Planilha sobre Balanceamento de Carteira – Renda Fixa x Renda Variável
Balanceamento de carteira como forma de evitar a “síndrome da troca de pernas”
O investidor JURA que a Lei de Murphy funciona perfeitamente no mercado de ações.
Ele segura uma ação por meses e, quando resolve vendê-la, o papel dispara.
Por outro lado, o papel vem subindo e, quando o investidor compra, ele desaba.
Essas percepções derivam da nossa propensão à “síndrome da troca de pernas”, que é caracterizada por uma vontade imensa de entrar na bolsa quando ele está subindo, e uma vontade ainda maior de sair quando ela está desabando.
O sentimento acima é próprio da natureza humana, mas atrapalha demais a vida do investidor.
No livro “O Mercado de Ações em 25 Episódios” há uma técnica que, forçosamente, faz o investidor evitar a “troca de pernas”, que significa, em bolsa, comprar na alta e vender na baixa.
Na realidade é um estudo de 11 anos, mostrando que um investidor que iniciou sua carteira com R$ 50.000 em renda fixa e R$ 50.000 em renda variável, com o objetivo de manter a distribuição 50%-50% ao longo dos anos, e fez ajustes quando a diferença entre os montantes ultrapassava 30%, chegou a ter quase 25% a mais do que aquele que nada fez.
O mais importante não é o resultado final, mas a estratégia de proteção contra a “troca de pernas”. Como ele vai vender “bolsa” sempre que ela estiver 30% acima do que a posição de renda fixa, venderá por um preço alto. Talvez não O MAIS ALTO, mas certamente a rentabilidade terá sido muito superior à da renda fixa.
Da mesma forma, comprará bolsa, quando o montante em Renda Fixa estiver 30% maior que o montante em bolsa.
50%-50%, e se eu quiser fazer com 30%-70%?
Apesar de parecer simples, os ajustes para outros percentuais (diferentes de 50%-50%) são complexos. É necessário estabelecer algumas premissas menos óbvias.
Há um artigo no blog tratando do assunto:
Balanceamento de carteira Como fazer para valores diferentes de 50% 50%?
A leitora Daniela, que conheceu o balanceamento através do livro 25 Episõdios, pediu uma planilha para que esses ajustes ficassem automáticos.
E foi feita. Clique aqui para baixá-la.
Instruções para uso da planilha
O uso é bem simples, o investidor deve escolher sua distribuição, por exemplo, 40% em RF e 60% em RV.
Depois deve colocar o percentual de ajuste, que significa a distância entre os portfolios. Lembre-se de que fazer muitos ajustes, quando a diferença é pequena, é caro e ineficaz.
O estudo do livro mostrou que ajustes a cada 30% ou 40% trouxeram muito mais rentabilidade do que a cada 5% ou 10%.
Toda vez que os montantes apresentarem desequilíbrio que necessite de balanceamento, a planilha vai indicar.
Qualquer dúvida sobre o uso da planilha, pode enviar na área de comentários.
[…] foram impressionantes (mesmo com a forte queda de 2008). Na atualização de dezembro de 2010 (ler aqui), resultados ainda mais contundentes, mesmo com a recuperação forte da […]
Balanceamento de Carteira – Evitando a Síndrome da “Troca de Pernas”. | Blog do Portinho
07/01/2014
Boa Noite, Fiz um levantamento investindo a partir de 01/2009 a 09/2011, 50% em renda fixa DI(100%) e 50% em Renda variável. A cada tres meses ajustava no patamar de 50%, correspondentemente. O resultado no final mostrou que esse ajuste trouxe um patrimonio inferior, comparado se tivesse iniciado em 50% e se mantido até a data final. NA sua teoria o balanceamento traz resultado melhor. Questiono: Se vender ações na alta e aplicar em renda fixa, fico menos exposto ai risco e por consequencia meu ganho é menor estou correto?
Lazinho Campos Oliveira
14/02/2012
Oi Lazinho. Como de 2009 a até 2011 a bolsa subiu muito, pode ter sido esse o motivo.
Porém há uma diferença crucial na sua metodologia. O ajuste que propus baseia-se na diferença entre os patamares de RF e RV (no caso 30% de diferença). O ajuste não é por data.
Isso é importante, pois em um período de 3 meses você pode ter passado por diferenças de 30% – 40% entre os montantes, mas no final, quando for ajustar, essa diferença ser bem menor (5% ou 10%).
