Humor

Pandemia, Comunismo, OMS, Ciência e o insight de Slavoj Zizek, teórico cultural marxista.

Posted on 01/06/2020. Filed under: Ateísmo, Filosofia, Finanças, Humor, Política | Tags:, , , , , |

Prezados leitores,

Zizek lançou um livro sobre a Pandemia, pois vê alguns caminhos para a reinvenção do comunismo.

É gente, apesar de algumas pessoas acreditarem que o comunismo não existe mais, Zizek é respeitadíssimo, muito lido e seu livro, lançado pela Boitempo (apresentada nas palavras de um de seus autores assim: “a Boitempo, sem estar linkada a um partido, ela faz o papel que o Gramsci queria: da hegemonia cultural”), já está bombando e dando o que falar!

Como a Pandemia vai ajudar a reinventar o comunismo? Como vai organizar o mundo em um só diapasão, como vai reforçar os valores coletivistas, como vai ajudar na construção da hegemonia cultura e do pensamento único?

Veja no vídeo!

 

Ps. Tenho dificuldade para entender por que esses teóricos Marxistas falam tanto de comunismo, se o comunismo não existe… rsrsrs

Para quem quiser saber mais sobre filosofia da ciência, segue o link do meu livro na Amazon: https://www.amazon.com.br/dp/B083VW3LB9

 

Publicidade
Ler Post Completo | Make a Comment ( None so far )

Bitcoin. O que sabemos até agora.

Posted on 28/12/2017. Filed under: Filosofia, Humor | Tags:, , , |

Creio que essa febre por criptomoedas, colocando-as no noticiário e sujeitando-as às mais diversas explicações, já nos permite debater “o que é isso?”.

Ainda não encontrei nenhuma narrativa convincente a respeito das criptomoedas, ao menos a respeito dos motivos pelos quais poderiam ser considerados ativos. E, principalmente, não há narrativa convincente a respeito do fundamento para comprar ou “investir” em Bitcoin.

Vamos ao que já se pode saber e ao que ainda é obscuro.

  1. Criptomoedas não são moedas

Moeda não existe por si, moeda é criação destinada à comparação de valor entre bens. Se permitir diferenciarmos o valor de um cacho de bananas do valor de uma coleira anti-pulgas, a moeda cumprirá seu papel.

Tudo que envolve as criptomoedas não se parece com o que envolve o mundo das moedas. Não existe IPO (abertura de capital) para lançar moedas de verdade. Ninguém faz um ICO (oferta inicial de moedas) para o dólar ou para qualquer coisa que se pareça moeda.

A proliferação dessas criptomoedas, várias já na casa dos bilhões de dólares de valor de mercado, também é algo completamente diverso do mundo das moedas. Não faz sentido ter 40 criptomoedas concorrendo entre si e surgindo a todo instante.

Mas creio que nem os first-users do Bitcoin o entendem hoje como moeda. Após a entrada nos mercados futuros a narrativa atual é compará-lo com o Ouro, como reserva de valor.

Bitcoin não é moeda e não se parece com moeda. E também não é meio de pagamento. Aliás, Bitcoin não é nem mesmo o software que permite as transações entre os participantes do sistema.

  1. Bitcoin também não é ouro, nem nenhuma outra commodity.

A comparação com o ouro se dá porque ambos não teriam valor intrínseco, valor fundamental. Ou seja, a negociação do ouro no mercado futuro, seu preço, nada teria a ver com o seu valor em uso.

Mas eu entendo essa percepção a respeito do ouro como bastante errada. É claro que a negociação de seu valor no mercado futuro tem a ver com o seu valor em uso.

A prova disso é que quem precisa usar, paga a cotação atual do ouro, não o compra por um preço mais baixo, por um preço teórico fundamental.

Com o petróleo é a mesma coisa, De quase US$ 150, caiu a US$ 30 em alguns meses, há alguns anos. Por quê? Qual o valor fundamental do petróleo? Qual o seu valor em uso?

Em ambos os casos, INCLUSIVE para moedas como o dólar e o euro, o preço à vista é derivado do preço do mercado futuro (ou do mercado mais líquido).

Quem vai dizer que o ouro ou o petróleo estão caros ou baratos? Qual seria o “preço justo em uso” dessas commodities? Não há. O preço é aquilo que acontece no mercado futuro. E é isso, só isso, nada mais do que isso.

A principal diferença entre ouro e petróleo é que o mercado futuro de petróleo acaba influenciando o exercício físico dos contratos, ou seja, há MUITA negociação física de petróleo. Para commodities de uso em larga escala no mundo, esses contratos futuros acabam virando troca de mercadorias por dinheiro mesmo, em algum momento.

No mercado de moedas ou de ouro (reserva de valor) a troca de mercadorias costuma ser irrelevante, às vezes inexistente.

O Bitcoin tem várias características distintas do ouro. A primeira delas é que o Bitcoin não tem nenhum valor intrínseco. Não tem valor em uso, não tem valor fundamental. Nesse aspecto ele não poderia ser comparado a uma commodity real. O ouro é utilizado. Entre 10% e 20% do ouro minerado no mundo vai para aplicações nobres de tecnologia, medicina e biotecnologia. O Bitcoin não tem serventia no mundo real, ao contrário das commodities.

Outra questão é que a história do ouro, do interesse por ouro, tem milhares de anos. Seja pela facilidade para cunhar moedas, seja pelo interesse dos povos orientais (o que estimulou a negociação com a Europa), seja por ter sido adotado como sistema monetário até algumas décadas atrás.

Mas o que piora a situação de comparação entre criptomoedas e ouro é que já há várias em circulação. E várias por vir. Quantos novos “ouros” teremos?

Por que alguma delas viraria algo parecido com o ouro no imaginário da humanidade?

Já vimos que não é moeda e também não é commodity. O que será?

  1. A tecnologia do Bitcoin é revolucionária

É mesmo? Por quê?

A justificativa da velocidade para mandar dinheiro entre pessoas é furada. Em 2009 um investidor dinamarquês, que recebemos em nossos escritórios no Rio, comprou ações da Petrobras, na bolsa de Nova Iorque, utilizando sua conta (em Coroas Dinamarquesas) no Saxobank. Isso tudo de um computador no Brasil. A compra foi imediata. Tudo ocorreu mais rápido que num piscar de olhos. O câmbio de danish krone para dólar e a compra das ações. E custou ZERO de corretagem (provavelmente o banco tirava seu FEE da operação de câmbio).

Ainda que a tecnologia por trás do Bitcoin fosse mais rápida (e não é), não poderia ser tratada como revolucionária por isso.

Quanto à segurança, ainda que os critérios meramente tecnológicos fossem superiores à segurança do sistema bancário, há várias questões em que o Bitcoin é pior. Não há fundo garantidor de crédito se uma corretora quebrar ou for hackeada. Não há seguro contra fraudes. Não há qualquer estrutura jurídica que proteja o investidor. Se perder a senha, perdeu os Bitcoins. Em caso de morte, se a família não souber a senha, perdeu a herança.

A segurança não se faz apenas na estrutura tecnológica, mas na relação entre as pessoas e as instituições. O Bitcoin não se relaciona com as estruturas de proteção dos mercados.

Se alguém hackeasse o Itaú, ou até o Banco Central, poderíamos recuperar o Status quo em poucas horas e ninguém perderia seu dinheiro, ou sono, por isso. O Bitcoin, se for hackeado, ou se for detectada alguma falha de segurança, pode, simplesmente, desaparecer. E, como já dito, não há como recorrer a qualquer estrutura de proteção do mundo real.

Como já dito, a segurança do sistema financeiro é responsabilidade do próprio sistema, de forma que os investidores contam com proteção, às vezes até proteção dos governos, como na crise de 2008. Já a segurança do Bitcoin depende exageradamente da disciplina individual de cada um.

  1. O risco legal-tributário

Outro ponto que pouco se debate é que o Bitcoin, ainda que não se saiba o que é, traz obrigações legais-tributárias das quais os operadores não podem fugir, menos ainda fingir que a criptomoeda está imune aos impostos.

Qualquer bem comprado sobre o qual se realiza ganho de capital será tributado.

Um trader de Bitcoin deveria oferecer à tributação seus ganhos, ainda que não haja clareza sobre a natureza das criptomoedas.

Para quem comprou e nunca vendeu, está tudo ok. Mas para quem fez várias incursões e realizou lucros, é arriscadíssimo manter esse ganho fora dos olhos da Receita. No Brasil as penalidades são pecuniárias, pesadas, mas aceitáveis (principalmente para quem teve bons ganhos), mas nos EUA pode até dar cadeia.

E, ao que parece, ninguém se importa com isso. Não é assim que a Receita vai ver o assunto. É ingenuidade achar que, por não ter natureza clara, a Receita vai abdicar de exigir impostos sobre ganho de capital.

E lembre-se, por mais “libertária” que seja a criptomoeda, você não vai fugir de uma intimação para abrir suas contas e suas operações em criptomoedas. A intimação e a cadeia são coisas bem palpáveis, do mundo real mesmo. O blockchain é lindo e pode ocultar seu nome, até chegar uma ordem judicial obrigando você mesmo a abrir o sigilo.

  1. A esquizofrenia das ofertas públicas inicias de moedas

Um das crenças mais irracionais a respeito do Bitcoin e de outras criptomoedas é que a “vitória” da tecnologia subjacente a elas traria ganhos aos detentores da moeda.

Isso não faz qualquer sentido. O Bitcoin não é um título de propriedade da rede, do software, de nada. Não é uma ação. A tecnologia do Bitcoin nem mesmo é proprietária, é livre. Quem tem Bitcoin não tem direito patrimonial sobre nada, exceto sobre o próprio Bitcoin.

Essas ofertas inicias de criptomoedas me assustam, pois capta-se dinheiro para desenvolver uma nova moeda, que significa desenvolver uma tecnologia, mas, até onde sei, o ganho do investidor vai se dar pela eventual valorização da moeda, porém a moeda NÃO costuma ser um título de propriedade sobre o investimento feito para desenvolvê-la.

Se a Adobe quiser captar dinheiro para desenvolver um software revolucionário de computação gráfica, os financiadores sabem que comprarão direitos de propriedade sobre os lucros desse novo software, eles não vão ganhar dinheiro recebendo desenhos virtuais ou flores em 3D desenvolvidas no software que financiaram. Eles vão ganhar se o software der certo e vender muito. Se der certo e não vender nada, perderão seu dinheiro.

É non sense econômico achar que o Bitcoin seria uma participação patrimonial no sucesso da rede que transaciona os próprios Bitcoins.

  1. O risco das más companhias

Um especialista brasileiro em Bitcoins exaltou o fato de a criptomoeda transacionar sem regulação e sem interferência de uma autoridade central. Em resumo, os governos não “saberiam” o que você está fazendo.

Essa característica é “bonita”. Uma rede cuja segurança é garantida pelo interesse de todos na higidez do sistema.

Mas essa característica é também perigosa. Além do risco de não contar com proteção alguma das instituições financeiras mundiais, ainda podemos fazer companhia a pessoas REALMENTE interessadas em fugir das autoridades.

A regulação central serve aos propósitos dos governos, mas também serve aos propósitos dos cidadãos. Não gostamos de pagar impostos, mas gostamos de usufruir do nosso dinheiro ganho legalmente.

Apesar de os impostos serem vistos como uma imposição arbitrária dos governos, eles são a única forma de financiamento do Estado Moderno. E uma das principais funções desse Estado é garantir a propriedade privada e seus derivados (contratos, trânsito de recursos etc.). Mesmo o Bitcoin, ou qualquer outro ativo que o indivíduo possa chamar de “seu”, é propriedade privada e só será mantido sob esse pacto social do Estado Moderno pós-feudal.

Não é razoável que queiramos fazer parte de uma rede mundial que protegeria de forma consistente criminosos, pedófilos, traficantes de armas e de drogas, entre outros que teriam interesses não republicanos e inconfessáveis para fugir do “regulador central”, da polícia e dos governos.

As redes bancárias em paraísos fiscais já são um estorvo para a sociedade, só recentemente as forças tarefas anticorrupção de vários países estão conseguindo atuar para coibir o uso desses instrumentos.

Já temos dificuldade para entender qual a vantagem que o Bitcoin traria para a sociedade, não faz sentido exaltar aquilo em que o Bitcoin é mais perigoso e mais prejudicial.

Entendo que, se começar a ser visto apenas, ou principalmente, como uma forma de transacionar dinheiro sem ser visto, vai acabar caindo na mesma categoria da dark web. E as companhias na dark web são as piores possíveis.

  1. O Bitcoin e o day-trade de estrume

Assisti a algumas palestras do folclórico Didi, o analista gráfico das agulhadas. Em uma delas ele contou uma história engraçada. Ele estava ensinando que, para análise gráfica “raiz”, é irrelevante saber qual o ativo que se está negociando, basta ver os gráficos e os indicadores.

Ele disse que viu uma oportunidade de trade no mercado futuro de uma commodity que ele não conhecia. Fez a tal agulhada dele e ganhou alguns milhares de dólares. Por curiosidade foi saber o que significava aquele ticker que negociou. E descobriu que se tratava de estrume (faz muitos anos, não tenho certeza se era estrume ou banha de porco, mas vale a história).

Qualquer coisa serve para trade, para negociação. O mercado de apostas na Inglaterra aborda até o nome que cachorrinho do filho da princesa vai receber. O mundo é um grande cassino, e não só o mundo das finanças.

Quando o Lula falou que a mamona salvaria o mundo (biodiesel), as ações da Brasil Ecodiesel estreavam na bolsa a R$ 12,00. Hoje, em valores atualizados, está a centavos (a empresa mudou de nome várias vezes, bem como mudou de ramo).

A Telebras é uma empresa que dá prejuízo recorrente sempre, mas funciona para trade, tem valor de mercado, ainda que, talvez, não devesse ter.

Há uma ENORMIDADE de empresas que valem provavelmente nada, mas que ainda negociam, algumas fortemente, sem qualquer base fundamental, apenas na vibração do grande cassino da humanidade.

Não é pelo fato de que o Bitcoin negocia, tanto em mercados à vista, quanto em mercados futuros, que ele, realmente, valha alguma coisa, ou que traga algum valor para a sociedade.

Se você ganhou, e ganha, muito dinheiro com Bitcoin, o significado disso tudo é só esse mesmo, que ganhou muito dinheiro com negociação de alguma coisa.

E, nesse caso, mesmo que todas as suas premissas para explicar o seu sucesso no mercado de Bitcoins sejam furadas (e devem ser, pois ninguém sabe para que serve), aproveite o momento.

Você já ganhou dinheiro, não precisa estar certo.

Para finalizar

Na verdade o Bitcoin é exatamente o que falei dele no meu primeiro artigo que escrevi sobre o assunto. Uma moeda de game. As pessoas são recompensadas por jogar. E só.

