxas para que os bancos peguem dinheiro emprestado com o BCE.
Vejam:
Senhores, eu até concordo que muitos executivos de bancos estrangeiros deveriam estar na cadeia, por conta dessa bolha de derivativos que criaram, só para garantir os gordos bônus que seus bancos pagam, mas daí a testar os limites do equilíbrio financeiro internacional… Dar lição em colarinho branco com dinheiro de sardinha…
Acho que eles estão errados.
Nunca se deve levar tudo “a ferro e a fogo”. Deve-se ter maleabilidade. Deve-se aceitar que o bandido perca menos do que merece perder, para que os inocentes não venham a perder o que não merecem.
Erram ao utilizar as taxas para “controlar a inflação” ou para “dar uma lição nos gananciosos”. A falha na legislação e na fiscalização dos bancos e dos Hedge Funds é das autoridades financeiras e não dos pequenos investidores.
As autoridade devem trabalhar para reduzir as turbulências, para sanear o mercado, para legislar no sentido de evitar bolhas futuras E responsabilizar as pessoas que atuaram para gerar esse desequilíbrio financeiro atual.
Hoje temos um mundo que vale, na economia real X, e uma quantidade de dinheiro 3X. Tudo fruto de especulação no mercado de derivativos.
Melhor do que dar uma lição neles com o nosso dinheiro, seria usar as nossas leis.
E não estou falando das quedas das commodities, pois isso nada mais é do que um ajuste à realidade. Estou falando de um possível colapso do sistema financeiro.
A queda das commodities está “no preço”. O Brasil ganhou demais nos últimos anos, por conta dessa bolha. O que não está “no preço” é a irresponsabilidade do BCE em testar os limites do mercado financeiro.
Os bancos europeus e americanos de investimento realmente não tem dinheiro para enfrentar um choque de racionalidade.
Tem banco perdendo (Lehman) em 18 meses tudo o que lucrou em 30 anos.
Autoridades não devem brincar. O BC Americano fez o que podia, reduziu as taxas as valores negativos e se mostra ainda preocupado.
O BCE danou-se para o mercado e saiu aumentando os juros. O que foi “mega-idiota”, pois ampliou a valorização do Euro frente ao Dólar, dificultando mais ainda as coisas para o mercado Europeu, dado que suas mercadorias ficaram caríssimas em dólar.
Vamos esperar. Para quem tem um horizonte de 5 a 10 anos, é um bom momento para plantar. Sempre e aos poucos.
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