É como iniciar com RV 50 mil + RF 50 mil.
Em 45 dias (metade do prazo) chegar a RV R$ 75 mil + RF R$ 51 mil
Em 90 dias (hora do ajuste) chegar a RV R$ 58 mil + RF R$ 52 mil.
Seu ajuste foi feito na data certa, mas com o montante errado. Seria muito melhor ter feito antes.
O “gatilho” do ajuste não deve ser o tempo, mas a diferença entre os montantes.
Abraço,
Paulo Portinho
Portinho
15/02/2012
E possivel fazer rebalanceamento de carteira apenas com dinheiro novo , mensalmente , é uma boa estrategia?
Carlos
11/08/2011
Oi Carlos,
Sim é possível. Se sua estratégia é balancear a carteira com, por exemplo, 50% renda variável e 50% renda fixa, todo dinheiro novo deve entrar na mesma proporção.
Isso gerará alguma distorção no início, quando os aportes representarem mais de 5% da carteira total, mas depois isso para.
A estratégia de balanceamento de carteira serve para impedir duas coisas:
– Que o investidor aja de forma atabalhoada, sem critérios técnicos ou quantitativos
– Que o investidor venda bolsa barata e compre cara. Fazendo o balanceamento, vai sempre comprar nas baixas e vender nas altas. Claro que relativamente ao seu percentual de balanceamento.
A pesquisa que fiz para o livro 25 episódios mostra que o balanceamento fica melhor para valores mais altos, como 30% de diferença entre os portfólios.
Portinho
15/08/2011
Oi Carlos,
agora que eu li que você quer fazer “rebalanceamento”.
Se isso significa que você vai colocar dinheiro novo no portfolio que caiu (ou cresceu menos) até que volte a 50%-50%, não vai funcionar, ao menos não da forma que coloquei no livro.
Isso porque o objetivo é aproveitar grandes altas ou grandes baixas e fazer o rebalanceamento todo na hora, para aproveitar os preços baixos (ou altos). Se esperarmos alguns meses, a oportunidade terá passado.
Portinho
15/08/2011
Eu intendi ,mas a minha intencao é tentar gerar menos custos , por exemplo :
Carteira : 50% renda variavel/50% renda fixa
Vamos dizer q a carteira esta no momento assim :
Renda Variavel : 6.000,00
Renda Fixa : 4.000,00
O certo nesse caso seria tirar R$ 1.000,00 da renda variavel e colocar na renda fixa para rebalancear , mas vamos dizer que esse investidor faz aportes mensais de R$ 2.000,00 , ele poderia colocar os R$ 2.000,00 na renda fixa , assim estaria rebalanceando sem mexer na aplicacão , vc sab se isso é tao efetivo quanto apenas fazer o rebalanceamento ? É claro que vao ter periodos que ele nao vai conseguir rebalancear apenas com os aportes mensais , ai sim ele faria a diferenca rebalanceando.
Carlos
16/08/2011
nao tinha visto o segundo comentario , entendi obrigado.
Carlos
16/08/2011
o problema ( E GRANDE ) é o pagamento de imposto sempre que rebalanceia na alta das ações….
renato
22/06/2011
Oi Renato,
Você pode usar o balanceamento em conjunto com a técnica de elevação do custo médio, discutida no livro “O Mercado de Ações em25 Episódios” para reduzir o estoque de IR aproveitando os 20.000 por mês. No caso da Renda fixa não dá para reduzir o IR.
Portinho
22/06/2011
Olá, na verdade estou dividindo minha carteira em 3 categorias, baixo, médio e alto risco. Gostaria de saber se fica muito dificil fazer um balanceamento de carteiras deste tipo. Invisto em Ações, FII’s, fundos Long Short (que considero de risco menor que ação pura), e renda fixa.
Obrigado, Felipe Lopes.
Felipe de Campos Lopes
22/12/2010
Caro Felipe,
São categorias de risco diferentes e fazer balanceamento com 4 variáveis fica muito complexo. Como sugestão, tome FII e Renda Fixa como “Renda Fixa” e Ações e Fundos Long Short como “Renda Variável”, acho que é uma boa aproximação.
Infelizmente não há dados suficientes para fazer um estudo estatístico sobre esse modelo, mas vai, com certeza, evitar a “troca de pernas”.
Abraço!
Portinho
23/12/2010
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22/12/2010