Depois da alguns meses acompanhando as notícias, lendo e acompanhando especialistas, entendo que essa característica do Bitcoin se mantém. É uma recompensa por jogar um jogo. O resto dos significados do Bitcoin ainda está em formação.

Mas, se as pessoas apostam em qualquer coisa, por que não no preço de uma moeda de game, não é?

Ler Post Completo | Make a Comment ( 11 so far )

Os posts proibidos sobre Eike Batista e a Petrobras estão de volta!

Posted on 01/02/2017. Filed under: Finanças, Humor, Política |

É amigos, só quem viveu aqueles anos de ouro, entre 2008 e 2010, com Lula aprovado por 97% da população, Eike no estrelato, sabe como era difícil combater a irracionalidade daqueles tempos.

Ainda no INI escrevi alguns posts (antes do blog era para uma lista de emails) com críticas ao Eike e a seus projetos, bem como à Petrobras.

Alguns amigos próximos, da área acadêmica e do mercado, me sugeriram retirar os posts, pois não se rema contra a maré, iria acabar sobrando para o peixe pequeno. E assim fiz, até porque Eike, em idos de 2008-2009, era a vedete da bolsa e muita gente com capacidade de análise investiu nas empresas dele. E a Petrobras era a vedete mundial das bolsas, com o Pre-sal. Falar mal era certeza de remar contra a maré e ser taxado de anti-patriota, invejoso, burro, fascista etc.

Creio que agora, com parte da caterva na cadeia, posso republicar. Foram excluídos em 2010 aqui do blog. Voltam agora.

EIKE BATISTA

12 de junho de 2008

É senhores…
Eike Batista, para se vingar de sua Ex, quer se tornar o homem mais rico do mundo. Se continuar vendendo “vento” a preço de “ouro”, vai conseguir rapidinho.
Há dois fenômenos importantes na Bolsa. O Mico Preto e a Pirâmide. São semelhantes, mas vale uma explicação para os que nunca se viram numa situação de mico ou de pirâmide.
Mico Preto – É quando todos começam a especular sobre uma ação sem fundamentos sólidos, e a boataria faz com que os traders comprem e vendam absurdamente o papel, fazendo com que suba vertiginosamente. Um dia, seu José de Arimatéia acorda e lê no jornal que a ação da Kepler Weber já subiu 1.000.000% em um dia. Seu josé então, vende suas VALE5 por R$ 100.000 e compra tudo de Kepler Weber. Daí, sai de férias. Quando volta, olha sua conta no home broker e tem 1 trilhão de ações da Kepler Weber que, a preço de mercado, estão valendo R$ 3.549,30. E SE CONSEGUIR VENDER, pois ninguém mais compra o lixo. Seu José de Arimatéia ficou com o Mico Preto.
Pirâmide – Um dia, alguns investidores descobrem uma empresinha chamada Plascar. Não negocia nada, tem um histórico de prejuízos, mas está para ser comprada por um grupo estrangeiro. Ela custa R$ 1,00 por ação. Daí esse grupo começa a comprar devagarzinho. Outros começam a entrar também, seguindo o grupo inicial e empurrando a cotação para cima. Daí o grupo americano entra com a boataria e outro grupo, muito maior, começa a entrar na ação. Depois que ela já subiu 1.500%, chegando a R$ 15,00 em 6 meses, seu José de Arimatéia abre o jornal e descobre a Plascar! Vende R$ 100.000 de PETR4 e compra tudo de PLAS3. Ocorre que, como nas pirâmides, os primeiros ganham muito, os que vêm logo depois ganham um pouco menos e os últimos pagam a conta dos primeiros. Quando seu José de Arimatéia, voltando das férias em São Tomé das Letras, abre o home broker vê que suas ações valem apenas R$ 5,00 e seu patrimônio está em R$ 33.000.
Eike Batista acaba de vender a OGX por um valor equivalente a R$ 31 bi. Mais que telemar, eletrobrás, 4x mais que Sadia, quase uma Itaúsa… Ai, ai…
O que OGX produz? Nada.
Quando vai produzir? Sei lá!
Vai ter lucro? Como vou saber!
Distribuirá dividendos? Só Deus sabe.
Se se o dólar disparar com os juros americanos subindo e o barril de petróleo cair…
O que ela tem, afinal, para valer R$ 31 bi?
AHHHHHH! Ela comprou os direitos de exploração de alguns poços de petróleo…
Só? Sim, só.
Já encomendou as sondas?
E se os poços não forem viáveis?
E se os custos de exploração subirem ainda mais?
A própria MMX só tem lucro pela reavaliação de ativos, pois seus resultados são inexpressivos. Ainda assim consegue vender por bilhões e bilhões!!! Muitos vão argumentar que a empresa valorizou 400% em 2 anos. É fato, mas quem era o investidor inicial? Ele mesmo, Eike Batista. Esse não tem o que perder.
Ainda bem que não vende aos pobres mortais, pois o mínimo para investir era R$ 300.000. Não dá para uma sardinha se aventurar nesse mercado.
O que acontecerá no futuro? Vai ser mais uma empresa a se mover de acordo com as cotações do Petróleo. Deve dar muito dinheiro para alguns, menos para outros e prejuízo para a maioria, falando a longo prazo, óbvio.
Esperemos…
DEPOIS DE DANIEL DANTAS
11 de julho de 2008
Uau…
A PF está cumprindo mandado de busca e apreensão na casa de Eike Batista…
Como os investidores não são bobos, estão torrando os papéis do Eike.
No momento, a OGXP3 está com queda de 20% e a MMXM3 está com queda de 13%.
É complicado mesmo, pois a OGX é só projeto, que sem o Eike perdem muito valor e a MMX pode ter problemas com suas minas, já que a PF está investigando justamente esses processos.
A bruxa tá solta!!!

Eike destrói o estatismo no setor de petróleo. Ou não?

 Caríssimos,

A leitura do release de resultados da OGX, para o ano de 2009, é um exercício muito elucidativo… ou não…

Para quem quiser ler a íntegra segue o link:
http://ogx.infoinvest.com.br/ptb/883/Release4T09portugusvfinal.pdf

Mas não será necessário, pois os dados mais importantes relatarei a seguir.

A confiar nas previsões da OGX, ou a Petrobras é um desastre como empresa, ou a OGX é um prodígio, um fenômeno.

Como não sou especialista em petróleo e gás, peço ajuda aos amigos leitores e a especialistas, que porventura passarem por aqui, para me ajudar na série:

Explica aí, que eu não entendi!

1. A projeção da OGX é de que estará produzindo 730 mil barris/dia em 2015 (7 anos após sua captação primária na bolsa) e 1,38 milhão de barris/dia em 2019 (11 anos de vida operacional).

Isso significa que:

  • A OGX afirma que vai atingir em 11 anos o que a petrobras levou 48 anos para atingir (2001-2002). Ainda, afirma que pretende atingir nos mesmos 11 anos de vida, quase 70% de toda a produção da Petrobras, no Brasil, para o ano de 2009, que era de 2,05 milhões de barris.

Pergunto aos visitantes do blog:

  • Isso faz sentido?
  • As previsões são excessivamente otimistas?
  • A Petrobras não é eficiente?
  • A OGX é um fenômeno sem par no mundo do petróleo?
  • Está muito mais fácil retirar petróleo hoje?

2. A OGX diz ter uma certificação elaborada pela D&M de até 6,7 bilhões de barris comprovados, em apenas 2,5 anos de operação.

Isso significa que:

As colocações são um pouco imprecisas no release. Confesso que não compreendi na íntegra oq que eles quiseram dizer. Mas a Petrobras tinha, em 2009, reservas provadas de 12,1 bilhões de barris, o que indica que a OGX teria um volume equivalente a quase 60% das reservas da Petrobras. AMBAS não consideram o pré-sal, pois os poços de Eike não estão lá e os 12,1 bi também não incluem o pré-sal.
Pergunto aos visitantes do blog:

  • É isso mesmo, ou entendi errado?

3. Por que não há informações sobre a qualidade do petróleo? O óleo a ser extraído dos poços de Eike é leve (valorizado) ou pesado (desvalorizado)? A diferença entre os preços do óleo leve e pesado é de quase 40%, pois seu refino custa muito mais caro.

4. A OGX tem em caixa R$ 7,3 bilhões. Ela teve lucro em 2008 e 2009 por conta das aplicações financeiras dessa dinheirama. Praticamente todo o gasto que faz com exploração não trata como custo, mas como ativo “intangível”, prática aceita pelos princípios contábeis.

Isso significa que:

  • A OGX captou, em meados de 2008, R$ 6,7 bilhões de dinheiro novo, proveniente do mercado, das pessoas, dos investidores. Terminou 2008 com R$ 7,6 bilhões em dinheiro e 2009 com R$ 7,3 bilhões. A OGX vale, em bolsa, R$ 58 bilhões. A Eike tem 62% da OGX, o que significa R$ 35,96 bilhões OU US$ 20,5 bilhões.

Pergunto aos visitantes do blog:

  • Se a empresa tinha, em 2008, R$ 7,6 bi em dinheiro e recebeu, no mesmo ano, R$ 6,7 b ilhões, quanto Eike colocou de grana DELE, na empresa?
  • O valor do ativo no balanço em 2008 era de R$ 9,7 bi, sendo R$ 7,6 bi de “tangíveis” e R$ 2,1 de “intangíveis”. Isso significa que Eike, no máximo, teria colocado R$ 3 bi na empresa, pouca coisa em grana e muito em “intangíveis”. Se colocou R$ 3 bi (foi muito menos), como poderia ter multiplicado seu capital por 12 em pouco mais de 2 anos?

Encerrando a batalha!

Senhores, tudo é possível. Tudo mesmo.

O petróleo pode ir a US$ 500,00, Eike pode ter descoberto o filé mignon do petróleo brasileiro (num poço que já havia sido devolvido pela Petrobras à ANP em 2001), mas não é provável.

A minha principal questão, no título do post, não é duvidar da capacidade operacional e do futuro brilhante da OGX, mas compará-la com a Petrobras.

Acho que Lula deveria pedir ao Eike para não divulgar releases tão espetaculares.

Fica dificílimo defender o monopólio estatal e a idéia de competência da Petrobras quando uma empresa com 2,5 anos de operação pretende chegar a produzir, em 11 anos, a 65% do que a Petrobras levou 56 anos para atingir. Isso com velhos campos já rejeitados pela própria estatal, de petróleo pesado.

O valor de mercado da OGX não faz qualquer diferença para o sucesso da empresa, exceto se Eike quiser levantar mais grana. Poderia ser R$ 100 bi ou R$ 10. Aliás, no auge da crise, chegou a valer menos do que o que tinha em caixa. Nessa época, era um negócio espetacular!

Agora, do fundo do coração, torço para estar errado em minhas desconfianças sobre o excessivo otimismo da OGX. Torço mesmo, pois se é possível fazer isso, não haverá qualquer problema de falta de petróleo no mundo. Será abundante em breve. Ou só existe uma OGX no mundo?

Enquanto isso, estima-se que os carros elétricos serão responsáveis por 86% das vendas de carros dos EUA, em 2030…

Esse mundo está muito complexo. Gostaria de entendê-lo melhor…

2- Eike Batista, o empresário-projeto, é o oitavo homem mais rico do mundo!

É meus amigos, o mundo das finanças, assim como o Brasil, não está mesmo para amadores…

Eike Batista, o empresário-relâmpago, o empresário-projeto, conseguiu amealhar uma fortuna de US$ 27 bilhões em poucos anos.

Apesar da EBX existir há muito tempo, foi de 2004 para cá, mais precisamente com a abertura de capital da MMX em 2006, que Eike conseguiu o milagre da multiplicação dos dólares.

Em pouco mais de 4 anos (a contar da abertura de capital da MMX) consegui atingir uma fortuna que rivaliza com grandes empresários e investidores de atuação mundial, com produtos e serviços vendidos em 200 países e quase 2 bilhões de pessoas atendidas. Veja:

1 – US$ 53,5 bi – Carlos Slim, dono da América móvil (Claro, no Brasil), começou a investir em 1965, iniciou o negócio de telefonia em 1990. Hoje tem cerca de 100 milhões de clientes no mundo e suas empresas pagam, por ano, mais de US$ 5 bilhões em impostos.

2- US$ 53,0 bi – Bill Gates, dispensa apresentações. Atinge o mundo todo, atua na vida das pessoas, mais de um bilhão delas, diariamente. Sem comentários sobre sua importância e sobre o tamanho de seus negócios.

3- US$ 47,0 bi – Warren Buffett, também dispensa comentários. Investe desde 1491, financiando a viagem de Colombo. É dono da mais respeitada empresa de participações dos EUA. Tem participações relevantes nas maiores companhias do mundo. Investe, sem brincadeira, há mais de 65 anos.

8 (por enquanto) – US$ 27,0 bi – Eike Batista. Tem uma infinidade de empresas que valem bilhões, mas que nada produzem (por isso empresário-projeto). Se não acreditam em mim, leiam o resumo do que fazem as empresas de Eika na página da própria EBX:
http://www.ebx.com.br/empresas.php

Conseguiram achar um barrilzinho de petróleo produzido? Alguma produção de minério relevante? Algum aluguel de estrada de ferro ou porto?

Não é mole, não!

O nome da brincadeira é: Mercado de Ações!

Eike, não demora, vai ser o mais rico do mundo.

(Re)Descobriu o jeito mais fácil de fazer fortuna. Aliou conhecimento privado e público, ótimos relacionamentos, projetos gigantescos, o maior período de liquidez do mercado mundial e aproveitou para fazer o lançamento de seus projetos, e captar fortunas no mercado de ações.

Agora vai lançar a OSX que, pelo que li, é uma empresa que presta serviços para a própria OGX e que pretende prestar serviços para as outras empresas de Eike. Espera captar R$ 10 bi.

É algo muito estranho você criar uma empresa para servir à sua própria empresa… e abrir seu capital!!!!

O cara consegue tirar bilhões até da verticalização de seus próprios projetos.

Imagino que ele tenha pensado o seguinte: pô, estou pagando uma fortuna para esses prestadores de serviço! Vou criar a OSX e pagar para mim mesmo.

Seria lindo, se não pudesse criar um evidente conflito de interesses. Bom, mas isso não somos nós que vamos dizer…

Como funciona o milagre da multiplicação dos bilhões?

É simples.

Quando você abre o capital de sua empresa, normalmente coloca algo como 30% à venda. Os outros 70% são seus.

Se você capta, R$ 10 bi, como se pretende com a OSX, por 30% do negócio. Significa que o valor dela na bolsa será de R$ 33,3 bi e que Eike vai ficar R$ 23,3 bi mais rico ou US$ 13 bi, em números internacionais.

Daí, basta inventar uma outra empresa para fornecer o papel higiênico, as canetas, os bloquinhos de papel para as empresas EBX aumentar sua fortuna em US$ 7 bi para passar Warren Buffett!

Não estou dizendo que os projetos não possam dar certo!

É claro que o investidor que colocou a grana dele nas empresas, acredita que os projetos serão um sucesso.

