Usiminas – Resultados 3T10
A Usiminas está um pouco melhor do que estava em nosso último post, há alguns meses.
Lembro de ter escrito algo como recomprá-la entre R$ 38,00 e R$ 40,00 (em preços de hoje, pós desdobramento, R$ 19,00 e R$ 20,00). Chegou lá, ao menos a USIM5 PN.
O release de resultados é muito claro e simples, e pode ser lido aqui.
A Análise feita pelo BB-BI (no site do INI) pode ser lida aqui.
Alguns comentários importantes:
Movimentação atípica ON e PN
- Os movimentos da ON e da PN estão indicando uma valorização muito expressiva da primeira. É algo para se ficar atento, pois a PN paga 10% a mais de dividendos/JSCP e a ON está 15% mais cara. A Usiminas NÃO TEM TAG ALONG, ou seja, se houver troca de controle, não será obrigatório estender 80% do valor pago aos detentores de PN.
- As ON têm apenas 23% de free float, enquanto as PN, 89%. Pela leitura da lista de majoritários, não é possível ver alguém que pudesse querer sair do controle. São fundos de pensão e conglomerados japoneses. Talvez o grupo Votorantim possa sair, mas não impactaria tanto as ON, pois não seria troca de controle.
- Em resumo, não há qualquer evidência firme, talvez boatos, que sustente essa diferença entre ON e PN. Mas é algo para acompanhar.
Conjuntura
- Apesar do bom momento da economia brasileira, o dólar desvalorizado tem prejudicado demais os negócios da Usiminas, isso porque ela tem que concorrer com importados bem mais baratos e de boa qualidade.
- A Importação de aços planos atingirá nível 160% maior do que no ano passado. Isso compromete bastante a indústria nacional.
Resultados
- A empresa depende muito pouco do mercado externo, o que seria ótimo, caso o câmbio favorecesse a indústria nacional.
- As margens melhoraram muito em relação a 2009, mas estão aquém dos recordes anteriores da companhia.
- A Usiminas vendeu menos, mas seu lucro melhorou por questões ligadas ao câmbio.
Resumindo…
A Usiminas perdeu uma das características que eu mais gostava, o baixo endividamento. Endividamento líquido ZERO.
Quando houve a decisão de se alavancar, achei interessante, pois os lucros poderiam subir mais rapidamente, mas não foi isso que aconteceu.
Na página 5 do release fica claro que a empresa adotou uma política de endividamento mais agressiva, culminando, no 4T09 com uma relação dívida/caixa de 1,9.
Para quem, no 4T07, apresentou uma relação de -1,0 (dívida líquida negativa), é uma mudança e tanto.
A seguir os dados de resultado e principais múltiplos:
[…] Usiminas Resultados 3T10 […]
Leituras para o final de semana – Resultados 3T10 e Artigos Importantes! « Blog do Portinho
10/12/2010
[…] Usiminas Resultados 3T10 […]
Wall Street 2 e Leituras para o fim de semana 05/11 a 07/11 « Blog do Portinho
04/11/2010
Portinho,
Como sempre excelentes comentários! Eu havia feito esta mesma análise entre ON e PN, e estou acompanhando bem de perto, até porque, pensei em trocar as PN por ON, justamente por causa do tag along, mas com essa diferença ainda não dá!
Hoje, Usiminas tem o maior percentual na minha carteira, 13%. Foi uma das que mais comprei na crise, junto com Gerdau. Meu preço médio nela é de 17,30.
Na época, acabei focando nos seus históricos (USIM e GOAU), onde tiveram fortes evoluções, porém, não foi bem o que aconteceu na recuperação da crise, bem como, não tenho ideia como poderá ser o desempenho deste setor para os próximos anos.
Sei que errei em não ter diversificado melhor os aportes, mas fica a lição. A dúvida é como proceder daqui pra frente, quero muito diminuir a concentração nas 2, mas nesses preços que se encontram acho muito doloroso.
Com sua visão macro do setor e da economia, o que vc teria a dizer sobre as perspectivas futuras pro setor e as empresas Portinho? Vc está confiante, ou seria melhor mesmo eu pensar em me desfazer um pouco das empresas?
Grande abraço,
Fabiano
Fabiano
30/10/2010
Oi Fabiano,
Eu tenho visões bem diferentes a respeito de Gerdau e USIM. A Gerdau, a meu ver, vai conseguir recuperação forte quando o mundo desenvolvido deslanchar, pois há muitos ativos nos EUA e Europa.
A USIM já vejo como tendo problemas pontuais. Um deles é o câmbio, nem tanto pela desvalorização das mercadorias, mas pela invasão de concorrentes asiáticos de baixo custo.
A nós não resta outra opção a não ser acompanhar e tentar ler o que vai nos balanços e nos releases.
Abraço!
Portinho
01/11/2010