Como Escolher Uma Corretora para Começar a Investir em Ações?

Posted on 28/09/2010. Filed under: Finanças |

Quem já foi a uma palestra ou curso sobre o Método INI sabe do seu poder de estimular pessoas que nunca investiram em ações a darem os primeiros passos na bolsa de valores.

O motivo de tamanho estímulo é muito simples. O Método INI é um dos únicos conteúdos educacionais, na área de bolsa de valores, que atende aos anseios dos tradicionais investidores de poupança e renda fixa.

Um investidor conservador consegue ver, durante um curso, que o comportamento sugerido e as ferramentas oferecidas constituem um modo de entrar no mercado sem se expor a riscos exagerados e com tempo suficiente para ganhar experiência e conhecimento nessa modalidade de investimento.

A pergunta que sempre vem depois é: – Como faço para entrar no mercado de ações?

Como o primeiro passo é sempre procurar uma corretora, esse artigo procura discutir os parâmetros mais relevantes na hora de escolher a sua.

Corretoras para investidores experientes A Vitrine de Corretoras

Como sugerido no título, não é para esse público que este artigo está destinado, porém há uma dica preciosa para os investidores que necessitam de ferramentas mais complexas e velozes.

Para os mais experientes, para os que utilizam técnicas de curtíssimo prazo, para os que procuram carteiras administradas, para os que utilizam derivativos, termo e outras opções mais complexas de investimento, a escolha é, realmente, muito complexa e subjetiva.

Quanto à parte subjetiva, pouco se pode dizer, mas para saber se uma corretora atende a todas as necessidades, tanto técnicas quanto geográficas, a BM&F Bovespa lançou uma ferramenta chamada Vitrine de Corretoras onde qualquer investidor poderá descobrir quais intermediários atendem a suas necessidades.

Para acessar, clique AQUI.

Corretoras para investidores iniciantes

Para iniciantes a situação é bem menos complexa. Ou deveria ser, mas infelizmente há pessoas sem qualquer experiência entrando em bolsa diretamente nos mercados de futuros, termo e opções. Muitas vezes alavancados.

Antes de prosseguir, saiba que utilizar instrumentos derivativos SEM CONHECIMENTO E EXPERIÊNCIA é como atravessar uma rua movimentada de olhos vendados. Se o leitor se encontra nessas condições, a sugestão é rever seus conceitos. Talvez buscar aconselhamento em outros médicos (corretoras) ou fazer alguns cursos sobre o assunto.

Mas para quem entende que bolsa é poupança de longo prazo e sabe que é preciso longos meses, até anos, para ter intimidade com as ferramentas e com as companhias em que investe, a decisão sobre a corretora ideal fica mais simples.

Parâmetros fundamentais para a escolha de sua corretora Iniciantes

Geografia

Ter uma corretora perto de sua casa, ou em sua cidade, não é, de forma alguma, pré-condição para ser bem atendido ou para abrir uma conta.

A maioria absoluta de investidores iniciantes, principalmente aqueles com aportes menores, utilizam ferramentas virtuais para realizar suas operações com ações.

Pode ser que o trânsito de documentos fique um pouco mais complexo, pelo uso do correio, mas feito o cadastro, raramente é necessário ir até o escritório da corretora. Todo o processo costuma ocorrer em frente a um computador, via Home Broker, Skype, MSN e outros instrumentos de comunicação de custo baixíssimo para falar com a corretora, com os agentes autônomos, com outros investidores e com analistas.

E para aqueles que realmente fazem questão de visitar o escritório da corretora, a boa notícia é que muitas têm representantes (agentes autônomos) em centenas de cidades brasileiras. A Vitrine de Corretoras da BM&FBovespa ajuda a achar esses representantes.

Taxa de Corretagem

O intermediário (corretora) cobra um percentual do valor transacionado a título de corretagem. A bolsa também cobra outras taxas, geralmente menores que a da corretora.

Nesse caso já é necessário algum cálculo para evitar custos de transação excessivos, isso porque algumas corretoras oferecem taxas fixas e outras utilizam a Tabela Bovespa, que é uma sugestão de custos que variam de acordo com a operação. Normalmente os custos com base nessa tabela são chamados de corretagem cheia.

Como a Tabela Bovespa lhe garante uma corretagem máxima de 2% sobre o valor da operação, pode-se considerar que esse é o máximo aceitável para um investidor iniciante.

Dessa forma, na hora de escolher entre corretagem fixa ou variável, ele deve considerar sua expectativa de movimentação para definir racionalmente seus custos.

A conta precisa é um pouco complexa, mas pode ser aproximada por algo bem simples. Se sua corretora tem um valor fixo de R$ 15,00 por operação, o divisor de águas é R$ 750,00 por operação (R$ 15,00 ÷ 2%). Se for operar sempre com valores superiores a esse, a corretagem fixa é mais vantajosa. Se for operar sempre abaixo, a corretagem variável vai ser a mais indicada.

Há corretoras que querem se diferenciar por preço e outras por serviços agregados. Por isso, há corretagens fixas variando de R$ 2,50 a R$ 30,00 por operação, assim como há corretagens variáveis indo de 0,3% a 2% por operação.

Taxa de Custódia

As ações podem ser custodiadas (guardadas) nos bancos designados pelas Companhias Abertas ou na CBLC. A vantagem de ter ações custodiadas nesta última é que estão disponíveis imediatamente para negociação. Mas há um custo para essa facilidade.

Assim como na corretagem, há intermediários que nada cobram pela custódia (mediante alguma outra compensação) e outros que chegam a cobrar R$ 30,00 por mês. Para valores custodiados muito elevados, pode haver outros custos envolvidos.