E ele até teve uma fantástica venda de parte da MMX por US$ 5 bi para a Anglo American. Um negócio que a Anglo deve estar lamentando até agora, pois logo depois seus lucros caíram 53% com a crise mundial…

Comprar promessa, dá nisso. O futuro a Deus pertence. Se houver outro boom de commodities nos próximos anos, recuperará o investimento. Se não… micou!

Justiça seja feita a Eike, ele não deixa pequenos investidores brincarem em suas ofertas públicos. É de R$ 300 mil para cima. As sardinhas estão a salvo!

O que o futuro nos reserva?

Acredito que Eike não tenha qualquer interesse em produzir nada. Se conseguir um ganho de capital vendendo seus ativos, vai fazê-lo. Daí com o dinheiro novo, vai comprar outros ativos, criar outros projetos e vender na bolsa.

Só vai parar quando atingir a fortuna de US$ 1 trilhão ou quebrar. Ou ainda, quando a Luma de Oliveira voltar para ele…

Aliás, tô achando que essa fortuna tá com cara de bombeiro, uniforme de bombeiro, perna de bombeiro, bíceps de bombeiro, peitoral de bombeiro…

E dá-lhe Eike! Detone esses ianques malditos!

KKKKKK

3- A Verdadeira Identidade de Eike Batista!

O Mr. X é sensacional.
Sua capacidade para comprar direitos de exploração das riquezas do país, abrir o capital sob promessas de gigantismo nacionalista e depois vender esses direitos, ou parte deles, para empresas estrangeiras, está começando a levantar desconfianças sérias em Lula.
MMX
Primeiro a MMX, que iria competir com a VALE, viu sua principal mina ser vendida para Sinhá Elizabeth e Nhô Edward, num negócio fantástico para os acionistas, mas estranho para os planos de gigantismo nacionalista.
A MMX ficou com patrimônio líquido negativo…
OGX
Agora Mr. Fujiro e Mr. Takaro estão querendo comprar participação nos poços da OGX. Nada contra, mas se o China comprou… é do China. Qual percentual? Ainda não se sabe.
Sonhos com a VALE
Se conseguir seu sonho de ouro de retirar Agnelli da presidência da Vale e assumir o posto que já foi de seu pai, é capaz de vender 30% de Carajás para o Burkina Faso ou para o Butão.
É um passaro, é um avião, não é…
Lula já está desconfiando que essa incrível capacidade de repassar a estrangeiros as riquezas nacionais jamais poderia vir de um vilão comum…
Lula teme descobrir que Eike Batista é, na realidade, … Fernando Henrique Cardoso!
ahahahaha!
Perdoem a brincadeira no meio de tanta coisa séria…
Ler Post Completo | Make a Comment ( 4 so far )

Marilena Chaui enfrenta princípios básicos de finanças

Posted on 21/07/2016. Filed under: Administração, Filosofia, Finanças, Humor, Política |

Que tal ver Marilena Chauí enfrentando princípios básicos de finanças? Chega a ser engraçado.

Toda a verborragia ideológica não dura 3 minutos diante de conhecimentos triviais sobre financiamento, propriedade e renda.

É assustador que um discurso tão frágil, arcaico e errado consiga repercutir em tantas mentes jovens. Vamos compartilhar e tentar fazer o iluminismo, o século das luzes, chegar a esses meninos e meninas.

Curta nossa página:

https://www.facebook.com/pauloportinhoRJ/

 

 

 

Ler Post Completo | Make a Comment ( 2 so far )

Vão Privatizar a Marmita!

Posted on 09/07/2016. Filed under: Administração, Filosofia, Finanças, Humor, Matemática, Política | Tags:, , , , , , , , , |

Esse senhor do vídeo, Bohn Gass (pum cheiroso em alemão), está preocupado com o fim do conteúdo nacional, pois até a marmita será estrangeira.

Apesar de ser careca, barbudo e articulado, o que, aliado ao sotaque sulista é quase uma garantia de conteúdo, o youtubber não tem a mais remota noção da realidade.

Não me importaria em rebater, se imposturas como essa não influenciassem tantas pessoas. Influenciam.

Vamos, humildemente, demonstrar as aberrações intelectuais de Herr Bohn Gass.

Brevemente!!!

“Os golpistas querem tirar o pré-sal da Petrobras”.

Errado! O pré-sal não é da Petrobras, é da União. A única parte do pré-sal licitada recentemente foi arrematada por um consórcio do qual a Petrobras tem apenas 40%. Nem da área licitada a Petrobras é dona.

“Estudos sérios dizem que podemos chegar a 200 bilhões de barris no pré-sal, o que daria US$ 10 trilhões de dólares”.

É encantador.

A Petrobras tinha reservas provadas de 16 bilhões de barris em 2012. Em 2016 (em janeiro, ainda não tinha dado tempo de o Serra doar as reservas para a Chevron) as reservas tinham caído para 13 bilhões de barris. Dados da própria Petrobras (última planilha, barris equivalentes):

http://www.investidorpetrobras.com.br/pt/destaques-operacionais/reservas-provadas

Outra coisa ma-ra-vi-lho-sa é fazer a conta de receita sem considerar custos. A Petrobras hoje perde dinheiro na extração. Se realmente tivesse 200 bilhões de barris e começasse a produzir TUDO de uma vez só, o preço do petróleo iria a 5 dólares. Produzir sem demanda, oferta sem demanda… preço baixo.

Mesmo assim, e o custo? Não conta? Sai de graça o petróleo de lá?

“Lula e Dilma fizeram um projeto (partilha) para garantir emprego no Brasil, tecnologia brasileira, ajudar a indústria nacional e garantir recursos para programas sociais”.

Esse vídeo é recente. É até difícil saber a que planeta, ou a que época, Herr Bohn Gass pertence.

Garantir emprego no Brasil?

A indústria do petróleo demitiu mais de 150.000 pessoas em 2 anos. Os maiores salários do Brasil. Beiramos 12 milhões de desempregados.

Garantir tecnologia brasileira?

Temos a impressão de que a “tecnologia é brasileira”. Não é. É mundial e está a serviço de quem pagar. A lista de fornecedores de tecnologia da Petrobras é majoritariamente de estrangeiros.

Mas a Petrobras já mandou tudo para o exterior. As gestões anteriores pegaram dinheiro emprestado na China. E o chinês exigiu “conteúdo chinês”. Olha que coisa! Isso na gestão de Aldemir Bendine e Graça Foster.

Não foi a Chevron. Não foram os Rotschild. Nem os Rockfeller. Nem o FBI. Nem a CIA. A culpa é do FHC.

Apoiar a indústria nacional?

A Odebrecht agradece. A Andrade Gutierrez agradece. A Queiróz Galvão agradece. A Sete Brasil agradece. Vou parar por aqui ou a CIA vai acabar me lendo.

Garantir recursos para programas sociais?

Bom, com rombo de R$ 140 bi em 2015, expectativa de rombos de R$ 170 bi em 2016 e R$ 139 bi em 2017, temos é que torcer para que exista ainda algum Estado Brasileiro após esse período.

Se isso tudo foi um projeto de Lula e Dilma (e foi), tenho dificuldade de lembrar de fracasso tão avassalador. Acho que é a maior experiência de perda de dinheiro da história do planeta.

Parabéns! Querem acabar com o capitalismo queimando todo o dinheiro dos investidores!

“Michel Temer retirou a urgência dos projetos de combate à corrupção enviados por Dilma”

Pois é. Agora foi a Dilma que propôs as 10 medidas contra a corrupção, não foi iniciativa dos procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato, endossada pela Procuradoria-Geral da República. E que obteve cerca de 2 milhões de assinaturas!

Esse pessoal rouba tudo mesmo.

“Quem vai se dar bem com a mudança do sistema de partilha é a Chevron, a Exxon, a Shell, a BP, as grandes empresas de petróleo”.

Essas empresas operam no mundo inteiro. Pagando muitíssimo menos em royalties e impostos do que pagam no Brasil. Será que elas exploram os EUA, a Noruega, o Canadá, a Escócia etc.? Sério? Mesmo o americano pagando metade do que pagamos pelo combustível?

Que exploração é essa que, para produzir no Brasil, paga royalties, participações, bônus da assinatura, uma tonelada de impostos, e despeja tudo no bolso do consumidor brasileiro?

Ah, essa exploração eu conheço. E o explorador começa com a letra “Estado” e termina com a letra “Mais Estado”.

“Se a Chevron e as outras vencerem, o emprego vai para fora do Brasil”.

Bom, só se levarem o pré-sal embora. Na verdade o emprego vai embora se elas forem embora.

E é o que está acontecendo. Bye-bye emprego. A Chevron, a Exxon, a Shell, a BP vão levar seus investimentos para outro lugar. E gerar empregos por lá.

Herr Bohn Gass não gosta de empresa estrangeira. Herr Bohn Gass gosta é de Tudobras S.A..

“Se tirar o conteúdo nacional, desde a marmita, que é o alimento do trabalhador, até a plataforma, vão para fora do Brasil, transferindo renda para o exterior”.

É realmente um problema grave. Conteúdo nacional na marmita. Seria garantia de haver feijão? Ou legumes de assentamentos do MST?

Será que seremos obrigados a comer chucrute? Ou cachorro, se a marmita for chinesa?

Jesus Cristo amado, o que é isso?

Tô rindo tanto que nem consigo tratar dos impropérios do final do vídeo…

Seria hilário, se não fosse tão trágico.

 

 

Ler Post Completo | Make a Comment ( 5 so far )

Juros negativos. O fim do capitalismo? Com certeza não, é exatamente o contrário.

Posted on 05/07/2016. Filed under: Administração, Filosofia, Finanças, Humor, Política | Tags:, , , , , , , , , , , , |

Esperei bastante, mas infelizmente não consegui ler nenhuma interpretação razoável, ou minimamente coerente, sobre o inacreditável fenômeno dos juros negativos (em países ricos e confiáveis). Acho que ninguém está interessado em revelar as contradições da relação entre o sistema financeiro e os orçamentos públicos.

É tudo tratado como se fosse uma trivialidade, mas não é. Parece non sense uma pessoa investir 1.000 euros para retirar 995 euros após 10 anos, mas não é. Parece inofensivo, mas não é. Parece que será rápido e indolor, mas não será.

Parece o fim do capitalismo, mas é exatamente o contrário.

Ao leitor que não acompanha de perto as finanças internacionais, é isso mesmo que leu. Investir 1.000 euros para retirar 995 euros em 10 anos. Os títulos do governo alemão pagam juros negativos. E são títulos longos. Se segurar por 10 anos, vai perder.

Comecemos pelo fim. Pelo diagnóstico.

Qualquer que seja o caminho de análise uma coisa é certa: há dinheiro demais no mundo. Quando digo dinheiro, quero falar de ativos ultralíquidos, caixa ou equivalente. Não estou falando de patrimônio em ações, em limitadas, em imóveis ou outro ativo físico. É grana. É pila.

Parece bom, poderíamos resolver os problemas do mundo, mas é bem ruim e não, não poderíamos resolver os problemas do mundo. Vai ficar claro adiante.

Taxa de juros é preço do dinheiro.

Se são negativas (preço muito baixo), é porque há bem mais oferta do que demanda por dinheiro. Gente demais querendo emprestar, gente de menos querendo tomar. O tomador de crédito NÃO QUER aquele dinheiro. A única forma de ele externar isso é não remunerando os recursos que recebe, ou exigindo que alguém PAGUE para que ele aceite receber dinheiro.

Isso é uma gigantesca disfunção do sistema financeiro.

A persistir, o sistema de aposentadorias não funcionará mais. Nunca mais.

Um indivíduo que investe R$ 10.000 por ano a uma taxa de 2% ao ano, chegaria a R$ 500.000 em 35 anos (tempo de aposentadoria). Se a taxa fosse negativa (-2%) ao ano, não chegaria nunca a R$ 500 mil. Em 100 anos de indivíduo teria investido R$ 1.000.000 e seu saldo seria de R$ 433 mil.

Os valores são exagerados (os juros não são tão negativos), mas a lógica é válida.

Parte da culpa é do medo da catástrofe financeira

A última estimativa que li, do JP Morgan, indicava haver US$ 6 trilhões investidos em taxas negativas ou bem próximas de zero.

Ao que parece, a mão invisível está no bolso. E não sai de lá.

Na crise das pontocom, início dos anos 2000, houve brutal destruição de valor. Cerca de 4.000 empresas da NASDAQ deixaram de existir. Só o Yahoo fez a bolsa eletrônica perder US$ 90 bi de valor de mercado dos ativos listados.

Isso é capitalismo puro, na veia. Risco privado sofrendo severamente quando age por imprudência, imperícia e vaidade. As empresas sumiram, pois aquela riqueza não existia. O dinheiro sumiu.

Em 2008…

Ah, 2008…

Foi o inverso. Provavelmente foi o momento mais anticapitalista de história da economia moderna.

Tudo que aprendemos sobre livre mercado, baixa intervenção estatal, moral hazard (risco moral), agency costs (conflito de agência), mão invisível, destruição criativa etc., foi jogado no lixo. Por medo. Pavor, diga-se, de ruptura do sistema financeiro.

Será?

Jeremy Irons e o monte de lixo tóxico

Jeremy Irons é o dono de um banco no filme Margin Call (2011). Diante da equipe ele repete o diagnóstico: – Estamos sentados no maior monte de lixo da história do capitalismo. Amanhã vocês vão ligar para todos os seus clientes, parentes, amigos, até para a sua mãe, e vão vender tudo.

A crise de 2008 revelou que o mundo tinha alguns trilhões de dólares em papéis podres.

O que é isso?

Ora, se o banco emprestou US$ 500 mil para o sujeito comprar uma casa, o banco tem os recebíveis do tomador do empréstimo e a casa para retomar, se ele falhar. O tomador falhou com os pagamentos e a casa valia apenas US$ 100 mil. E ainda assim não tinha comprador.

Então é isso. Os bancos e algumas agências governamentais tinham emprestado trilhões. E isso não valia nada.

O que os governos fizeram?

Com medo de uma ruptura drástica, em que bancos grandes CERTAMENTE quebrariam, promovendo um colapso no sistema financeiro, “deram liquidez” para o lixo.

É mais ou menos o seguinte. Você tem um papel que ninguém quer. O governo compra de você por um preço MUITO acima do que valeria no mercado.

Um nome bonitinho, “quantitative easying”, que significou alguns trilhões de dólares dos ORÇAMENTOS PÚBLICOS para dar liquidez a lixo.

Olha uma coisa bem inútil na sua casa. Um carrinho de bebê velho. O governo compra pelo preço de um novo. Você venderia?

Quantitative easying significa “dinheiro correndo frouxo”. Grande parte é dinheiro público. A única fonte de recursos que havia sobrado, em 2008, eram os orçamentos dos países.

Trilhões que não deveriam existir

Qual é o propósito do dinheiro, da instituição “dinheiro”?

