MAD – Otimização dos aportes – Método dos Aportes Dobrados

Posted on 19/09/2011. Filed under: Finanças |

Caros leitores,

Nosso blog tem recebido muitos leitores vindos de outros portais para ler o artigo:

O Método dos Aportes Dobrados – Técnicas para gestão de aportes em carteira própria e em fundos de Ações

Um leitor mais atento perguntou: Por que aportes dobrados? Por que não triplicados ou 50% maiores?

Creio que a resposta que enviei a ele vale para todos os que leram e gostaram do artigo. Mas aproveitei a idéia do leitor e calculei, com uso de métodos numéricos, qual seria o percentual de elevação ideal para os aportes.

1° – O importante não é a matemática, mas a disciplina!

Minha resposta ao leitor:

O MAD é apenas um disciplinador “turbinado”. Isso porque o aporte regular já é a forma mais indicada (e testada durante décadas) para formar patrimônio em qualquer modalidade de aplicação e, principalmente, em renda variável.

Os americanos chamam de Dollar Cost Averaging (há outros posts sobre o assunto em meu blog). Turbinado porque ele potencializa o “cost averaging”, comprando AINDA MAIS quando se está em baixa.

Não trabalhei para achar o ponto ótimo, pois sempre seria algo relativo ao passado, nada diria para o futuro (ou muito pouco).

Em outros posts mostrei que nem todos os perfis de evolução de cota daria resultados superiores com o uso do MAD (principalmente fundos alavancados e/ou com muitos outliers, pontos fora da curva).

Mas a principal mensagem do post é a da disciplina.

2° – Mas qual seria o multiplicador adequado para o Método dos Aportes Crescentes (mudei o nome para retirar dobrados)?

Para calcular esse número complicado, precisei usar uma ferramenta quase desconhecida do EXCEL, o SOLVER. Acredito que todos os que têm excel podem habilitar o solver, basta seguir as instruções de “São Google”.

Essa ferramenta faz o excel rodar todas as possibilidades para uma determinada variável, a partir de restrições que você mesmo coloca ou programa. É um grande amigo dos pesquisadores.

Bom, pedi ao Solver que calculasse todas as opções de multiplicadores para os aportes. Inicialmente o multiplicador era 2 (dois), pois os aportes eram dobrados.

Mas qual teria sido o multiplicador ideal?

2? 1,50? 3,47?

Só para relembrar, com o MAD (multiplicador 2), entre 1998 e 2010, o investidor teria obtido um patrimônio 44,1% maior do que se tivesse feito aportes regulares.

A ferramenta indicou que, se o investidor tivesse utilizado 1,63 em vez de 2, seu resultado seria MAXIMIZADO e ele teria obtido 54,3% a mais do que com aportes regulares.

Por fim

Esse maximizador (1,624505) é um ente matemático apenas. Não tem valor didático, apenas cumpre o papel de mostrar o ponto máximo de resultado para os aportes crescentes.

E quanto ao futuro, esse número pode variar.

Isso posto, saímos da matemática aplicada e voltamos ao mundo real: o importante é a disciplina!

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12 Respostas to “MAD – Otimização dos aportes – Método dos Aportes Dobrados”

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Prezado Portinho, li seus 02 livros mas ainda me permanece uma dúvida: Como conciliar o MAD com o método de rebalanceamento da carteira caso a diferença supere 30%. Vi você comentar que no método de rebalanceamento os aporte devem seguir a proporção atual da carteira no momento do aporte (RF/RV). Seria possível unir os dois métodos? Caso não, qual método, na sua opinião, apresenta os melhores resultados?

Oi Jefferson, creio que a complexidade não valha o esforço. Manter o foco em um só acho mais prudente.

Prezado Portinho,
Parabéns pelo empenho em difundir a educação financeira de maneira tão simples e (comprovadamente) eficaz como tens feito.
Minha dúvida é a seguinte (perdoe-me se muito ingênua): como conciliar o MAD e os ensinamentos sobre o balanceamento de carteira?
Pergunto isso porque me parece que o balanceamento exige que se faça aportes regulares na proporção em que se encontra a carteira (RF x RV, p.ex.) no momento do aporte, o que inviabilizaria o MAD (ou não).
[]s

Oi Rodrigo,
É bem difícil conciliar mesmo, pois um dos métodos é calculado com valores predefinidos (como o balanceamento da água em 2 copos) e o outro pressupõe crescimento.
Na prática, o que vai acontecer é que o MAD funciona melhor quando se está no começo da formação de poupança, e quando os valores de “entrada” são significativos em relação ao montante do patrimônio.
Quando o patrimônio se torna mais significativo, de forma que o aporte represente pouco do mesmo, a tendência é passar mais para gestão de portfólio do que para acumulação de patrimônio.
Não é fácil conciliar mesmo, pois são técnicas para momentos diferentes da formação de patrimônio.
Abraço e grato pelas palavras generosas.

Caro Portinho, queria lhe enviar um e-mail sobre algumas duvidas que tenho. Ate enviei um para o home@portinho.com !
Se possivel, espero entrar em contato. Desde já, obrigado

Caro Portinho,
notei que o multiplicador que maximizou o resultado (1,624505) é muito próximo da razão áurea (1,618), será apenas uma coinscidencia ?