Muitas vezes as corretoras que cobram preços mais elevados embutem vários serviços que podem ou não ser do interesse do investidor. Essa percepção só ficará clara quando o mesmo desenvolver habilidade suficiente para distinguir o que lhe é realmente importante.

Subjetividades à parte, também é possível estabelecer um divisor de águas para a taxa de custódia.

A outra opção para o investimento em bolsa seriam os fundos de ações. Um fundo costuma cobrar entre 2% e 4,5% de taxa de administração, sobre o valor do patrimônio, dependendo de suas características.

Pegando uma média de 3% de taxa de administração, caso optasse por um fundo, e um valor mensal de custódia de R$ 10,00, que é um bom indicador médio para carteiras de pequeno e médio portes, o investidor deveria ter pelo menos R$ 4.000,00 (R$ 120,00 ÷ 3%) em custódia para que seus custos operando sozinho sejam equivalentes aos de utilizar fundos de ações.

Há uma grande quantidade de corretoras que não cobra do cliente a taxa de custódia, mas comumente exigem um determinado número de operações por mês.

Medos e riscos

Outro obstáculo ao investidor iniciante é o medo de se envolver em algo que não conhece.

Infelizmente, ensinar o operacional da bolsa, de compra e venda, de envio de dinheiro, de retirada de dinheiro, não é eficaz na teoria. É como dar aulas teóricas sobre andar de bicicleta. Pode ajudar, mas não vai resolver.

Mesmo os simuladores ajudam um pouco no operacional, mas difundem um sentimento irreal e que, ao contrário do que se imagina, podem afastar de vez o investidor conservador da bolsa.

Ao receber R$ 200.000,00 de dinheiro virtual, ele faz operações que jamais faria com R$ 200,00 de dinheiro próprio. Mesmo que ganhe muito na simulação, se é conservador, vai entender que aquela loteria não é para ele. E se não é conservador, e ganhar muito, é capaz de iniciar seus investimentos com aporte desproporcional ao seu conhecimento.

A mecânica das operações básicas do mercado só vai ser REALMENTE aprendida na prática. Não há outra instância a recorrer.

Seu risco será reduzido se seguir os dois primeiros princípios do Investidor Consciente. O primeiro é investir pouco (de acordo com seu patrimônio e renda) e sempre, e o segundo é reinvestir todos os ganhos que obtiver no mercado.

Se a bolsa cair 50% e você tiver comprado R$ 200,00 em ações, verá seu patrimônio cair para R$ 100,00, mas poderá comprar mais ativos por preços baixos durante a crise. Mas se colocou tudo o que tinha, por hipótese, R$ 200.000,00, não haverá o que fazer, ao menos não será possível equilibrar suas compras nos momentos de bolsa depreciada, pois todo seu dinheiro já está no mercado.

A bolsa para todos os bolsos!

Antes da revolução promovida pela tecnologia de informação nas operações de bolsa, investir em ações era um pouco caro para o pequeno poupador. As corretoras, pelos elevados custos de relacionamento, comunicação e oportunidade, davam pouca atenção a esse público.

De alguns anos para cá, o custo operacional e acesso à informação caíram o suficiente para que se possa dizer: Investir em bolsa é para todos os bolsos!

Não há mais desculpa para não começar a conhecer o mercado de ações.

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  • Disclaimer

    Este blog é um ambiente privado para expor opiniões, estudos, reflexões e comentários sobre assuntos ligados a finanças, bolsa de valores, economia, política, música, humor e outros temas.

    Seus objetivos são educacionais ou recreativos, não configurando sob nenhuma hipótese recomendação de investimento.

    O investidor consciente deve tomar decisões com base em suas próprias crenças e premissas. Tudo que lê ou ouve pode ser levado em consideração, mas a decisão de investimento é sempre pessoal. Tanto na escolha de ações para carteira própria, quanto na escolha de gestores profissionais para terceirização da gestão.

    O Autor espera que os temas educacionais do blog possam ajudar no desenvolvimento e no entendimento das nuances do mercado de ações, mas reitera que a responsabilidade pela decisão de investimento é sempre do próprio investidor.

    Sejam bem vindos!

  • Paulo Portinho

    PAULO PORTINHO, engenheiro com mestrado em administração de empresas pela PUC-Rio, é autor do Manual Técnico sobre o Método INI de Investimento em Ações, do livro "O Mercado de Ações em 25 Episódios" e do livro "Quanto Custa Ficar Rico?", os dois últimos pela editora Campus Elsevier.

    Paulo atuou como professor na Pós-graduação de Gestão Social da Universidade Castelo Branco e na Pós-graduação oferecida pela ANBIMA de Capacitação para o Mercado Financeiro.

    Atuou como professor da área de finanças e marketing na Universidade Castelo Branco e no curso de formação de agentes autônomos do SINDICOR.

    Como executivo do Instituto Nacional de Investidores - INI (www.ini.org.br) entre 2003 e 2012, ministrou mais de 500 palestras e cursos sobre o mercado de ações, sendo responsável pelo desenvolvimento do curso sobre o Método INI de Investimento em Ações, conteúdo que havia chegado a mais de 15.000 investidores em todo o país, até o ano de 2012.

    Representou o INI nas reuniões conjuntas de conselho da Federação Mundial de Investidores (www.wfic.org) e da Euroshareholders (www.euroshareholders.org), organizações que congregam quase 1 milhão de investidores em 22 países.

    Atuou como articulista do Informativo do INI, do Blog do INI, da revista Razão de Investir, da revista Investmais, do Jornal Corporativo e do site acionista.com.br. Foi fonte regular para assuntos de educação financeira de veículos como Conta Corrente (Globo News), Infomoney, Programa Sem Censura, Folha de São Paulo, Jornal O Globo, entre outros.

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