É circular. Para circular, ele precisa ser atraente. Para o comerciante que quer vender seu produto, para o produtor rural que quer financiamento, para o empresário que quer ampliar etc.

Aos que pensam, até aqui, que bastaria “pulverizar” esse dinheiro na África ou no América Latina, é importante esclarecer que dinheiro não existe como entidade absoluta. Dinheiro é entidade relativa. Ele faz sentido “em relação” ao que pode comprar ou produzir, não faz sentido absoluto. Nem é real, são só bits e bytes ao redor dos computadores do mundo.

O fluxo dele precisa fazer sentido, se o dinheiro perder o sentido, ele não valerá nada.

Antes de concluir, falemos da China

A China, em meu modesto entendimento, é o motivo subjacente que permitiu esse momento único da história das finanças mundiais.

Há um non sense nas finanças chinesas que, de certa forma, deixa a noção de dinheiro meio perdida.

É um país importante na economia mundial. Talvez o mais importante, em termos de “troca” de mercadorias e “posse” de recursos financeiros líquidos no mundo. Uma irracionalidade duradoura por lá, vai ter impacto em todos os países.

Na década de 1980 o Japão vivia momento semelhante. Sua moeda era artificialmente barata, de forma que seus produtos vendiam como água.

As gestões do governo americano e da comunidade internacional fizeram o Japão liberar o câmbio (quase isso), fazendo com que os japoneses enriquecessem em 5-6 anos. Enriquecessem MUITO. Foi a época em que apartamentos de 2 quartos em Tóquio valiam US$ 2 milhões. Em dinheiro da época.

Gerou uma bolha danada, que estourou em 1989 e durante a década seguinte, mas continuaram ricos. Racionalmente ricos.

A China resiste. Artificialmente ela mantém seus superávits de dólares. Acumula dólares. Não tem o que fazer com esses dólares. Algo próximo a US$ 3,2 trilhões. Vai fazer o quê com isso?

Moeda NÃO EXISTE em termos absolutos.

Moeda é relação. Não dá pra usar de forma irracional. Se fizer, vai destruir valor.

A China faz o quê? Cidades para 1 milhão de pessoas. Todas vazias. Produz aço para projetos que não tem qualquer sentido econômico.

Ou seja, lembra o Richard Pryor no filme “Chuva de Milhões” precisando gastar US$ 30 milhões em 30 dias (para herdar US$ 300 milhões). Isso em 1985. Sem comprar bens! Tinha que GASTAR! Não dá. Fazer o dinheiro sumir. Não dá. É muito difícil.

Quem me lê deve pensar que é mole gastar. Se você receber US$ 10 milhões, vai torrar com facilidade. Mas se é um hedge fund com US$ 1 trilhão, com deveres fiduciários com seus clientes, NÃO vai e não pode torrar.

A beleza do capitalismo

Estou me lixando para as ideologias. Gosto do fato. Gosto da evidência científica. Gosto de análise ética e honesta.

Ao contrário das ideologias dirigistas, que vão até o limite da inteligência de um grupelho de burocratas tarados, o Capitalismo é um sistema maior e mais inteligente do que as nações e seus dirigentes. Mais inteligente do que os banqueiros e do que os financistas. Ele é o caminho escolhido naturalmente, desde o início da sociedade contratual (início da linguagem escrita). Ele é o mercado em que todas as trocas de interesses acontecem.

A resposta natural que o capitalismo está dando a essa disfunção é: JURO NEGATIVO. Dinheiro demais, vamos resolver isso fazendo você PERDER dinheiro.

O interessante é que, dessa vez, quem vai perder mais é quem tem estoque de capital. Não é o pobre e o desvalido. O pobre ou a classe média podem até se beneficiar, pois o dinheiro barato vai acabar gerando negócios que não existiriam em um mundo de juros positivos. Ainda que estejam fadados à destruição de valor.

Foi o que ocorreu no Brasil. O setor de Petróleo empregava gente com exigência de segundo grau e curso técnico de apenas 6 meses, por R$ 8 mil por mês, o mesmo que um gerente de empresa média, com pós-graduação em finanças.

Acabou a bonança do setor, o salário caiu 4 vezes.

Aos que pensam: Ora, por que não investir esse dinheiro na economia, na produção, nas start ups?

Ora queridos! Porque essa cumbuquinha tá cheia.

Se o inventor do Uber conseguiu fazer o que fez com financiamento de US$ 50 milhões, porque pegaria US$ 1 bilhão? Seja em ações ou dívida? Seria estupidez, seria reduzir sua rentabilidade por vontade própria. Quem pega mais do que precisa é porque tem um projeto péssimo. E projeto péssimo é destruição de valor. Mais rápida que o juro zero.

Se você levar a irracionalidade, o “quantitative easying”, para a bolsa e para o setor produtivo, imobiliário, ou qualquer outro da economia real, vai gerar outras bolhas. E os ativos REAIS já estão caríssimos.

O sujeito prefere perder 0,15% ao ano em títulos alemães, do que se arriscar a perder 50% investindo no Linkedin, Google, Exxon, imóveis etc.

Não dá para fugir. Há uma disfunção. Há dinheiro demais.

E os países pobres?

Aqui acho que fica a lição mais importante desse artigo.

Dinheiro não é “realidade” material e objetiva, dinheiro é fluxo, dinheiro é circulação, dinheiro é meio.

Esse dinheiro “salvaria” nações pobres? Será?

Peguemos a Petrobras. Em 2007 chegou a valor US$ 300 bilhões. Recebeu uma capitalização na faixa de US$ 50 bi em 2010. Entre 2007 e 2016 investiu cerca de US$ 400 bilhões (refinarias, novos poços). Valeria então US$ 750 bilhões? NÃO!

Hoje vale US$ 35 bilhões e produz o mesmo que em 2010.

O dinheiro foi usado. Resolveu alguma coisa? O orçamento brasileiro está “garantido” com os bilhões investidos? O povo se beneficiou em quê? A educação, saúde, emprego e segurança estão garantidos?

Em apenas um exemplo vimos que não é difícil fazer US$ 700 bi evaporarem.

As dívidas de Oi, Gol, Usiminas, General Shopping e outras tantas valem 50% do valor de face. Às vezes 20%. Dados públicos, basta olhar na bloomberg.

Dá pra destruir dinheiro, é fácil. Mas isso não ajuda pobre. Não ajuda país pobre.

A África tem (quase) tudo para receber investimentos. Tem povo sedento por bens de consumo, por emprego, por segurança. Tem terra. Tem riquezas naturais. Tem tudo ainda por construir. Casas, fábricas, rodovias etc.

Tenho certeza de que o dinheiro sonha em ir para um ambiente tão promissor.

Mas sabe o que falta?

Incentivo à livre iniciativa. Capitalismo. Mão invisível. Liberdade econômica. Economia de mercado. Respeito a contratos. Respeito à propriedade privada. Países onde essas coisas não existem odeiam dinheiro.

De que adiante haver trilhões de dólares loucos por boas oportunidades de investimento se os governantes desses países NÃO querem esse dinheiro.

O dinheiro só vai para lá se puder voltar. As regras mudam todos os dias. Há corrupção generalizada. Há ainda resquícios de guerras e grupos como o Boko Haram. Você constrói uma ferrovia, e morre de medo do governo mudar as tarifas de uma hora para outra. Morre de medo de tomarem a concessão (vi isso in loco com uma empresa brasileira).

A quem, efetivamente, você daria o dinheiro? A grupos realmente empreendedores ou a grupos ligados aos governos locais?

Investidor só entende como interesse genuíno aquele que multiplicará seu dinheiro.

Não é interesse genuíno enriquecer ainda mais oligarquias tirânicas ou grupos de interesse que não tem qualquer compromisso com a economia de seu país.

Quer dinheiro para investir? Tá sobrando. Mas ele não vai para onde é detestado e maltratado. Dinheiro não troca de mãos se o contrato é maroto.

Acreditem. Se despejássemos alguns trilhões em 10 anos nos países pobres, geraríamos a maior concentração de riqueza de história. E o povo continuaria paupérrimo.

Dei o exemplo da Petrobras. Só uma empresa. Dá pra destruir fácil, fácil. Somos mais pobres hoje do que quando começamos a surfar na ilusão do petróleo. E muito mais endividados, pois foi dívida pública que gerou essas distorções e a ilusão de prosperidade. Vendemos 20 anos do nosso futuro, para viver 5 anos de gala.

A solução?

Ou a bola murcha devagar, está cheíssima, ou explode.

Evitamos a explosão destroçando orçamentos públicos, que não estão sentindo muito, pois os juros estão baixos, então é barato se financiar.

Mas esses orçamentos NÃO estão mais disponíveis.

As quebradeiras no mercado de crédito podem ajudar a reduzir essa abundância de dinheiro. Algumas dívidas soberanas (Venezuela por exemplo) desaparecerão, e também vão ajudar. A Grécia é um super exemplo, sua dívida, impagável, imputou perdas de dezenas de bilhões ao sistema.

Não sei se dá tempo, ou quanto tempo levaria para que o estoque de “cash” se normalize.

Se fosse possível fazer o dinheiro DESAPARECER, mas veja, não é trocar de mãos, é ir para o espaço sideral, sem uso, os juros subiriam, a demanda por dinheiro seria grande, as moedas fortes ficariam mais fortes e países pobres se fartariam de ganhar dinheiro (quanto mais capitalistas forem, se forem socialistas vão sofrer absurdamente), pois ficariam baratos.

A maioria dos países é CREDOR em moeda forte. Até o Brasil. É diferente da época em que a dívida externa massacrava os países periféricos.

O ideal seria que países bem pobres tivessem um surto de livre iniciativa, redução das barreiras comerciais, privatização, fim da corrupção etc., o dinheiro fluiria para lá e a bola ficaria menos cheia. Talvez até voltasse ao equilíbrio virtuoso de longo prazo.

Mas o mundo tá doido. Discute irrelevâncias.

O dinheiro existe. Falta o projeto.

O dinheiro está sem amigos.

Curta nossa página no facebook: https://www.facebook.com/pauloportinhoRJ/

 

Ler Post Completo | Make a Comment ( 16 so far )

O Dia em que o PT Perdeu o Brasil. E não foi em 2016.

Posted on 28/04/2016. Filed under: Administração, Filosofia, Finanças, Humor, Política | Tags:, , , , , , , , , |

Eu tenho diferenças conceituais, de visão de mundo, em relação ao PT e à maioria das ideias de esquerda no Brasil.

Nunca fui de esquerda, nunca consegui compartilhar das soluções propostas pela esquerda. Eu realmente achava, já em 2004-2005, que seria impossível o Brasil funcionar da forma como estava sendo planejado. Nem preciso dizer que falei praticamente sozinho por uns 6 a 7 anos.

Combati bastante as ideias de hegemonia do PT. Quando ninguém falava em Gramsci (ou pouquíssima gente) estava lá eu lendo “A revolução Gramscista no Ocidente (de 2002)” e depois os cadernos 3 e 4 de Gramsci. Não recomendo a leitura de Gramsci. Ele escreveu da prisão, então precisou, propositalmente, não fazer sentido. Se conseguirem, leiam o primeiro livro citado.

Vi o Brasil esfacelar seus já frágeis alicerces, tanto morais quanto econômicos, sem se dar conta de que estava construindo um caminho sem volta, de uma ditadura do pensamento, uma prisão sem grades.

 

E entre 2011 e 2012 cheguei a achar que a vitória do PT e de seu projeto seria irreversível. Vi que poderiam garantir um mínimo de crescimento econômico, mesmo em ambiente inóspito aos empreendedores.

Tínhamos chegado a impressionantes 7,25% de meta de juros SELIC. Commodities em alta, país bem avaliado (investment grade), planos de expansão das empresas. Pleno emprego. Superávits primários relevantes. Orçamento equilibrado. E nem sinal de crise.

Nessa época, com esses juros, tudo faria sentido na economia brasileira.

Como os juros eram baixos, mexemos na poupança que deve ter chegado a uns 4,5% a 5% ao ano. Como era baixo o retorno na renda fixa, os investidores tinham apetite por risco, tanto os institucionais quanto as pessoas físicas. Ganhar só 5% ao ano (com inflação de 5%) não era bom, precisavam investir em debêntures de empresas privadas, projetos de expansão, ramo imobiliário etc.

Tudo estava dado para o PT nunca mais sair do poder, ao menos não por motivos de esfacelamento econômico. E, claro, a agenda hegemônica, antes oculta e hoje na boca do povo, poderia seguir seu caminho sem empecilhos.

Um parêntese. Fico feliz de ver que o modelo de hegemonia cultural e intelectual do PT, com base nas ideias de Antonio Gramsci, hoje é evidente para todas as classes sociais. Ao menos para a maioria da população que se interessa por isso. O discurso recente do senador Magno Malta demonstra como isso já está evidente mesmo para quem não é especialista no assunto. Ver aqui.

É divertido ver que os que tratavam desse assunto não falaram em vão.

Espero que, até aqui, os que não compartilham de minhas ideais não se sintam ofendidos. Não há qualquer ofensa em se dizer contrário a um pensamento e explicar os porquês. Não há mesmo.

Aliás, esse é um legado nefasto do atual momento político. Você tem que se desculpar o tempo inteiro, pisar em ovos, para dar sua opinião. Isso é muito ruim para o país.

O que era esse Brasil de 2011-2012?

Seria absurdamente fácil “soltar” o Brasil rumo ao mundo desenvolvido, economicamente falando.

Com o quadro econômico dado, bastaria reduzir subsídios, reduzir a participação de BB, Caixa e BNDES na economia, permitir que a iniciativa privada corresse os riscos que ela estava disposta a correr.

Ao retirar (reduzir) os subsídios do setor produtivo, a concessão de crédito se faria por lógica econômica, não política ou de compadrio. E teríamos, vejam só, superávits ainda maiores e poderíamos reduzir a dívida pública, abrindo espaço para mais quedas de juros e para mais investimentos sociais.

Isso seria extremamente fácil de fazer, bastava não fazer nada. Bastava fazer a conta básica de não mais perder dinheiro com juros subsidiados, bilionários subsidiados etc.

É claro que a velocidade dos investimentos seria outra, pois os bancos privados não concederiam crédito a um monte de tolices econômicas, projetos de VPL negativo, sem o governo para segurar o prejuízo. Teríamos, entretanto, um crescimento saudável, baseado em risco ao setor privado e não ao setor público.

E o mundo? Ao contrário do que tentam vender, o mundo nunca atrapalhou. O excesso de liquidez, grana firme, no mundo, e os juros baixíssimos desde 2009, fariam com que o Brasil recebesse muitos bilhões de dólares de dinheiro de risco.

Enfim, poderíamos ter dado certo. Mas é evidente que não demos certo. Aliás, estamos no pior momento econômico da história do Brasil. Não há qualquer dúvida disso. É o único momento em que a solução fiscal (mais endividamento, mais inflação, mais impostos) não está disponível. E sempre esteve. Hoje não mais.

