Parte 1: Opções – Lançamento Coberto para Financiamento de Carteira, um estudo ASSUSTADOR!

Posted on 07/04/2011. Filed under: Finanças |

Nobres leitores,

Volto depois de alguns dias para trazer-lhes um estudo que me deixou bastante impressionado. Não imaginava encontrar resultados tão díspares em relação à percepção do mercado.

Desde 2007 tenho em mente realizar um “teste” no conceito de lançamento coberto de opções, com finalidade de remunerar sua carteira de ações, mas esbarrava na falta de dados e na dificuldade de montar um modelo simples e eficiente para testar.

O leitor pode imaginar a complicação que seria pegar os lançamentos cobertos de VALE e PETR desde 2005 e comparar com a renda fixa e com o buy-and-hold, no mesmo período. Nem com 30 estagiários-escravos (rsrsrs)…

Insight Metodológico

Há alguns dias consegui idealizar um método bem simples para testar o financiamento de carteira SEM A NECESSIDADE de simular com dados reais das cotações de opções, dos strikes etc.

Esse método reduz em 95% o trabalho de investigação e não traz erros significativos, pois trabalha diretamente com as taxas obtidas no financiamento, em vez de usar os prêmios e as cotações intra-day.

Quando iniciei o estudo não tinha idéia do resultado que iria obter.

Até achava que a estratégia de buy and hold seria um pouco melhor, mas o financiamento poderia compensar com a remuneração mensal, em dinheiro, a taxas superiores ao CDI. Nunca passou pela minha cabeça que o financiamento pudesse perder até para o CDI…

Dado o desastre dos resultados, convoco os leitores “iniciados” em matemática e com conhecimento do mercado de ações a “rodar” outros métodos. É a primeira vez que testo uma estratégia que apresenta REAL potencial de destruição de patrimônio.

E é uma das mais festejadas. Alguns adeptos chegam a garantir que o financiamento de carteira é uma estratégia sem risco que lhe permite tirar, todo mês, entre 200% e 500% do CDI.

E o pior é que essas rentabilidades são mesmo possíveis, mas, mesmo assim, os resultados, do ponto de vista patrimonial apresentaram-se potencialmente devastadores.

Segue na Parte 2…

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10 Respostas to “Parte 1: Opções – Lançamento Coberto para Financiamento de Carteira, um estudo ASSUSTADOR!”

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Olá Portinho! Acompanho seu Blog a bastante tempo e estou escrevendo um artigo para o MBA que estou terminando sobre financimento de opções ser usado como uma forma de proteção. Ou seja, uma operação que não visa lucro, visa simplesmente a NÃO deterioração do capital acionário. A primeiro momento o capital resultante com o prêmio NÃO será re-investido. No primeiro mês percebi é um renda-fixa. Fiz isso pessoalmente carregando a PETR4 ao longo dos últimos 5 anos, e graças a deus deu certo. Assim te pergunto tem algum material ou paper sobre o assunto que voce poderia me enviar ou me recomenda?

OI Julio,
Toda a série de artigos sobre LC no meu blog podem ajudar no trabalho. No caso da Petrobras a planilha que fiz (e atualizei recentemente) mostra com clareza a partir de qual % de ganho a PETR4 ficou boa para LC. Comparando Buy and Hold e Renda fixa.
Não testei o caso de pegar a grana e guardar, mas acredito que não dê muita diferença. No caso da Petrobras fica difícil ganhar da renda fixa, pois nem a ação conseguiu, nos últimos 5-6 anos.
Eu recebi um artigo excelente com dados da Petrobras. O autor me autorizou a divulgar os dados (eu já fiz minhas colocações em outro post):
http://www.portinho.com/pdf/201110/Analise_Venda_Coberta_PETR4_2005_2011.zip
Baixe a planilha no link acima.
Minhas considerações estão no blog.
Abraço.

[…] Parte 1: Opções – Lançamento Coberto para Financiamento de Carteira, um estudo ASSUSTADOR! Parte 2: Opções – Lançamento Coberto para Financiamento de Carteira, um estudo ASSUSTADOR! Parte 3: Opções – Lançamento Coberto para Financiamento de Carteira, um estudo ASSUSTADOR! Parte 4: Opções – Lançamento Coberto para Financiamento de Carteira, um estudo ASSUSTADOR! Opções – Conceituando Financiamento e strikes “longos” Parte 5: Opções – Financiamento de Carteira com Strikes Longos – A pedidos! Parte 6: Financiamento de carteira com Strikes Longos Parte 7: Financiamento de carteira com Strikes Longos Comparativo: Rolagem ou Exercício de opções Opções – Estudos nos EUA (CBOE) […]

Portinho,

Acho que a estratégia simulada não torna-se tão rentável devido as perdas… coloca um stop para o preço de equilibrio.

Depois posta o resultado!

Caro Laudo,
eu já simulei tudo o que era possível nas partes seguintes do estudo. Todas as variações que consegui imaginar, desde que parametrizáveis. Fiz lançamentos longos, demonstrei que rolar e ser exercido dá no mesmo, enfim, não sobrou nenhum modelo parametrizável para eu testar.
Em todos os casos o financiamento só ganha do buy and hold ou da renda fixa com prêmios muito mais elevados do que se consegue na prática. Ainda avaliei outros estudos no Brasil e nos EUA.
Só considero possível ganhar de forma consistente se o operador tiver talento e/ou sorte, que são elementos não parametrizáveis, que não consigo testar.