Oi Pedro,
Nem fale isso… vamos atrair exotéricos para o site.
Brincadeira. Acredito que seja coincidência apenas.
São origens “matemáticas” muito diferentes para ter algo em comum.
[]
Portinho

[…] 3. MAD: Método dos Aportes Dobrados (ou Crescentes) […]

Olá Paulo, tudo bem?

Primeiramente gostaria de parabenizá-lo pelos estudos.

Realmente fazem a diferença para o mercado progredir com seriedade.

Também adoro fazer estudos com os dados do mercado.

Escrevi recentemente um artigo muito completo sobre otimização de carteiras.

Acredito que ele pode ser bem útil para quem deseja aprender a usar o SOLVER para otimizar carteiras, ou até mesmo os aportes crescentes! =)

Segue o link para o artigo:

http://hcinvestimentos.com/2011/08/29/otimizacao-de-carteiras/

Ah, eu li um livro inteiro apenas sobre o método de VA (Value Averaging), que é parecido com o DCA, mas apresenta resultados bem melhores no longo prazo.

Meu amigo Guilherme, do blog Valores Reais fez uma excelente resenha sobre o livro.

Resenha: Value Averaging, de Michael E. Edleson (livro em inglês) – Parte I: Introdução, e Capítulos 1 a 8

Espero que seja de interesse para todos que desejam saber mais sobre como investir melhor mensalmente o dinheiro guardado!

Estou escrevendo um artigo sobre aportes mensais e como utilizá-los em uma estratégia com diversos ativos.

Grande Abraço Mestre!

P.S. Gostaria de deixar a sugestão de criar uma conta no Twitter. É uma ferramenta muito interessante para interação e promoção de conteúdo de qualidade como o seu! Garanto que teria uma legião de fãs! hehe

Oi Henrique,
Já estou namorando o twitter há algum tempo. O problema é que atuo como único executivo do Instituto Nacional de Investidores – INI, temo não ter tempo para dar atenção à ferramenta.
Muito interessante o artigo e a parte que ensina a utilizar o solver. Essa é a melhor ferramenta do Excel. É como programar equações complexas em Pascal e Fortran, só que em alto nível.
Fica aqui o registro dos artigos.
Abs!

Obrigado pela menção Paulo!

O solver realmente é fantástico se bem utilizado.

Entendo seu ponto em relação ao twitter.

Realmente toma um pouquinho de tempo, mas o networking com os leitores é fantástico.

De qualquer forma estarei sempre te acompanhando.

Seja pelo blog, no twitter, no facebook…

Seu trabalho é de altíssima qualidade!

Grande Abraço!

Oi Henrique,
Muito grato pelas palavras de apoio.
[]
Portinho


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  • Disclaimer

    Este blog é um ambiente privado para expor opiniões, estudos, reflexões e comentários sobre assuntos ligados a finanças, bolsa de valores, economia, política, música, humor e outros temas.

    Seus objetivos são educacionais ou recreativos, não configurando sob nenhuma hipótese recomendação de investimento.

    O investidor consciente deve tomar decisões com base em suas próprias crenças e premissas. Tudo que lê ou ouve pode ser levado em consideração, mas a decisão de investimento é sempre pessoal. Tanto na escolha de ações para carteira própria, quanto na escolha de gestores profissionais para terceirização da gestão.

    O Autor espera que os temas educacionais do blog possam ajudar no desenvolvimento e no entendimento das nuances do mercado de ações, mas reitera que a responsabilidade pela decisão de investimento é sempre do próprio investidor.

    Sejam bem vindos!

  • Paulo Portinho

    PAULO PORTINHO, engenheiro com mestrado em administração de empresas pela PUC-Rio, é autor do Manual Técnico sobre o Método INI de Investimento em Ações, do livro "O Mercado de Ações em 25 Episódios" e do livro "Quanto Custa Ficar Rico?", os dois últimos pela editora Campus Elsevier.

    Paulo atuou como professor na Pós-graduação de Gestão Social da Universidade Castelo Branco e na Pós-graduação oferecida pela ANBIMA de Capacitação para o Mercado Financeiro.

    Atuou como professor da área de finanças e marketing na Universidade Castelo Branco e no curso de formação de agentes autônomos do SINDICOR.

    Como executivo do Instituto Nacional de Investidores - INI (www.ini.org.br) entre 2003 e 2012, ministrou mais de 500 palestras e cursos sobre o mercado de ações, sendo responsável pelo desenvolvimento do curso sobre o Método INI de Investimento em Ações, conteúdo que havia chegado a mais de 15.000 investidores em todo o país, até o ano de 2012.

    Representou o INI nas reuniões conjuntas de conselho da Federação Mundial de Investidores (www.wfic.org) e da Euroshareholders (www.euroshareholders.org), organizações que congregam quase 1 milhão de investidores em 22 países.

    Atuou como articulista do Informativo do INI, do Blog do INI, da revista Razão de Investir, da revista Investmais, do Jornal Corporativo e do site acionista.com.br. Foi fonte regular para assuntos de educação financeira de veículos como Conta Corrente (Globo News), Infomoney, Programa Sem Censura, Folha de São Paulo, Jornal O Globo, entre outros.

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