Como o PT perdeu o Brasil?

É super simples entender.

Dobrando a aposta no Estado empreendedor, no Leviatã absoluto da economia, naquele que dita todas as regras e os caminhos para o desenvolvimento.

O que fizemos?

Dobramos a aposta no BB e na Caixa. Dobramos a aposta no BNDES. Dobramos a aposta no Pré-sal e na Petrobras. Dobramos a aposta no mercado imobiliário. Dobramos a aposta nos campeões nacionais. Dobramos a aposta no país da Copa do mundo e das Olimpíadas. Dobramos a aposta no crescimento pelo crédito e pelo consumo.

E tudo isso com dinheiro público, via Tesouro subsidiando juros para grandes grupos nacionais e internacionais. Pela relação entre BNDES-Tesouro-BACEN, que “criou”, por baixo”, R$ 1,5 trilhão em dinheiro “novo”, que nada mais é do que dívida futura trazida a valor presente. E que nem apareceu nos balanços ainda.

Estimo, sem medo de errar, que, no mínimo, R$ 2 trilhões circularam na economia, SEM JUSTIFICATIVA econômica. Ou seja, dinheiro injetado sem que o sistema produtivo pudesse suportar ou pudesse transformar em ganhos de longo prazo esse montante.

Onde foi parar esse dinheiro?

Fácil demais saber.

Em 2012 um gerente operacional de uma multinacional de telefonia, com 200 pessoas sob seu comando (trabalho de TI), ganhava entre R$ 9 mil e R$ 12 mil por mês. Nessa mesma época, um soldador no sistema Petrobras tinha promessa de salário inicial de R$ 8 mil, podendo chegar a R$ 15 mil. Um operador de guindaste, descobrimos isso quando caiu parte do Itaquerão, ganhava R$ 19 mil. Os ganhos salariais nos setores que o governo elegeu para investir pesado foram astronômicos.

E estamos falando de um gerente de TI com faculdade de primeira linha, MBAs e etc., ganhando bem menos do que pessoas formadas em cursos técnicos. Alguns de menos de 1 ano de duração.

Parte desses R$ 2 tri virou salário, nesses mercados “eleitos” pelo governo.

O problema é que os estádios não dão dinheiro. Os imóveis construídos estão sendo devolvidos. A produção de petróleo cai (caiu uns 8% esse ano) e o preço também. Praticamente todas as empresas que surfaram no crédito barato estão ultra-endividadas e não conseguem gerar caixa de seus negócios.

Essa parte que virou salário ajudou a dar a impressão de que estávamos no caminho certo. Gente ganhando cada vez melhor (nos setores “eleitos”), comprando cada vez mais, tomando dívida de longo prazo, tomando crédito de curto prazo. Vivendo o brazilian dream.

Outra parte desses R$ 2 tri viraram pó mesmo. São refinarias, complexos petroquímicos, imóveis comerciais e residenciais, estádios, expansões de fábricas, expansão de produção, créditos podres etc., que estão sendo baixados a prejuízo, às centenas de bilhões de reais todos os anos. Só no ano passado Vale e Petrobras deram prejuízos na faixa de R$ 80 bilhões, somados.

Vale é privada? Como disse Roberto Campos: “No Brasil a empresa privada é controlada pelo governo. A empresa estatal não é controlada por ninguém.”.

Então é esse o quadro. Torramos R$ 2 trilhões, no mínimo, entre subsídios e investimentos (não naturais) forçados por estatais e pela relação entre o trio BNDES-Tesouro-BACEN, e o resultado econômico é um total fiasco. Nem poderia ser diferente, pois os projetos jamais sairiam do papel se o financiamento e o risco fossem totalmente privados.

Ué, mas o empresário tomou o risco, tomou o empréstimo subsidiado, só porque o governo deu crédito barato?

Sim, mas não é para culpar apenas o empresário que não fez conta. Todos tomaram crédito subsidiado, principalmente os mais pobres. É para culpar, também e principalmente, o governo, que resolveu fazer caridade a bilionários com o nosso dinheiro.

E deu errado, tudo errado.

Os R$ 2 trilhões, que viraram pó no mercado, que não construíram nosso caminho para o desenvolvimento, vão nos atormentar por muitos anos, pois somos nós que vamos pagar essa conta.

Hoje temos repactuação das aposentadorias nos correios. 17% ao mês por 20 anos, é o custo no salário do trabalhador que confiou no sistema.

Temos o estado do RJ que vai pagar os aposentados, com atraso, e não terá dinheiro para comprar gasolina para a polícia e algodão para hospital.

E ainda falamos em “preservar direitos dos trabalhadores”. Sem dinheiro? Será que precisaremos ver o governo federal parando de pagar seus servidores, o que geraria uma quebradeira bancária sem precedentes, para acreditarmos que estamos quebrados?

O Brasil discute se alguém poderia se aposentar aos 50-55 anos, como se o pagamento disso caísse do céu, da graça divina. Como se não fosse outro brasileiro a pagar. Senhores, não é o governo que paga. Governo não tem dinheiro. O dinheiro é nosso.

Talvez esse momento inacreditável que o PT nos proporcionou permita a repactuação federativa e social e traga o Brasil para pensar sua realidade.

Mas e o PT?

Eu acho que perdeu a chance de ver o “projeto” funcionar. Nunca mais voltará com essa vibe hegemônica, esse discurso maniqueísta. Se continuar a existir (dependerá dos desdobramentos policiais) vai precisar fugir dos dinossauros da ditadura militar. Quem manda no PT tem 60 a 70 anos de idade. Não faz a menor ideia do que é o mundo nos anos 2000. Discute problemas que acabaram há 30 anos.

Se você tenta resolver um problema que não existe mais, talvez acabe o recriando. E não é o que estamos vendo?

Não tinha acabado a ditadura militar, a hiperinflação, a década perdida etc.?

Pois é, fomos enfrentar o que já estava morto, olha aí de novo. Chutaram tanto o cadáver que ele ressuscitou!

Senhores, por favor, a partir de 2018, vamos debater problemas atuais. Não queremos mortos-vivos andando pelas ruas no Brasil. Vai que aparece um Juscelino querendo reconstruir a capital federal na Lua, bem longe dos eleitores? Custando 3% do PIB? Xô Exu! Vade Retro!

Ler Post Completo | Make a Comment ( 9 so far )

É possível lutar contra a corrupção se utilizando de anti-heróis reconhecidamente corruptos? Immanuel Kant nos explica.

Posted on 21/04/2016. Filed under: Filosofia, Humor, Matemática, Política |

Para qualquer pessoa que discuta política nos dias de hoje é meio óbvio que a questão está centrada na dimensão ética e moral. Tanto para justificar, quanto para desqualificar qualquer objetivo.

Seja a viabilidade ou inviabilidade do impeachment, seja a nomeação de Lula, sejam as supostas relações “internacionais” dos movimentos sociais liberais (novidade por aqui) etc..

Um amigo, professor de filosofia, especialista em Immanuel Kant me questionou sobre como seria possível entender como legítimo um processo de impeachment conduzido por uma câmara infestada de políticos envolvidos nas mais intrincadas redes de corrupção, imoralidade etc.

Lembrou-me que um dos mais respeitados conceitos sobre moral, o Imperativo Categórico, poderia estar sendo descumprido.

E aí, como seria possível justificar apoio a um processo de impeachment liderado por gente em quem não confiamos?

Ou, como seria possível justificar o voto em um político em quem não confiamos ou não temos afinidade, apenas para que outro não vença?

Utilitarismo? Opção pelo menos nocivo? Limpeza gradual? Depois a gente cuida do bandido menos poderoso?

Dá para analisar exclusivamente do ponto de vista moral, de uma justificativa que seja, de fato, ética, ou será necessário SEMPRE recorrer à ordem prática (utilitarismo) para ter essa resposta?

Vamos ver.

O Imperativo Categórico (IC), o uso do acostamento e a atitude de furar a fila

Mesmo você leitor, que não está familiarizado com Kant, tem o Imperativo Categórico bem entendido na sua estrutura moral.

Se você nunca entendeu claramente o que seria o IC, vai dirimir essa dúvida nos próximos parágrafos.

Por que você se incomoda quando um motorista passa correndo pelo acostamento, enquanto você espera pacientemente no trânsito?

Por que você se incomoda quando alguém fura a fila, enquanto você, pacientemente, espera sua vez?

Melhor: por que você ESPERA e não fura a fila ou invade o acostamento como os outros?

Você pode até pensar que o medo da multa, sanção social, cara feia, risco de ser agredido etc., são os motivos que fazem as pessoas não transgredirem, porém, para Kant, é a dimensão moral que faz as pessoas evitarem a transgressão.

Kant explica que, para se pretender ético, o ser humano precisa agir de forma que sua atitude pudesse ser uma lei universal. (Importante, aqui não faço distinção entre ética e moral, não é necessária essa distinção aos objetivos do texto, basta o entendimento corriqueiro dos termos).

Na verdade, seria uma obrigação incondicional que o ser humano “sente”, independente de suas vontades ou desejos pessoais.

Trocando em miúdos, significa pensar: se todos agissem como eu, nesse caso, como seria o mundo?

– Se todos furassem fila ou pegassem o acostamento, como seria o mundo?

– Se todos respeitassem a fila e deixassem o acostamento livre, como seria o mundo?

O Imperativo Categórico indicaria que a atitude moral seria a segunda, evidentemente, pois é a única que poderia ser uma “lei universal”, a outra, a da transgressão, resultaria em caos.

Em tese, saber, interiormente, que sua atitude levaria o mundo ao caos se fosse reproduzida por todos, traz a clara percepção de que isso é errado e deveria servir de freio moral para suas atitudes.

Perceba que aqui não falo de seguir a legislação, apenas de uma evidência de que sua atitude imoral tornaria o mundo caótico, o que deveria servir para balizar uma conduta moral.

Mas o Imperativo Categórico funciona em qualquer situação?

O problema do IC é trabalhar com fragmentos muito simplificados da realidade. A atitude de pegar o acostamento ou ir atrás de uma ambulância para cortar o trânsito seria profundamente imoral, ou plenamente justificável, se soubermos os detalhes. Detalhes que, normalmente, não sabemos.

Perceba:

– Se todas as pessoas que estão com parentes enfermos seguissem a ambulância no trânsito, isso levaria ao caos no trânsito?

Poder, legalmente, matar uma pessoa sã é certamente algo que não poderia ser generalizado, caso contrário seria o caos social. Mas leia o que segue:

– Poder matar uma pessoa que ameaça sua vida de forma iminente, presente e imediata, com uma arma em punho apontada para você, por exemplo, é um direito que levaria o mundo ao caos?

Esse último exemplo é bem mais grave do que os relativos ao trânsito, e, mesmo que a legítima defesa esteja prevista em todos os códigos penais, desde sempre, o homicídio ainda é algo gravíssimo e, provavelmente, o indivíduo que matou será processado e obrigado a provar que realmente o fez em legítima defesa, e que não havia alternativa viável.

A imperfeição de todos nós

Considero a estratégia de apelar à nossa imperfeição moral, enquanto seres humanos, para justificar desvios próprios ou de terceiros, uma simplificação oportunista dos conceitos de ética e moral. Essa estratégia, apesar de bem mal educada, é usada e abusada por políticos para “neutralizar” a indignação das pessoas com a corrupção. Poxa, mas você jogou papel no chão, como pode falar de caixa 2 de campanha? Por aí.

É louvável apelar aos brasileiros para que não transgridam a moral em atitudes simples, como não furar a fila, não andar no acostamento ou não subornar um guarda. Realmente a mudança na estrutura e na hierarquia de valores é o que poderá melhorar o país. Precisamos melhorar esses valores por aqui.

Mas é imoral acusar a imperfeição do outro para justificar a sua própria, ou para aliviar algum delito próprio que consideramos menor ou justificável.

Se todos fizessem isso não haveria mais ser humano moral, pois não há ser humano perfeito. Todos iriam buscar uma escala de delitos justificáveis, ou comparativamente menores, para ficarem em “paz” ou se defender de suas próprias transgressões.

Isso não é ético, isso é caótico.

Mas como ser ético sem ser perfeito?

Há três formulações ligadas ao Imperativo Categórico. A fórmula da lei universal, da qual já tratamos, a fórmula da humanidade e a fórmula da autonomia.

fórmula da humanidade parte do pressuposto que nenhum ser humano vale mais do que outro e diz que devemos agir de tal maneira a usar a humanidade do outro como fim e não como meio.

Em outras palavras, não se deve utilizar alguém como mero instrumento de nossos objetivos pessoais. Não é imoral utilizar alguém como meio, mas é FUNDAMENTAL que essa pessoa esteja ciente desse uso e em concordância de que é, também, o que ela deseja.

Em resumo, para agir moralmente com outro ser humano é fundamental preservar o livre arbítrio desse interlocutor. Quem está sendo enganado, tem seu livre arbítrio cerceado pelo enganador. Isso é imoral.

fórmula da autonomia diz respeito à capacidade dos seres racionais de “legislar” sobre a lei moral, ou seja, de ser capaz de redigir seus próprios códigos morais e viver de acordo com eles.

Pecadilhos cotidianos

É claro que costumamos nos considerar éticos e que agimos de acordo com preceitos morais que consideramos valiosos. Mas também é claro que somos imperfeitos.

No mundo real é impossível agir em qualquer atividade complexa, por tempo suficiente, sem transgredir.

Imagine você alugando sua casa para um estrangeiro na olimpíada. Ele paga em dólar e não conseguirá, mesmo que queira, declarar ao fisco brasileiro a renda que lhe deu. Você declararia a renda e pagaria imposto?

Isso vale para qualquer verba recebida. Músicos, artistas de rua, proprietários de taxis, gente que compra e vende na internet, artesãos etc., declarariam a íntegra de seus ganhos, caso houvesse imposto a pagar, ainda que a autoridade fiscal jamais pudesse saber disso?

Comprar regularmente uma bala ou um chiclete de um menor de 9 anos nas ruas pode ser visto como estímulo ao trabalho infantil. Assim como pagar a um menor de 10 anos para engraxar seus sapatos semanalmente, também. Trabalho infantil é crime, com previsão constitucional.

Se você ganha um carro do seu pai. Quais os desdobramentos fiscais esperados: seu pai registra a doação a você e paga o imposto. Se ele não fizer isso, você, ao vender o carro, deveria pagar imposto sobre ganho de capital sobre todo o valor da venda. Alguém faz isso?

Baixar filmes ou séries sem pagar? É ilegal, mas 1/3 da população Suíça faz.

Beber e dirigir não era crime. Depois passou a ser, a partir de determinados níveis de álcool no sangue. Hoje é tolerância zero, bombom de licor e Listerine já pegam.

Não estou discutindo a moralidade desses atos, deixemos para depois, mas apenas ilustrando a impossibilidade prática de ser perfeitamente moral (sem transgressões à lei) sob um pesado arcabouço legal, tributário, constitucional, penal, cível etc.