[…] na renda fixa obteve pouco mais de 10% ao ano. Indico a leitura do artigo, dividido em 4 partes: 1, 2, 3 e […]

Portinho,
quem faz financiamento para remunar carteira de longo prazo para aumentá-la normalmente evita o exercício, fazendo rolagens para os meses seguintes.
Será que esta estratégia não mudaria os resultados?

Oi Gustavo,
Não mudaria os resultados só por isso, pois, do ponto de vista matemático, é indiferente. Ah… e também porque não estou considerando o IR na venda das ações (exercício).
Se o investidor lança uma opção a R$ 48,00 e a ação chega a R$ 54,00, não faz diferença ser exercido a R$ 48,00 e recomprar a R$ 54,00 OU comprar opções no dia do exercício a R$ 6,00 para evitar vendê-las.
É claro que os valores não serão tão “redondos”, mas, na prática, faria pouca diferença.
O que pode fazer diferença é lançar opções com strike alto. Vou tentar adaptar a planilha para isso.
Uma confidência…
Quem dera eu pudesse viver de estudar o mercado….
Esse estudo me tomou 3 anos para ter o insight e umas 30 horas para montar o experimento.
E já estou contando as horas para trabalhar nas planilhas e testar os métodos que estão me sugerindo!!!!
Mas o problema é que tenho um trilhão de coisas para fazer no INI!
Mas prometo tentar!!!!
Abraço,
Portinho

Portinho,

Obrigado por disponibilizar esta análise sobre opções.

Eu sempre me questionei como eu poderia fazer dinheiro com opções e sempre fiquei na dúvida: Se eu faço um lançamento coberto:
1. se a ação sobe eu limito o meu ganho ao premio que recebi;
2. Se a ação cai mais do que o prêmio que recebi eu perco dinheiro, pois meu patrimônio diminui;
3. Me parece que a ação teria que cair menos do que o valor do prêmio que recebi para vale a pena, o que até pode acontecer, mas quem garante?

Uma pergunta, como funciona aqueles POP da bovespa que tinha propanga a um tempo atrás? Me parece tinha alguma combinação de opção de compra com opção de venda.

Oi Sérgio, era isso mesmo. Na mesma operação tinha uma PUT e uma CALL.
Mas o maior erro da bolsa foi criar um produto que dava a impressão de negócio “sem risco”.
Isso não educa. As pessoas que entram têm que estar cientes do risco e aprender a calcular seus próprios limites.
O POP ficou um produto ultra complexo e PIOR, você podia negociar ANTES DO VENCIMENTO qualquer um dos ativos (ação, PUT ou CALL).
Não foi bem sucedido. Nem sei se existe ainda.
Algumas pessoas estão sugerindo estratégias com strike “longo”, 6% a 8% acima do preço atual.
Vou testar.
Abraço!
Portinho


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  • Disclaimer

    Este blog é um ambiente privado para expor opiniões, estudos, reflexões e comentários sobre assuntos ligados a finanças, bolsa de valores, economia, política, música, humor e outros temas.

    Seus objetivos são educacionais ou recreativos, não configurando sob nenhuma hipótese recomendação de investimento.

    O investidor consciente deve tomar decisões com base em suas próprias crenças e premissas. Tudo que lê ou ouve pode ser levado em consideração, mas a decisão de investimento é sempre pessoal. Tanto na escolha de ações para carteira própria, quanto na escolha de gestores profissionais para terceirização da gestão.

    O Autor espera que os temas educacionais do blog possam ajudar no desenvolvimento e no entendimento das nuances do mercado de ações, mas reitera que a responsabilidade pela decisão de investimento é sempre do próprio investidor.

    Sejam bem vindos!

  • Paulo Portinho

    PAULO PORTINHO, engenheiro com mestrado em administração de empresas pela PUC-Rio, é autor do Manual Técnico sobre o Método INI de Investimento em Ações, do livro "O Mercado de Ações em 25 Episódios" e do livro "Quanto Custa Ficar Rico?", os dois últimos pela editora Campus Elsevier.

    Paulo atuou como professor na Pós-graduação de Gestão Social da Universidade Castelo Branco e na Pós-graduação oferecida pela ANBIMA de Capacitação para o Mercado Financeiro.

    Atuou como professor da área de finanças e marketing na Universidade Castelo Branco e no curso de formação de agentes autônomos do SINDICOR.

    Como executivo do Instituto Nacional de Investidores - INI (www.ini.org.br) entre 2003 e 2012, ministrou mais de 500 palestras e cursos sobre o mercado de ações, sendo responsável pelo desenvolvimento do curso sobre o Método INI de Investimento em Ações, conteúdo que havia chegado a mais de 15.000 investidores em todo o país, até o ano de 2012.

    Representou o INI nas reuniões conjuntas de conselho da Federação Mundial de Investidores (www.wfic.org) e da Euroshareholders (www.euroshareholders.org), organizações que congregam quase 1 milhão de investidores em 22 países.

    Atuou como articulista do Informativo do INI, do Blog do INI, da revista Razão de Investir, da revista Investmais, do Jornal Corporativo e do site acionista.com.br. Foi fonte regular para assuntos de educação financeira de veículos como Conta Corrente (Globo News), Infomoney, Programa Sem Censura, Folha de São Paulo, Jornal O Globo, entre outros.

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