Sugestão de filme: O Grupo Baader-Meinhof

Posted on 18/01/2011. Filed under: Filosofia, Política |

Caros leitores,

Esse post é uma das raras incursões “off-bolsa”.

O Ministério do Pai Rico adverte: As colocações abaixo são impróprias para quem não gosta de política e de filosofia. Sua leitura por causar sono profundo… (rsrsrs)

O Grupo Baader Meinhof

O filme acima conta, acima de tudo, a história de um sentimento revolucionário que se fez presente em quase toda a civilização durante a guerra fria.

O Grupo extremista RAF (Red Army Faction) aterrorizou a ainda jovem democracia Alemã, com base em seus ideais revolucionários, antiamericanos e antiimperialistas.

Em que o filme se diferencia?

Só Deus sabe o quanto minhas idéias são diferentes dos ideais revolucionários das décadas de 1960 a 1980, mas ainda assim o filme me impressionou pela capacidade de juntar documentário e drama, sem qualquer vestígio ideológico, ao menos na minha visão.

O cineasta conseguiu mostrar como os fins não justificam os meios, mesmo sem demonizar qualquer lado.

Fica evidente a luta da Alemanha para se reencontrar após o Nazismo, mesmo sendo governada, eminentemente, por antigos aliados ou simpatizantes do 3° Reich. Resquícios de brutalidade policia, de ingerência sobre a mídia entre outros temas próprios de regimes ditatoriais são amplamente mostrados ou indicados no filme.

Mesmo assim, a atuação do RAF, que durou de 1970 a 1998, não deixa qualquer dúvida sobre a impropriedade e a aberração dos meios terroristas que utilizaram para combater aquele regime imperfeito.

Para quem quiser um verdadeiro “tratado emocional” sobre a falácia dos fins justificarem os meios, sugiro outro filme: Unthinkable. Coloquei o nome em inglês, pois a tradução do título para o português é ridícula e nada tem a ver com o objetivo do filme. Vocês verão.

Der Baader Meinhof Komplex é imprescindível para as novas gerações

Todos os países da América Latina, inclusive o Brasil, abrigaram diversos grupos revolucionários, com o uso das mesmas táticas e com base nos mesmo ideais e na mesma literatura do RAF.

Um dos livros que inspiraram a atuação do RAF foi o Minimanual de guerrilha urbana, do Brasileiro Carlos Marighella.

No Brasil, a guerrilha urbana foi dada como vencida em 1975, talvez por isso seus efeitos, seus objetivos e seus ideais não sejam do conhecimento de um brasileiro com menos de 40 anos, mas na Europa esses grupos duraram bem mais, alguns, como o ETA e o IRA (ambos separatistas), entraram século XXI adentro.

O filme consegue mostrar, com clareza, o clima revolucionário da época, e, em minha opinião, serve para tratar o passado com o devido cuidado e sem mistificações.

Aqui no Brasil trata-se de forma festiva e heróica a atuação da guerrilha armada (eu mesmo votei no Fernando Gabeira), mas aquela época foi um tempo de horror e os objetivos revolucionários não tinham qualquer nobreza, muito menos os meios utilizados tinham qualquer resquício de humanidade.

É razoável aceitar que, em 1970, um jovem ficasse influenciado e apaixonado por Guevara, Sartre, Proudhon, Marx e outros filósofos da “verdade”, principalmente numa época em que a guerra de propaganda entre as duas superpotências pintavam um mundo cheio de mentiras, tanto capitalistas, quanto comunistas.

E as mentiras capitalistas eram as únicas evidentes, pois os comunistas dominavam a técnica de reescrever a história e de tratar temas conflitantes como concordantes, doutrina tão bem exemplificada pelo verbo duplipensar, no livro 1984 de George Orwell.

Até a queda do muro de Berlim e o ocaso da URSS, ninguém sabia o que acontecia, realmente, naquelas sociedades.

Enfim, vejam o filme e conheçam um pouco da história. Sem mistificação, sem deificação, sem heroísmos falsos.

É o mínimo que precisamos para garantir que o Brasil se desenvolva de forma adequada.

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  • Paulo Portinho

    PAULO PORTINHO, engenheiro com mestrado em administração de empresas pela PUC-Rio, é autor do Manual Técnico sobre o Método INI de Investimento em Ações, do livro "O Mercado de Ações em 25 Episódios" e do livro "Quanto Custa Ficar Rico?", os dois últimos pela editora Campus Elsevier.

    Paulo atuou como professor na Pós-graduação de Gestão Social da Universidade Castelo Branco e na Pós-graduação oferecida pela ANBIMA de Capacitação para o Mercado Financeiro.

    Atuou como professor da área de finanças e marketing na Universidade Castelo Branco e no curso de formação de agentes autônomos do SINDICOR.

    Como executivo do Instituto Nacional de Investidores - INI (www.ini.org.br) entre 2003 e 2012, ministrou mais de 500 palestras e cursos sobre o mercado de ações, sendo responsável pelo desenvolvimento do curso sobre o Método INI de Investimento em Ações, conteúdo que havia chegado a mais de 15.000 investidores em todo o país, até o ano de 2012.

    Representou o INI nas reuniões conjuntas de conselho da Federação Mundial de Investidores (www.wfic.org) e da Euroshareholders (www.euroshareholders.org), organizações que congregam quase 1 milhão de investidores em 22 países.

    Atuou como articulista do Informativo do INI, do Blog do INI, da revista Razão de Investir, da revista Investmais, do Jornal Corporativo e do site acionista.com.br. Foi fonte regular para assuntos de educação financeira de veículos como Conta Corrente (Globo News), Infomoney, Programa Sem Censura, Folha de São Paulo, Jornal O Globo, entre outros.

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