No universo de Kant estávamos sob decisões morais mais simples, sem a superestrutura legal que tipifica milhões de possíveis delitos, alguns a depender tão somente da interpretação do agente da lei ou da avaliação de um colegiado. As pressões éticas eram mais “universais” do que práticas. Não eram impostas pelo homem, pelos lobbies, pelas corporações, pelo ativismo, pela pressão das minorias, pelo politicamente correto etc.

É bem razoável crer que não é possível a um cidadão comum sequer saber se cumpre na totalidade e a contento todo o rigor burocrático do estado ou se age de acordo com os inúmeros códigos morais presentes na sociedade em que vive.

Já não estamos mais no campo da razoabilidade ou das obrigações morais fundamentais de Kant.

Creio que o que fica claro em Kant, e em qualquer estudo que se faça sobre ética e moral, é que os princípios indicam, mas não resolvem.

Seríamos, pois, seres imorais, por sermos imperfeitos?

Certamente que não.

Quando quiserem convencê-lo de que jogar papel no chão ou baixar filmes na internet o colocaria no mesmo patamar (i)moral de quem rouba dinheiro público, mata por queima de arquivo ou frauda fundos de pensão de gente humilde, lembre-se de que o Imperativo Categórico não foi pensado para tipificar atitudes cotidianas contra códigos casuísticos criados pelo próprio homem, mas para trabalhar conceitos gerais de moralidade.

E, certamente, o código moral que condenaria jogar lixo no chão ou o download ilegal, não está no mesmo nível do código moral que condenaria o crime do colarinho branco, a fraude eleitoral, o homicídio por motivo vil, a formação de quadrilha e outros crimes que existem desde o primeiro código penal ou eleitoral.

Não é uma questão do “tamanho da pena”, mas da existência do crime moral a priori. Não temos sistema de esgoto ou coleta de lixo em muitas cidades do planeta, assim como nem todos os países tipificam como crime o download de conteúdos protegidos. Mas em todos esses lugares os crimes contra a pessoa, contra a boa-fé pública e contra o patrimônio são tipificados e tem previsão de punição. Em alguns lugares, punição severíssima.

Não é necessário ser perfeito para ser ético. É meio óbvio isso, nem precisaria dizer, mas no Brasil desses novos tempos parece que o indivíduo deve portar uma certa “credencial” de perfeição para que sua opinião moral tenha validade. Bobagem. É só estratégia retórica, não tem embasamento teórico e, muito menos, prático.

Mas como ter, então, uma postura ética e moral em um mundo ultracomplexo? Como ter uma postura ética e moral, precisando optar pelo político A ou B?

É evidente que as pessoas preferem se considerar éticas ao avaliar seu próprio comportamento. Buscam isso, se policiam para ser assim e se penalizam por agir de forma diferente.

Mas haveria pessoas que agem deliberadamente de forma antiética ou imoral, estuprando por vontade própria as proposições morais de Kant? Sim, os psicopatas se comportam dessa maneira. Sem qualquer empatia por valores universais, pela humanidade, agem exclusivamente por interesse próprio, utilizando a tudo e a todos como meios para levar a efeito sua insanidade.

Mas há também pessoas psicologicamente saudáveis que agem de forma imoral. Na maioria das vezes, o fazem por desconhecimento de suas próprias motivações, por falta de estímulo suficiente para a mudança ou por dificuldade de confrontar-se com suas próprias atitudes injustificáveis. Se demoram muito a mudar, correm o risco de perder a própria capacidade de perceber seu estado de sanidade mental e moral. Por isso um ambiente crítico é tão importante para manutenção da sanidade. Pessoas que vivem cercadas de aduladores, que aplaudem qualquer besteira que fazem, costumam perder a capacidade de discernir o que é razoável e o que não é. Artistas e políticos têm esses problemas.

Esse texto não pretende debater sobre as pessoas que não conseguem mudar, mas apenas sobre os que pretendem viver uma existência altiva, vertical, em que possam reconhecer seus próprios atos e valores. Não só para si mesmos, mas para quem os cerca e para quem vier a ter contato com sua obra.

É necessário saber! É necessário ter consciência de suas próprias transgressões e de suas verdadeiras motivações.

É extremamente difícil saber o que, realmente, nos move. Talvez não exista o ser humano plenamente consciente de todas as suas motivações, de todos os seus drives, de todos os seus pecados (contra si mesmo e contra os outros).

Se não é fácil saber o que nos move, e é a única forma de medirmos nossa moral, ou de modificarmos nossa conduta para algo que consideramos ético (a partir da identificação de um desvio), resta-nos, apenas, a reflexão incessante e a dúvida constante sobre nossa própria postura.

Provavelmente o “ser humano ético possível” será aquele em constante mudança de seu comportamento e de seu entendimento das coisas. Aqui não falo dos imperativos categóricos morais a priori (que não trariam espaço para dúvidas, precisam ser respeitados por todos, pois seriam valores perenes), mas da interpretação do cotidiano, dos fatos, das versões, do mundo. A Metamorfose Ambulante de Raul Seixas parece ter sido um esboço de resposta às prisões impostas pelos falsos pressupostos e pelas verdades absolutas.

Como ser ético votando em quem não confiamos?

Não é sua opinião política, suas decisões utilitárias ou seu viés ideológico que vai medir a moralidade do seu comportamento.

Gastar de alguém é, e sempre será, gostar de algumas poucas facetas daquele alguém. Quem gosta de Chico Buarque, gosta de determinados aspectos do que ele consegue externar, FORA de sua privacidade. Assim como quem gosta de Bolsonaro e Jean Wyllis não o fazem pela plenitude das ideias e atos daquelas pessoas. Apenas determinados aspectos de suas atitudes (ínfimos em comparação com o que, realmente, são) são aprovados ou desaprovados pelos seguidores.

Ninguém merece a prisão de ser obrigado a defender a priori tudo o que vem do outro, daquele que gostamos. Isso é um dos caminhos mais rápidos e infalíveis para a imoralidade: justificar atitudes de outrem, apenas pela empatia à pessoa e não pela avaliação moral do ato.

Para ter atitude ética é FUNDAMENTAL reconhecer os verdadeiros motivos de seus atos e os drives de suas ideias. Se eles são misteriosos para você, investigue-os de forma humilde. Se você crê saber o que lhe move, então relate, revele, diga ao seu interlocutor. Garanta condições para o debate moralmente saudável.

Quem é contra o estado empreendedor, dinheiro público para grandes empresas, cotas raciais, bolsas, politização do ensino fundamental, comunismo, marxismo, gramscismo, e é a favor de reduzir o tamanho do estado, da venda de estatais, da meritocracia, do rigor penal, da intransigência com a corrupção, etc., precisa revelar essas ideias e buscar os argumentos que explicam e justificam, PARA VOCÊ MESMO, sua posição. Assim será capaz de defendê-las em público.

O contrário também é válido. Revele todas as suas convicções ditas progressistas. Revele-se contrário à meritocracia, se o for, contrário ao capitalismo, se o for, a favor do regime cubano ou venezuelano, se o for. Tenha seus argumentos afiados, logicamente encadeados e formulados. Saiba com clareza como explicar e como justificar para VOCÊ MESMO, suas posições, suas crenças e seus pressupostos.

Para você o “petróleo é nosso” é uma verdade intocável? Pergunte-se por que e tente se colocar no lugar de quem não concorda, partindo do pressuposto que seu interlocutor é um ser humano ético. Acredita em meritocracia ou no capitalismo liberal? Faça o mesmo.

Aprender é mudar. Se não há mudança, não há aprendizado. Professor não é aquele que sabe mais, mas aquele que conquista a mudança no outro.

Quando ambos estiverem afiados em seus argumentos, teremos um bom caminho. Ao menos um bom início, pois todos os objetivos estarão revelados. As crenças, os pressupostos, as justificativas e, principalmente, a sua verdadeira posição diante do interlocutor, estarão expostos.

Mas não revelar seus objetivos ao debater é afronta direta à moral kantiana. É usar o ser humano como meio exclusivo para fins que ele desconhece, não sabe avaliar e, talvez, não queira. E como não sabe, estará privado de seu livre arbítrio.

Por isso é preciso que você mesmo justifique, com clareza, seu próprio código moral. Que você “legisle” sobre sua própria lei moral, respeitando as formulações de Kant. Essa é uma previsão Kantiana. Uma prescrição Kantiana.

O Brasil precisará descobrir se é progressista ou conservador em seus costumes, se é liberal ou intervencionista na economia, se concorda em abandonar o eurocentrismo na educação ou quer mantê-lo, se é de tabuada ou é construtivista, se as leis de incentivo à cultura devem indistinguir o pancadão do funk do balé clássico, e por aí vai.

Não conseguimos discutir isso nos últimos 40 anos. Melhorou com as redes sociais, ao menos é possível debater entre quem pensa igual e incrementar as justificativas racionais e morais para os diversos entendimentos de mundo. Mas é necessário permear a eloquência entre lados opostos.

Quem quiser defender seu ponto de vista, a hora é essa, mas não dá mais para se esconder atrás do maniqueísmo e do politicamente correto. Não há mais “verdades” autorreveladas ao povo brasileiro. Nós estamos confusos e precisamos nos ajudar. E só seremos ajudados sob pressupostos éticos e morais.

Conclusão?

Não queria ter que concluir, pois, parece-me, já disse tudo o que deveria.

Mas como o texto começou com uma pergunta, vale reunir o que tratei para respondê-la.

O que fica claro no texto é que o julgamento de moralidade de cada pessoa depende apenas das atitudes dela própria. É injusto e preconceituoso julgar a moral de uma pessoa apenas pelas páginas que curte no facebook ou por gostar de Chico Buarque, Bolsonaro e Jean Wyllis. Ou por curtir funk e sertanejo.

Assim como você defender o impeachment, ou ser contra ele, não o faz patrocinador ou adulador da imoralidade de Eduardo Cunha ou de Dilma Rousseff (Lula, se preferir).

Conheça-se, seja capaz de criar um código moral pessoal robusto, defensável, e que lhe confira paz e altivez para agir.

Kant nos deu vários caminhos para aprendermos a viver de forma ética. As formulações do Imperativo Categórico são preciosas para nos guiar.

Se o impeachment for capitaneado por um escroque como Eduardo Cunha, ou derrubado por um não menos escroque como Renan Calheiros, isso não tem NADA A VER com sua posição pessoal contra ou a favor do impeachment.

É um falso pressuposto. O pressuposto da perfeição moral do ato complexo. Esqueçam, isso não existe. A moralidade e a ética estão à disposição de quem quer se conhecer.

Eduardo Cunha, Dilma Rousseff, Bolsonaro, Jean Wyllis etc., não são balizadores morais de nada. Você é. Você é quem importa, de fato.

Ler Post Completo | Make a Comment ( 3 so far )

Conhecimento Googliano e as Viúvas do Decoreba

Posted on 05/04/2016. Filed under: Filosofia, Humor, Matemática, Política | Tags:, , , , , , , , , , |

Fiz uma prova há alguns dias, sobre Fundos de Investimento, no Ibmec. Sem consulta.

Eis que surgiram questões que exigiam o tradicional “decoreba”. Não faço uma prova que precisa decorar desde o colégio. Nem na engenharia, nem no Mestrado precisei “decorar” qualquer coisa para fazer uma prova.

Uns dias antes dessa prova, um amigo de longa data não quis nem escutar minhas ideias a respeito da situação do Brasil, porque eu não tinha lido um livro do Raimundo Faoro, e não era qualquer edição, tinha que ser das primeiras.

Esses dois eventos me levaram a escrever esse texto, para demonstrar que o Google nos libertou para sermos, de fato, inteligentes. Veremos.

 

Conhecimento Googliano x Conhecimento Real

No tempo das enciclopédias de 50 Kg e 10.000 reais era uma grande vantagem a erudição e a capacidade de armazenar grande quantidade de informações para poder utilizá-las em seus trabalhos científicos, artigos ou até conversas de bar. Era caríssimo ter esse conhecimento à mão.

Mas hoje não faz tanta diferença ser capaz de responder questões diretas como definições, fórmulas ou trechos do pensamento de alguém.

Lembro de um dos filmes de terror da série Demian, em que o garoto, filho daquele de quem não se fala o nome, começou a ser desafiado pelo professor a dizer a data precisa de vários eventos históricos. Acertou todas. Como o Google acertaria. E sem ser filho do tranca-rua. Aos novos, o nome do tranca-rua não é Valdemort.

É claro que a erudição é desejável, mas é só 1 dos instrumentos para análise da realidade. E, com o advento do Google (e outras ferramentas) e com a inacreditável facilidade para se dispor da informação imediatamente, a custo praticamente zero, creio que há caminhos e instrumentos mais dinâmicos para o desenvolvimento do trabalho científico (ou corriqueiro) e de pensamento relevante.

 

Pensamento linear-mecanicista-newtoniano

Sempre ouvimos falar que o conhecimento do complexo precisa do conhecimento do básico. Isso nos guiou em nossa jornada nas escolas e universidades, desde sempre. Faz parte do método científico.

Mas não é assim que aprendemos ou produzimos. É inegável que o conhecimento, em praticamente todas as áreas, é construído de forma orgânica, múltipla, multidisciplinar, holística e não de forma mecânica. Se o leitor discorda dessa premissa, talvez não se interesse pelo que vem a seguir.

É claro que há ferramentas basilares, como a lógica formal (teoria geral dos conjuntos), os idiomas como o português e a matemática (que é linguagem), mas aprendemos a falar com lógica muito antes de aprendermos lógica formalmente.

Quem tem filhos pequenos deve ter percebido que a formação lógica das frases e do comportamento, o significado do não, do sim, a identificação das diferenças e das combinações lógicas surgem de forma natural. Nenhum pai ou mãe precisa explicar. A própria convivência com o idioma, que é um arcabouço lógico-matemático, organiza a ideia da criança.

Digo isso para ressaltar que o aprendizado é um organismo complexo e provém, basicamente, da necessidade.

Observe o trabalho de Einstein, Newton, Mendel, Darwin etc. Não havia nem cálculo diferencial para Newton trabalhar sua física. Ele construiu essa matemática. Ao mesmo tempo, Leibniz criava, praticamente, a mesma matemática sem ter contato com Newton e com necessidades diferentes.

O trabalho científico realmente inovador surge de hipóteses que não estavam disponíveis exclusivamente à erudição.

Einstein chegou a um impasse sem solução na teoria geral da relatividade, até se deparar com a geometria de Riemann, que a desenvolveu por puro desafio lógico. Einstein não conhecia a ferramenta. O verdadeiro caminho do conhecimento não é linear. Ainda que seja útil ter vasto conhecimento, não necessariamente vai lhe garantir relevante produção científica, filosófica ou política. Einstein não conhecia a geometria Riemanianna. E ela foi imprescindível.

Precisaremos ler Marx no original em alemão, para iniciarmos um estudo econômico crítico ao capitalismo? Por que um livro de 150 anos deveria ser o início da trajetória do conhecimento, se temos, talvez, 3 ou 4 livros escritos nos últimos 15 anos, por gente séria e competente, debatendo, apresentando e discutindo as ideias de Marx, reconhecidos como especialistas ou intérpretes do filósofo prussiano?

Não faria mais sentido que a investigação começasse pelo mais recente e que, posteriormente, desencadeasse um conjunto de outras leituras necessárias para aprofundar o conhecimento?

Não é assim que aprendemos quase tudo na vida? A partir da necessidade, a partir da experiência cotidiana, a partir das demandas que as próprias perguntas que fazemos a nós mesmos vão indicar, a partir da nossa capacidade de perceber lacunas em nosso conhecimento e do nosso talento (ou esforço) para preenchê-las?

Há 30 anos seria uma grande vantagem partir de uma bibliografia parruda, extensa, exaustiva, para formular uma questão científica relevante.

Hoje, me arrisco a dizer, pode mais atrapalhar do que ajudar.

Para escrever um parecer jurídico em 1985 o advogado enciclopédico valia ouro. Hoje, me parece muito mais razoável que, a partir do conhecimento que se tem, se construa a argumentação após a visita a dezenas de sites ou fontes online confiáveis que não só ajudarão na construção da narrativa, mas indicarão algumas dezenas de livros, artigos, pareceres, doutrinas e caminhos úteis à elaboração do parecer.

Essa é a dinâmica que não tem volta. Os jovens serão assim. Aliás, é bem provável que nossa “memória erudita” seja armazenada em HD externo em breve, à disposição ao piscar de um olho num Google glass ou Google brain-cloud.

Se aparecer esse brand “brain-cloud”, vocês leram aqui primeiro… Opa… verifiquei no Google e brain-cloud já é uma expressão amplamente utilizada, para inteligência artificial, para bandas de rock, para armazenamento à distância etc.. Quanto tempo levaria para saber isso em 1984? Capisce? Uau! Quanto tempo levaria para saber a grafia correta de capisce em 1971? É até difícil saber quantas inserções eu fiz no Google para construir esse texto…

40 dias. É o tempo que levaria pra escrever esse texto, com a mesma investigação bibliográfica e documental, em 1991, quando estava na PUC.

Ainda bem que ainda não preciso do Google para saber onde estava em 1991. Já os novinhos, saberão pelo facebook onde estavam em 2010…

 

O que é preciso para não escrever besteira?

Mesmo os eruditos e acumuladores de informações não estão livres de escrever bobagem, de pecar na lógica, de chegar a conclusões erradas ou mistificadoras.

O que garantirá a higidez do texto e do discurso NÃO é, em essência, a erudição, mas a metodologia do pensamento, a perspicácia de descobrir o que não se sabe e a humildade para reconhecer que a “verdade” não está disponível como fato, apenas como caminho.

Na prática é fazer ciência. O cientista de fato é aquele que preza a lógica formal, evita ao máximo a polarização e reconhece erros em seu trabalho com certa facilidade e até com alívio, dado que é muito desagradável publicar algo com erro. Não se agarra às premissas ou a um resultado ainda não revelado que considera “superior” aos outros. Desconfia das próprias premissas.

O tema “Capitalismo de Estado no Brasil”, por exemplo, poderia ser investigado a partir da observação crítica dos últimos 10 anos, ainda que o interessado não tenha lido todos (ou muitos) livros sobre o assunto.

É desejável que tenha lido 300 livros sobre o assunto? Não dá para responder. Pode ser (e normalmente é) contraproducente esperar até que o background bibliográfico seja vasto para se partir à investigação do fenômeno, principalmente pela atualidade deste fenômeno. Ele muda a toda hora. Tanto o homem da ciência muda, quanto o método que ele usa muda. Se muda tudo, por que deveríamos aceitar, sem questionar, que é imprescindível ler o que se falava do tema em 1978?

Fosse assim, não teríamos genética, teologia, física, química, evolucionismo etc. A maioria (se não todos) dos reais avanços da ciência se deu por caminhos nunca dantes navegados, com conhecimento original sendo criado. Não raro, os únicos ferramentais relevantes eram a lógica formal e a capacidade de fugir dos grilhões da erudição engessante da época.

 

O Google (e outros) como árvore do conhecimento necessário

Fica aqui um parêntese. É meio óbvio que não estou discutindo aqui se o Google é fonte confiável, até por que isso seria uma bobagem, uma vez que o Google não é fonte, apenas meio, ferramenta. Só digo, e isso é um pouco óbvio, que é uma ferramenta relevante para preencher o vazio inicial de um trabalho inovador.

É evidente também que o vazio inicial para quem é capaz de produzir um trabalho não é um vácuo intelectual, mas sim um terreno adubado, à disposição do plantio.

É importante também dizer que o investigador precisa ser correto e honesto intelectualmente. Como já disse, eruditos ou não eruditos com viés, jamais serão cientistas, apenas serão manipuladores de opiniões.

Crio que meu artigo sobre ideologia e ciência poderá ajudar a elucidar esse aspecto. Clicando aqui.

Se fôssemos começar a escrever seriamente sobre “Capitalismo de Estado no Brasil Atual”, me parece que o status quo seria o ponto de partida mais provável. Raimundo Faoro e até Roberto Campos (um erudito bem mais significativo em economia brasileira), poderiam ser acessórios. Luxuosos acessórios, mas não seriam a fonte primária a aguçar o interesse do pesquisador e, provavelmente, não serão os questionamentos de outrora os relevantes para hoje.

Ainda que os mundos se pareçam, acreditar que são sempre iguais é apenas resquício de nossa linearidade newtoniana. Nenhum mundo é igual. Nem no segundo seguinte.

Ao investigador sério, honesto e metodologicamente preparado, as pesquisas via internet podem trazer: dezenas de artigos recentes, teses e dissertações, opiniões, livros relacionados, críticas aos livros, definições, reflexões, aulas, PDFs etc., e até a opinião de um barbudo estoniano, que ninguém leu ou se importou, que trará a luz necessária ao breakthrough científico. Whoever the hell seja esse barbudo.

Pensem comigo queridíssimos leitores que me acompanharam até aqui. Não faz muito mais sentido percorrer esse caminho sugerido no texto? Um caminho direto ao ponto, sem a necessidade de uma “bibliografia imprescindível”, intimidante, para compreender como o fenômeno era visto no século XIX?

Será que é necessário ler Raimundo Faoro, Celso Furtado ou Sérgio Buarque de Holanda para se vir apto a discorrer sobre um fenômeno que assola o país em 2016?

Aí é que meu ponto fica mais eloquente: você NUNCA saberá de antemão.

Os trabalhos relevantes e recentes incorporam à base do conhecimento dos autores clássicos, 100, 200, 400 anos de vivência e história que esses escritores não conheceram.

Ler os livros de Schumpeter é algo engraçado, pois ele mesmo corrige as premissas que basearam seus trabalhos anteriores, e reformula suas teorias. Para quê você leria os livros que ele mesmo considera equivocados? Leia os outros!

Por que leria os livros que Fernando Henrique Cardoso escreveu, não concorda mais e faz questão de que todos esqueçam?

Pode ser que, durante a investigação, você considere razoável ler esse material, mas, repito, de antemão, você NUNCA saberá se ajuda ou não no caminho da sua investigação séria e honesta.

 

Charles Chaplin e Henry Ford. Paulo Portinho e Larry Page.

Entendedores entenderão. Mas eu vou parar o texto, com uma vergonha avassaladora por ter o atrevimento de me inserir nesse subtítulo.

Pelo impeachment de Paulo Portinho da frase que associa a libertação do trabalho mecânico à libertação do conhecimento enciclopédico!

Companheiros, uni-vos!

Atualização após 24 horas de críticas inteligentes!

Pelos comentários em redes sociais, percebi que o texto pode sugerir a “desvalorização” dos clássicos. Não é isso, e o experimento a seguir demonstrará com clareza:

Imagine uma pessoa capaz, bem formada, com ótima interpretação de texto, lógica formal impecável, porém sem qualquer background na filosofia da ética e da moral. Considere 2 estratégias:

  1. Inicia a investigação pela web, lê por 4 ou 5 semanas vários artigos, críticas, blogs, aulas online, apresentações de powerpoint, opiniões, livros recentes, enfim, lê o equivalente a 3.000 páginas sobre sobre Kant e sua filosofia da moral. Após essa investigação, decide ler a Crítica da Razão Pura, a Crítica da Razão Prática e a Metafísica da Moral.
  2. É aconselhado a estudar os mesmos 3 livros imprescindíveis de Kant, os lê e depois procura acesso às críticas, opiniões, aulas, artigos, livros recentes, etc., dedicando também várias horas e páginas para formar seu conhecimento.

A não-linearidade ensina a entender que os resultados, em termos de conhecimento sobre a filosofia moral de Kant, NÃO serão idênticos.

E, entendo, não há como asseverar categoricamente que é melhor, mais profícuo, mais interessante, mais correto etc., começar dos clássicos ou terminar por eles (se necessário).

Conhecer Kant de fonte primária, após conhecê-lo profundamente de fonte secundária, não é um procedimento didático/pedagógico inferior a seguir o pressuposto clássico linear de ir da fonte primária para a secundária.

É um procedimento diferente. E, por experiência própria, é sensacional ler fragmentos de Marx depois de ler as críticas e as defesas que fazem de seu pensamento. Você tem mais interesse. Tem outro tipo de capacidade intelectual para entendê-lo com a profundidade que a modernidade exige. É mais divertido também.

É uma ideia super simples, mas robusta e aderente aos pressupostos libertadores que física das partículas nos trouxe nos últimos 100 anos.

Ler Post Completo | Make a Comment ( 3 so far )

Modernidades…

Posted on 17/10/2010. Filed under: Humor, Política |

Caríssimos leitores!!!

Desculpem invadir nosso espaço com algo tão inusitado.

Estou preenchendo o formulário para renovação de passaporte (www.dpf.gov.br) e acabei de perceber uma “modernidade”…

Agora podemos escolher entre 3 sexos: Masculino, Feminino ou Não Especificado.

Confesso minha ignorância sobre o assunto, mas cabe uma indagação de ordem prática.

Os outros países reconhecem esse sexo Não Especificado?

Aos progressistas de plantão, isso não foi uma crítica, no máximo uma declaração de absoluta ignorância sobre o assunto…

By the way, coloquei masculino… Espero não ter errado, vai que mudaram a definição…

rsrsrsrsrs

Ler Post Completo | Make a Comment ( 1 so far )

Leituras para o final de semana. Dividendos, Petrobras, Humor e muito mais…

Posted on 08/10/2010. Filed under: Finanças, Humor |

Aos nobres leitores…

Para os amigos que têm o hábito de passar por nosso blog durante o final de semana, segue a sugestão de leituras por tema:

Dividendos e aposentadoria

Dividendos: Dados da Eletropaulo e da Light

Dividendos Histórico das Empresas Brasileiras

Dividendos e Juros Sobre Capital Próprio do Banestes (BEES3)

Aposentadoria com ações – Entrevista para TV Infomoney

Petrobras

Petrobras em Queda. Por quê?

Capitalização da Petrobras Lei de Bicks ou Lei de Schultz (humor)

Artigos

Como Escolher Uma Corretora para Começar a Investir em Ações?

Falta de Educação Financeira Pode Fazer Investidor Levar 4 Vezes mais Tempo para Alcançar a Riqueza

Bolha Imobiliária? O que a matemática tem a dizer sobre isso.

30 Análises de Empresas no blog do INI

 

Ler Post Completo | Make a Comment ( None so far )

Capitalização da Petrobras – Lei de Bicks ou Lei de Schultz

Posted on 22/09/2010. Filed under: Finanças, Humor |

Nunca antes na história desse país…

… se soube tão pouco sobre um evento tão importante!

Há corretoras prevendo que o bookbuilding vá trazer as PN a R$ 31,00, enquanto outras apostem em R$ 25,00.

Alguns interpretam o aumento do lote suplementar como uma indicação de alto volume (R$), mas outros, como o UBS, dizem que a demanda não garante preço, pois os investidores podem ter colocado um limite baixo.

Well, well, well…

Ainda restou uma dúvida

No dia 3, quando postei a leitura do prospecto, levantei várias dúvidas. Continuo com a maioria delas, mas algumas já não têm mais importância.

Sobrou uma apenas: O governo e os controlados entrarão na formação de preço?

É uma dúvida importante, pois eles representam até 68% da oferta (R$ 75 bi) e já avisaram que não há limite. Se o papel sair a R$ 30,00 ou R$ 35,00, vão comprar do mesmo jeito.

Tenho receio de que isso adicione ingredientes de excesso de demanda ao caldeirão de preços.

Recorrendo a duas velhas amigas

Calma gente, não é a Jeanne Mary Corner.

Qualquer pessoa que já tenha feito prova de química ou física de múltipla escolha já usou as famosas leis de Bicks e de Schultz.

Elas são especialmente úteis quando o aluno não consegue perceber diferença entre as opções A), B), C) e D).

Aí, só Bicks e Schultz.

Vamos recorrer a esses dois amigos do aluno perdidão, para estimar o preço do bookbuilding. Bicks e Schultz cabem bem por aqui.

Opção A) PN – 27,03 e ON 31,25

Essa é a opção da criatividade ZERO. Mesmo valor indicado no prospecto. Schultz e Bicks indicam 25% de chance.

Opção B) PN – 21,62 e ON 25,00

Essa opção indica grande demanda por papéis, mas com preços indicativos baixos. Schultz e Bicks indicam 25% de chance.

Opção C) PN – 24,33 e ON 28,13

Outra opção sem criatividade, ficando no intervalo médio dos preços anteriores. Os alemães também indicam 25% de chance.

Opção D) Nenhuma das Anteriores

Bicks e Schutz adoram essa… 25% de chance…

Corolário da lei de Schultz

“Quando você não sabe a resposta, todas as opções são iguais. Se você gostou mais de uma delas, provavelmente estará errada.”

Axioma de Bicks

“Quando for chutar uma resposta, não pense.”

Amanhã o mercado saberá!

Pela movimentação de pais-de-santo, cartomantes, realejos e grafistas, o bookbuilding promete ser altamente técnico.

Meus búzios, por aqui em Criciúma, indicam que o preço sairá entre R$ 0,01 e R$ 99,99, com margem de erro de 80%.

Brincadeiras à parte, e com pedido sincero de perdão pela brincadeira aos grafistas (tenho muitos amigos adeptos), está chegando ao fim a maior capitalização do mundo.

Agora já dá para falar: Nunca antes na história desse planeta… (risos)

Pessoal, só lamento que essa OPA não tenha sido organizada pela Eike Batista…

Se fosse, os americanos já teriam hipotecado Nova Iorque para não serem diluídos…

E vamos em frente!

Ler Post Completo | Make a Comment ( 5 so far )

Bill Gates e Steve Jobs – Paródias sobre dinheiro…

Posted on 13/09/2010. Filed under: Humor |

… MUITO DINHEIRO…

Divirtam-se

____________

__________

Ler Post Completo | Make a Comment ( 1 so far )

Marina e sua nova chupeta!!!

Posted on 18/08/2010. Filed under: Humor |

Extra, Extra!!!

Mamãe sem noção compra chupeta monstruosa para filhotinha linda!

Ler Post Completo | Make a Comment ( 4 so far )

Show DuCarvalho sábado 21/08

Posted on 16/08/2010. Filed under: Humor |

Caríssimos,

Vamos atacar novamente de Power Trio neste sábado, 21/08 no já tradicional e clássico Saloon 79.

A formação do DuCarvalho será levemente modificada, pois meu irmão Marquinhos (baterista) está se recuperando de um debate eleitoral, onde 5 maços de Hollywood e 2 garrafas de Domecq arrasaram seu plano de governo…

Perdeu o plano de governo, mas matou os 5 maços e as 2 garrafas! Não sobrou nada… Celso Daniel perde…

Os detalhes vão no flyer abaixo:

See yeah!

Ler Post Completo | Make a Comment ( None so far )

Duas Vezes Marina

Posted on 13/08/2010. Filed under: Humor |

Agora um momento familiar…

Primeiros passos da Marina

No vídeo acima, Marina Portinho de Carvalho dá seus primeiros 3 passos, surfa e vai pra galera!!!!

Marina aprende a comer sozinha

Esse eu tive que ver para acreditar. Ainda bem que a mãe gravou. Um aninho e já come sozinha!!! E com as duas mãos!!!
Ainda faz charme e graça para a câmera. Assim o papai não agüenta!

Divirtam-se, é hilário e muito bonitinho.

Ler Post Completo | Make a Comment ( 5 so far )

Resultados da Brasil Ecodiesel 2009 e o voluntarismo político

Posted on 24/03/2010. Filed under: Humor |

Senhores,

A Brasil Ecodiesel divulgou no último dia 23/03/2010 seus resultados para o ano de 2009.

As manchetes são as piores possíveis e dão a impressão de que o resultado foi uma catástrofe… mas a leitura do release (coisa que pouca gente faz) indica outra perspectiva.

Antes de tratar dos ajustes contábeis que pressionaram os resultados da ECOD3, gostaria de comentar sobre a primeira parte do release, mostrando toda a infelicidade das pressões governamentais no modelo de negócios do biodiesel no Brasil.

É vergonhoso… todos esquecem… mas eu estou aqui para lembrar!

Antes, sugiro a leitura das primeiras páginas do relatório, que tratam da tal “agricultura familiar” e da “mamona salvadora do mundo”.

http://www.mzcenter.com.br/Arquivos/271241.pdf

O Messias da Mamona!

Durante os anos de 2007 e 2008 ouvimos o presidente Lula tratar a produção de biodiesel como a salvadora da fome no mundo, a salvadora da agricultura familiar. Tratou disso no Brasil e no exterior.

Parecia Luther King: “Eu tive um sonho… uma terra prometida onde cada agricultor brasileiro teria sua rocinha de mamona e salvaria o mundo da dependência do petróleo”.

Bom, vale lembrar que sandices presidenciais já trouxeram grandes prejuízos a indústrias subservientes, a lembrar o caso do pedido de Itamar para que a Volks voltasse a produzir o Fusca. Um delírio.

No caso da Volks, a volta da produção do fusca não impactou severamente seu modelo de negócios. Ficou só o ridículo do puxa-saquismo empresarial.

No caso da produção de biodiesel, infelizmente, a “milagre da multiplicação da mamona” foi e ainda está sendo devastador para os produtores.

Serviu bastante para vender a imagem de que a agricultura familiar seria a salvação do planeta, de que o presidente Lula era um homem de visão e outras coisas.

Serviu, também, para forte especulação sobre quem seriam os verdadeiros donos da ECOD3, dado o empenho do governo em promover o novo combustível, em todo o planeta e especialmente no Brasil.

Pois isso tudo acabou…

A leitura do release mostra que “o sonho acabou sem ter começado”. O resultado negativo do 4T09 é proveniente, em grande parte, de ajustes (baixas contábeis) em ativos orientados para a produção de biodiesel a partir da Mamona proveniente de agricultura familiar.

A ECOD3 tinha voltado sua produção e logística quase inteiramente para aproveitar as “sinergias” com a agricultura familiar produtora de mamona, menina dos olhos do governo federal.

O relatório de 2009 decreta a morte desse modelo de negócios. Afirma categoricamente que foi um erro estratégico que quase destruiu a companhia.

De forma delicada, diz que é impossível ter uma produção baseada em agricultura familiar, não dá para confiar nos prazos e na qualidade da produção. A ECOD3, após servir cegamente a delírios messiânicos, coisa da administração anterior, resolveu baixar todos os ativos, de uma só vez, que ainda estavam atrelados ao fracassado modelo de produção.

Prejuízo contábil de 93 milhões em 2009

Não existe mais essa figura de “prejuízo contábil”, pois o novo modelo de contabilidade exige o registro por valor de mercado SEMPRE.

Os prejuízos absurdos verificados no exterior em 2008 e 2009 foram provenientes desses ajustes. Como um banco poderia ter um prejuízo de 10, 15 vezes o seu valor de mercado? Era contábil, mas tinha seus efeitos graves no mundo financeiro.

O resultado foi devastado pelos registros contábeis, porém, operacionalmente, esteve em linha com as espectativas de recuperação da “lógica produtiva”.

De projeto virtuoso a empresa em reestruturação

Quem lê o release de 2006, fica impressionado com a mudança no texto. Em 2006 chegava a ser patética a linguagem megalômana, messiânica. “A maior produtora do Brasil”, “A maior do mundo em valor de mercado” e patetadas marqueteiras do tipo.

Em 2009 o foco da companhia é outro. Reconhece os problemas sérios do mercado de biodiesel e indica os caminhos que busca seguir.

Não há qualquer relação entre a ECOD do IPO milionário e a ECOD produtora e participante dos leilões de biodiesel. Ainda bem!

O futuro da empresa

Como em todo mercado novo, ainda há que se identificar sua viabilidade econômica. Ao que tudo indica, a demanda está garantida, pois a lei exige 5% de mistura no diesel fóssil e chegará em breve a 20%.

A questão está ligada à matéria-prima. Enquanto não houver substituto para a soja, a matriz de custos vai ficar prejudicada.

Naturalmente, se houver superprodução de soja no mundo, e os preços caírem, os custos cairão significativamente.

O desafio da companhia é trabalhar sua parte operacional, dado que a parte financeira está, aparentemente, saneada, com o aporte de novos recursos em 2009.

Demanda não há de faltar. Nos próximos anos poderá quadruplicar.

Selos “Sociais”

Bom, boa parte dessa demanda requer um selo social, que indica que boa parte das compras de ECOD vem de agricultura familiar no NE. Coisa difícil de garantir e que traz, invariavelmente, custos mais elevados.

As regras já estão mais flexíveis, mas a ECOD perdeu o selo social de algumas de suas usinas. Tentará recuperar na justiça, mas sem prognóstico confiável.

Há uma parte significativa de volume sendo leiloado para empresas que NÃO tem o selo social. Esses leilões podem garantir a produção das usinas impedidas.

Em conclusão

Como sempre disse, quem investe em ECOD deve ter em mente que está APOSTANDO. E como é aposta, não pode tomar volume significatico de reservas financeiras.

A aposta envolve algumas questões prováveis e outras a explorar, vejam:

– Demanda poderá quadruplicar
– O processo produtivo poderá ter seu custo reduzido
– Poderá haver melhoramentos genéticos em outros vegetais que melhorem sua produtividade
– A nova administração pode ser competente
– O mercado pode entrar em processo de concentração (fusões, aquisições ou joints)

Entendo que entre 600 milhões (R$ 0,85) e 800 milhões (R$ 1,10) de reais, a empresa esteja dentro da margem de “aposta” razoável, pois a perspectiva de lucro e os ativos suportariam esse valor de mercado.

Agora, o recado mais importante não vem do lucro/prejuízo da companhia.

O mais importante é a demonstração, mais uma vez, de que governos não devem se meter em questões privadas, ao menos não quanto ao modo de produção e a técnica logística.

Quer dar benefícios fiscais para estimular a produção? Ok!
Quer dar apoio com financiamento? Ok!

Agora, que reconheça sua eterna pobreza administrativa, sua total incapacidade de raciocinar como um ente privado com fins lucrativos.

Infelizmente, não parece ser esse o caminho que o Brasil tem adotado.

Ler Post Completo | Make a Comment ( 5 so far )

Lei Seca na Eslovênia…

Posted on 10/03/2010. Filed under: Humor |

Um senhorzinho de pouco mais de 212 anos foi apanhado dirigindo em estado etílico elevadíssimo!

Ao usar o bafômetro, inovou. Vejam a reação do policial… hilária…

www.portinho.com/mp3/Bafometro%20na%20Eslovenia.avi

Ler Post Completo | Make a Comment ( None so far )

Psqeuisa – Mituo leagl!!!!

Posted on 26/02/2010. Filed under: Humor |

De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea,  não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e a útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol bçguana que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea  Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a  plravaa cmoo um tdoo. 
 
Acho que a pesquisa está certa!
Ler Post Completo | Make a Comment ( None so far )

Salvando o filme de Lula

Posted on 02/02/2010. Filed under: Humor, Política |

Amigos,
 
Como sabem, a mega-ultra-hiper-produção brasileira “Lula, o Filho do Brasil” chega à sua sexta semana com salas absolutamente vazias.
 
Apesar do bom público (próximo a 700.000 espectadores), o filme pode ser considerado um “flopaço”, super-desastre, pois foi o filme mais caro da história do cinema nacional. R$ 16 milhões entre produção e lançamento. Isso no caixa 1…
 
É claro que os patrocinadores (empreiteras, concessionárias de serviços públicos e outras empresas que não têm qualquer interesse nos negócios do governo…) não esperavam qualquer retorno financeiro, mas os produtores já estavam antecipando um piso de 5 milhões de espectadores, com perspectivas de atingir 20 milhões… Ficaram decepcionados.
 
Megalomania? Pode ser…
 
O Barretão teve a petulância de tratar “Avatar” como um filmeco de quinta. Disse que “subestimou” a produção de James Cameron.
 
Barretão tem 770 anos de cinema. Subestimar uma produção de James Cameron, que já era o recordista de público e renda com “Titanic”, é de um amadorismo atroz. Sem precedentes.
 
“Avatar” bateu o recorde de faturamento, perto de US$ 2,2 bi, um número impressionante.
 
Bom, mas não foi esse o maior erro dos produtores.
 
A escolha do ator que interpretou Lula, o magnífico-excelentíssimo-premiadíssimo presidente da República do Brasil, foi muito ruim.
 
Apesar do intérprete-não-sei-quem-é, ter atuado brilhantemente, fazendo um Lula mais magro, moderado na bebida, com português correto e outras licenças poéticas, não faz jus à mega-estrela-impoluta-necessária-internacional que é Lula.
 
Lula não pode ser interpretado por um João Ninguém, mesmo que seja um “Sir Laurence Olivier” em início de carreira.
 
Para tentar salvar o filme, dinheiro não há de faltar, quero sugerir a Barretão que refilme “Lula, o Filho do Brasil” como Morgan Freeman no papel principal.
 
Freeman já interpretou presidentes dos EUA, Nelson Mandela e até Deus. Está mais do que credenciado para interpretar Lula!
 
Barretão: Morgan Freeman no papel de Lula, já!
 
Brincadeiras à parte… Ainda bem que ficou vazio. Não há nada mais chato e anti-democrático do que um Semi-Deus infalível. Vixe!!!
 
Imagine 20 milhões de espectadores no filme? Deus nos livre de onde iria o ego do “cara”…
 
Pois, rezemos a oração da democracia meus amigos…
 
Ela termina assim (seja qual for a sua religião):
 
“E livrai-nos do pensamento único, do partido único, do “consenso” e do pensamento politicamento correto, Amém!”
 
Abraços e desculpem a intervenção no meio do dia. É que assisti ao brilhante filme “Invictus” com um Freeman brilhante no papel de Nelson Mandela.
 
Daí pensei em Lula…
Ler Post Completo | Make a Comment ( None so far )

« Entradas Anteriores
  • Disclaimer

    Este blog é um ambiente privado para expor opiniões, estudos, reflexões e comentários sobre assuntos ligados a finanças, bolsa de valores, economia, política, música, humor e outros temas.

    Seus objetivos são educacionais ou recreativos, não configurando sob nenhuma hipótese recomendação de investimento.

    O investidor consciente deve tomar decisões com base em suas próprias crenças e premissas. Tudo que lê ou ouve pode ser levado em consideração, mas a decisão de investimento é sempre pessoal. Tanto na escolha de ações para carteira própria, quanto na escolha de gestores profissionais para terceirização da gestão.

    O Autor espera que os temas educacionais do blog possam ajudar no desenvolvimento e no entendimento das nuances do mercado de ações, mas reitera que a responsabilidade pela decisão de investimento é sempre do próprio investidor.

    Sejam bem vindos!

  • Paulo Portinho

    PAULO PORTINHO, engenheiro com mestrado em administração de empresas pela PUC-Rio, é autor do Manual Técnico sobre o Método INI de Investimento em Ações, do livro "O Mercado de Ações em 25 Episódios" e do livro "Quanto Custa Ficar Rico?", os dois últimos pela editora Campus Elsevier.

    Paulo atuou como professor na Pós-graduação de Gestão Social da Universidade Castelo Branco e na Pós-graduação oferecida pela ANBIMA de Capacitação para o Mercado Financeiro.

    Atuou como professor da área de finanças e marketing na Universidade Castelo Branco e no curso de formação de agentes autônomos do SINDICOR.

    Como executivo do Instituto Nacional de Investidores - INI (www.ini.org.br) entre 2003 e 2012, ministrou mais de 500 palestras e cursos sobre o mercado de ações, sendo responsável pelo desenvolvimento do curso sobre o Método INI de Investimento em Ações, conteúdo que havia chegado a mais de 15.000 investidores em todo o país, até o ano de 2012.

    Representou o INI nas reuniões conjuntas de conselho da Federação Mundial de Investidores (www.wfic.org) e da Euroshareholders (www.euroshareholders.org), organizações que congregam quase 1 milhão de investidores em 22 países.

    Atuou como articulista do Informativo do INI, do Blog do INI, da revista Razão de Investir, da revista Investmais, do Jornal Corporativo e do site acionista.com.br. Foi fonte regular para assuntos de educação financeira de veículos como Conta Corrente (Globo News), Infomoney, Programa Sem Censura, Folha de São Paulo, Jornal O Globo, entre outros.

Liked it here?
Why not try sites on the blogroll...